Não tenho destino.
Deliro no cosmos - objecto de poeira dançante sem ponto onde poisar.
À deriva, à deriva - flutuando adentro de mim como música.
E tudo é folha amarela, solta, outonal.
Nem chuva, nem rega.
A ressequir!
vejo pássaros de sede voando em olhos de água.
É fome, é fome - falta de vida na pele aquietada.
Nem toque, nem carícia.
A encrostar!
Lá fora a lucidez das coisas rigorosas -
aqui, a embrieguez constante da invenção dos meus quereres.
Quero-te.
Apenas porque assim o penso.
Na teimosia febril dos meus desejos.
E,
se me quiseres, dir-te-ei que não.
Não te quero.
Na mais sombria das verdades.
Porque o meu destino não tem destino.
Apenas movimento desamparado.
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On the other side - The StroKes
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