quinta-feira, 27 de março de 2014



Olho pela janela para a tarde que morre debaixo do céu. Ouço as crianças a brincar no pátio da rua e a rua nasce agora a brincar. Tenho uma montanha de coisas por fazer, mas trepo às árvores recortadas nos vidros e que se dobram sob um vento furioso. Eu, como num trapézio, balanço sem rede prestes a cair no abismo. Não sei se o abismo está nesta sala de luz apagada, se na sombra que vai crescendo do outro lado do vidro, não sei se do lado de fora, se cá dentro, se eu mesma aqui no cimo das árvores, se a criança que fazia nascer ruas a brincar. Hoje, é-me difícil parir ruas, pois vivo no velório dos dias.


terça-feira, 18 de março de 2014



Por vezes nem tudo é o tudo e o tanto pode ser tão pouco!

segunda-feira, 17 de março de 2014


Transfigurados
Eu mais tu igual a nós.
Esgotados
Nós a desatar
Tu mais tu a dividir por eu mais eu
Igual a sós.

sexta-feira, 14 de março de 2014




Ter consciência de que somos descartáveis.


segunda-feira, 10 de março de 2014


Queremos todos os impossíveis, porque, às vezes, sofrer parece ser a forma mais equilibrada de suportarmos a monotonia dos dias.


Há na natureza humana uma necessidade de cumprir destinos ou de os abandonar.

domingo, 9 de março de 2014



Por ora, basta-me esta tranquila inquietação: o silêncio da casa, o vento a estender-se pela corda da roupa, os pardais dispostos pela folhagem das árvores, eu comigo e todos os outros do outro lado da estrada.
 

quinta-feira, 6 de março de 2014



Gostar de alguém é querer estar presente, mesmo que não esteja junto.

segunda-feira, 3 de março de 2014


Para se sentir a felicidade tem de se isolar o coração da cabeça e partir nas asas do bem-querer, que o resto é vento! Pelo menos, até se bater na primeira ramagem da realidade!