sexta-feira, 7 de outubro de 2016





Para muitas pessoas o amor é um estado, para muitas outras é um estádio.

quinta-feira, 7 de julho de 2016


As relações resumem-se basicamente nisto: a Eva sempre a provocar o Adão para que coma a sua maçã e o Adão sempre a tentar comer a serpente!

Poderemos concluir que o veneno é mais atraente que a doçura?


segunda-feira, 18 de maio de 2015


Há muito que não acredito em alguém. Não posso acreditar em quem nunca conheci e, na realidade, nunca conheci alguém. Quanto mais próximos mais estranhos, assim somos! Pois quanto mais ou melhor "conheço" uma pessoa, maior é a minha consciência do engano!


A realidade é aquela coisa que não o é! Pois sempre que pensamos estar cientes sobre alguma coisa, tropeçamos em qualquer facto que desconhecíamos e lá vem a realidade dizer-nos que o que julgamos não é o que/como é, até podendo ser não o sendo. Em suma: Acreditar, não é o acto mais sensato, mas pode ser o mais cómodo.


quarta-feira, 1 de abril de 2015


Não sei porquê, penso muitas vezes como tudo é tão ocasional! Como, também nós pessoas, somos tantas vezes ocaso e ocasião!
Não sei porquê, há sempre um qualquer nó de origem emocional ou moral, que me  impede de aceitar que faço parte de um enredo ao qual nunca encontro a ponta. Cada vez mais, ao olhar para a vida, sinto que toda a ordem natural conspira contra os meus princípios. Mas, na verdade, naturalmente não vale a pena ter grandes princípios já que os fins são sempre os mesmos!



Gastamos demasiado tempo a a ser verdadeiros e honestos! Desgastamo-nos! O rebanho é que está certo... todos diferentes e todos iguais.
Fingir, ainda que não seja solução para nada, é o caminho para esta farsa que é a vida.
Começo a envelhecer e cada vez sei melhor como tudo funciona e também já percebi que nada funciona, nós é que fingimos que sim neste mundo de conveniências.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Parece bonito o amor...


Parece-me bonito o amor quando o ouço, bonito como um poema. 
Parece-me feliz aquele que ama com doçura e parece-me feliz aquele que é amado. Ambos cabem na moldura de um bom quadro, na parede do facebook: qual pintura que se esborrata e desliza até ao like no fio dental da amiga virtual,  no pedido de amizade ao sorriso mamário da pin up da parede ao lado. Que o amor há-de ser um prédio habitado por muitos inquilinos de janela aberta. Que o amor há-de ter a liberdade de se poder mostrar o eu mais íntimo de cada um. Tudo sem maldade! Como quem diz: olha tanta coisa bela para ser amada e és tu o objecto do meu amor. Tanta flor a ser colhida, sem prejuízo para a roseira. Já não vale a pena oferecer rosas, coitadas, colhidas para um momento que se esvai com o vento! O amor, agora, alimenta-se de outras necessidades. Vejamos os pormenores como elos de fortelecimento, só em corações grandes cabe tanta coisa! 
Agora, o amor parece-me uma pintura de rua, um rosto de madona triste com um fundo de cabaré burlesco.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015


... e Deus criou a terra, os rios, as plantas, os animais... e tudo fazia sentido! A seguir, Deus criou o homem e a mulher. E então o sentido da vida, perguntaram-lhe estes últimos! E Deus criou o amor para brincarem ao faz de conta! Conta-se que depois disso partiu e nunca mais foi visto.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015



Enfim, encolho os ombros e penso: tanta coisa para dizer! Podia falar do tempo frio, que encontrei numa gaveta umas meias de lã que a minha avó me fez há cerca de vinte anos e calcei-as. Fiquei feliz com isso, como se tivessem sido um presente de Natal. Mas não foram, nem a minha avó foi pessoa que alguma vez me tenha dado uma prenda pelo Natal ou alguma vez me tenha abraçado com carinho. De qualquer maneira, que importa isso, se não para me confirmar que as pessoas são lugares estranhos e inabitáveis. Sempre o soube, mas careço da necessidade de o reafirmar constantemente! Melhor dizendo: constatar. Antigamente dizia que tudo é falso, hoje digo que tudo é verdadeiro. Falsas são as crenças, aquelas coisas em que acreditamos num determinado momento, pois certo é que nunca são como as acreditamos e que um dia sempre nos aperceberemos disso. Nada e ninguém é o que parece e o que afirma ser. Mas tudo é verdadeiro, até o facto de que nunca conheceremos a verdade! Mas também sabemos isso desde que temos consciência, a nossa consciência é que não quer saber disso!  É quase de madrugada, o nevoeiro já levantou os pés e parece ter partido. Há-de ser uma manhã limpa e fria, pode ser até que o sol nos beije com alguns raios, ou não. Os dias, como a vida, são assim, uma espécie de agonia com algum vinagre e açucar à mistura e cada um faz o batido à sua maneira. Haja vida!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014



Vivemos uma vida de falsas verdades! É por isso que a verdade mais nua nos liberta. E a verdade nua nunca é uma inteira verdade, apenas a constatação de factos ou sentimentos que desconheciamos ou, mesmo não os desconhecendo de todo, não passavam de suspeitas, no fundo, é a constatação de que a nossa verdade mais íntima, num determinado momento, estava aquém de ser real. A verdade é uma farpa mais venenosa que a mentira! Todas a querem, mas ninguém a aceita! É uma bastarda, uma filha da puta insensível, com um sádico humor que nos estremece! O abalo é aquilo que em nós desperta o nosso próprio ser. E eis a questão! E de questão em questão se busca a verdade nua, que nos fere e prosta e nos restitui ao acto do nascimento! Podemos, então, recomeçar? Porque estamos livres e buscamos paz e felicidade e temos um leque de caminhos tresmalhados à nossa frente. A verdade nua ajuda-nos a crescer e permite-nos criar o nosso próprio caminho com mais clareza, desde que tenhamos presente que há sempre a verdade mais verdadeira que a nossa verdade.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014


É no silêncio que arranco os espinhos que magoam,
que me colo quando quebro
que mastigo mentiras e vomito ilusões.
É no silêncio também
que subo à montanha mais alta e voo mais longe.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014


Sofro de insónias diurnas, porque de noite até durmo bem.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014


Procuro sabedoria, pois só ela pode trazer a paz.
Sinto-me cercada por todos os lados! Há sempre gente! Gente que cresce todos os dias, que me entra na vida sem bater à porta, gente de cá, gente de lá, gente que fala ou geme, gente feita de barulho, gente silenciosa, gente boa e gente má, gente apetitosa e gente nojenta! Agora, a vida é feita de gente e a gente fica sem vida! Antes, dum lado tinha janelas voltas para a rua e do outro lado, janelas voltadas para os sonhos. Hoje, só encontro portas escancaradas e toda uma multidão a entrar-me nas entranhas! Agora, a vida é um cerco, cheia de sombras em todas as esquinas da rua, da casa, do sono e do cansaço. Eu só queria um pouco de silêncio e de paz, um fundo branco a cobrir vida. Eu só queria paz e sabedoria.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014


É sempre a mesma coisa! 
Eu a adormecer as promessas, a arrastar os passos, a engolir as palavras, eu e esta duvidosa angústia de ser só eu e o meu ferro, onde todos os vidros se estilhaçam. É sempre a mesma manhã aninhada num cansaço infindável das oscilações dos outros. É sempre o mesmo mar de ondulações, a mesma crise, a mesma pessoa em todas pessoas. É sempre tudo igual, num formato industrial. 
Grandes são as árvores, apegadas às suas raízes, firmes, constantes na sua obra, voltadas para o céu e para a terra, puras, sem outra necessidade que não seja o cântico do vento e das aves, o choro da chuva. 
São sempre as mesmas vaidades!

terça-feira, 4 de novembro de 2014


Quando conheci os homens deixei de sonhar.


domingo, 7 de setembro de 2014


Deita-te a meu lado, fiquemos em silêncio, escuta o arfar do meu peito enquanto ouço o barulho do desejo nas tuas mãos. O céu é todo salpicado de bolinhas reluzentes e sou feliz se me fazes rir. É tarde! Dormes e a última estrela apaga a luz. Boa noite.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014


A vida é demasiado curta e nela caberá o eterno, o definitivo, o temporal das estações agrestes, o calor fugaz, o inferno permanente, todos os solstícios, o longo carnaval dos três dias, o que eu digo e o que tu dirias. A vida é longa por demais e hão-de sobrar as tripas viradas e todas as coisas triviais.

quarta-feira, 30 de julho de 2014


Tudo é cíclico!
Todos os dias
os pássaros vêm cantar à minha janela,
todos os amores morrem
mais ou menos ela por ela
e não fosse a vida puta,
não fosse ela própria um circo,
eu seria uma donzela,
eu seria um bicho!

segunda-feira, 28 de abril de 2014



Não sou nada, nunca quis ser nada, nunca serei nada. À parte isso, fui caçadora de borboletas no estomago, até ao dia em que o estomago nos engoliu.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

POBREZA GLOBAL


As notícias mostram-nos que as pessoas cada vez têm menos dinheiro e estão ficar mais pobres de bens. As redes sociais mostram-nos que as pessoas cada vez têm menos moral e estão empobrecidas de espírito.

terça-feira, 1 de abril de 2014

ESTAMOS SEMPRE FODIDOS E NINGUÉM NOS PAGA!


A realidade, por vezes, vai-nos fodendo devagarinho, em modo tântrico! O problema é que mói e não nos leva ao orgasmo, nem a lado nenhum! Falo da realidade concreta, não daquela que apita aos ouvidos, dança na mente e julgamos ser. Ser é outra coisa que não cabe no que julgamos. Há muito que percebi este jogo da existência entre o pensar e o ser, que ser é tudo aquilo que nem pensamos e o que pensamos é poeira acumulada pelos desejos. O ser não cabe em nós porque causa danos. O ser concreto é inaceitável, não pode coexistir com o ser imaginável. O ser imaginável não é mais do que um balão insuflado pelas nossas crenças, uma espécie de cartola mágica que um dia rebenta.
Mas depois tudo recomeça! E saia mais uma foda tântrica pra mesa do fundo, que nós gostamos é de ser fodidos ainda que não nos paguem!

quinta-feira, 27 de março de 2014



Olho pela janela para a tarde que morre debaixo do céu. Ouço as crianças a brincar no pátio da rua e a rua nasce agora a brincar. Tenho uma montanha de coisas por fazer, mas trepo às árvores recortadas nos vidros e que se dobram sob um vento furioso. Eu, como num trapézio, balanço sem rede prestes a cair no abismo. Não sei se o abismo está nesta sala de luz apagada, se na sombra que vai crescendo do outro lado do vidro, não sei se do lado de fora, se cá dentro, se eu mesma aqui no cimo das árvores, se a criança que fazia nascer ruas a brincar. Hoje, é-me difícil parir ruas, pois vivo no velório dos dias.


terça-feira, 18 de março de 2014



Por vezes nem tudo é o tudo e o tanto pode ser tão pouco!

segunda-feira, 17 de março de 2014


Transfigurados
Eu mais tu igual a nós.
Esgotados
Nós a desatar
Tu mais tu a dividir por eu mais eu
Igual a sós.

sexta-feira, 14 de março de 2014




Ter consciência de que somos descartáveis.


segunda-feira, 10 de março de 2014


Queremos todos os impossíveis, porque, às vezes, sofrer parece ser a forma mais equilibrada de suportarmos a monotonia dos dias.


Há na natureza humana uma necessidade de cumprir destinos ou de os abandonar.

domingo, 9 de março de 2014



Por ora, basta-me esta tranquila inquietação: o silêncio da casa, o vento a estender-se pela corda da roupa, os pardais dispostos pela folhagem das árvores, eu comigo e todos os outros do outro lado da estrada.
 

quinta-feira, 6 de março de 2014



Gostar de alguém é querer estar presente, mesmo que não esteja junto.

segunda-feira, 3 de março de 2014


Para se sentir a felicidade tem de se isolar o coração da cabeça e partir nas asas do bem-querer, que o resto é vento! Pelo menos, até se bater na primeira ramagem da realidade!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


Nada se repete, nem o mais ínfimo momento! O que talvez explique o medo da morte, esse pavor que temos, que o instante que é a vida não se repita.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


Sinto falta de estremecimentos que me arranquem os pés do chão.