Cá vamos andando, na nossa vidinha normal. Com os frangos do costume, os remates audazes do de vez em quando, as apetências disfarçadas e a crise a arrebatar-nos as entranhas. À parte o arame farpado com que temos de encarar certos hábitos, agora caros para o nosso orçamento, cá vamos exemplarmente vivendo.
Eu, cigarra inocente - pois da formiga só conheço a história, por vezes mal contada ou até mal interpretada - do tédio só conheço o cheiro. Muito embora abomine os desperdicios, sou adversa a depressões.
Não gosto de adiar prazeres, sou assim, não sei ser de outra forma!
Mas são belos os poemas tristes:
- Tu e eu num amanhã, talvez;
Nós atarefados um com o outro na nossa solidão,
possivelmente;
Um dia destes regressaremos um para o outro,
com a promessa de não nos demorarmos;
Cansei-me da tua ausência, quero-te agora,
mas não me perguntes para onde vou;
Talvez tu fosses o abstracto mais belo que eu imaginava;
Se um dia me encontrares gelada
foi o amor que me matou;
Poderei estar extinta,
um dia que entres na minha vida;
Hoje não chove, por que sol passeias tu?;
Quando faço a cama por desfazer, sinto a tua falta;
Quero pacificar esta saudade,
que me deixa um sabor amargo;
É tão evidente a contrariedade de te querer
como esclarecido é o teu silêncio!
... -
Todas as tristes frase dos poemas tristes, são belas! Mas eu nunca tive jeito para a rima! Nem para tristezas prolongadas!
Que mais poderei dizer? Ando sem inspiração para a poesia!Porque a vida anda a apetecer-me, como aquele cigarro acabado de acender.
É a cigarra a cantar e a dançar ao som de quem lhe bate palmas.
A fazer turismo na própria vida, só porque o açucar é doce e o sol é quente.
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Magnificent - U2 (faz parte do novo albúm, já disponível na net e é verdadeiramente mágnifica, aliás, como todo o albúm)
3 comentários:
http://viewmorepics.myspace.com/index.cfm?fuseaction=viewImage&friendID=108264266&albumID=2229413&imageID=36390989
Não percas, por favor.. ;)
Beijinhos
Ah!... GANDA MALUCA!
Se as palavras fossem doces em miniatura, tinhas uma caixinha cheia deles. Que poema!!! Lindo.
Podes temperar a gosto com Sylvain Chauveau, "Nuage", se quiseres.
Um beijo, Xeltox.
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