sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

PUTA DE VIDA!


Por vezes, não tomo as atitudes mais correctas. Sou, muitas vezes, de uma feiura indiscutivel. Porque, nem sempre sou corajosa, nem sempre assumo com frontalidade as verdades ou resolvo os problemas destemidamente.
Há muito que me sinto enfraquecida emocionalmente, que desejo por termo a esta relação que iniciei, nem me lembro como, nem porquê (ou não quero lembrar-me). Mas como não sou capaz de dizer o que me vai na alma, porque enfim, sinto uma pena desmedida e um remorso imenso, ando a dar todas as razões possíveis para que seja ele a tomar a iniciativa. Passo dias seguidos sem lhe telefonar e sem responder às mensagens, vou a jantares acompanhada com um amigo e nem o convido, nunca tenho tempo para estar com ele e se tenho, fico cansada ou com dores de cabeça ou digo que vou sair com outras pessoas! Espero ansiosa que ele pense que não está para aturar esta gaja de merda e exorbite mandando-me para o sítio merecido. Espera Vã!!! Hoje disse-lhe (depois de três dias sem dar notícias) que estava em baixo e precisava de ficar sozinha, que amanhã logo conversariamos. E ele, com toda a compreensão aceitou bem e, de imediato frisou que amanhã não iria trabalhar para poder ficar comigo e apoiar-me!
Chego a pensar em que ele apostou que conseguiria enlouquecer-me!
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Habitualmente, nos fins de semana em que o meu filho está comigo e como ele trabalha todos os sábados e ao domingo vai ver o filho, ao fim da tarde damos um passeio. Estacionamos em frente à baía, porque a vista é linda e não temos muito tempo. Talvez seja por isso, ou por coisa nenhuma! E é essa coisa nenhuma que me aflige!
Ele anda sempre de sombrolho franzido, de certo, permanentemente aborrecido com a vida ou talvez com coisa nenhuma! E também essa coisa nenhuma me aflige!
Depois, também como habitualmente, ele segura-me na mão, num gesto que nunca percebi se é de ternura ou de simples rotina. E falamos dos aborrecidos acontecimentos diários. E assim se vai gastando o pouco tempo, sem um beijo, sem um desejo!
É então que me apetece perguntar-lhe se alguma vez esteve apaixonado. Se alguma vez beijou apaixonadamente. Se alguma vez sentiu o latejar das asas a baterem na ânsia de se fazer ao voo. Se alguma vez saiu da ilha em que vive e mergulhou em busca de corais resplandecentes.
É então que vejo o imenso mar que nos separa!
Que amor pode sobreviver sem brisa que o abane? Sem um sopro de renovação, sem pinceladas de tinta colorida, música que o embale?
Um dia disse-lhe que é muito fácil gostar dele porque é boa pessoa. Agora tenho de dizer-lhe que é impossível apaixonar-me por ele porque é desprovido de entusiasmo!
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Repito para mim mesma, na tentativa de justificar-me, que só tentando ou experimentando podemos saber se uma relação pode dar certo (tendo em conta a respectiva relatividade que ao assunto diz respeito). Todavia, uma relação que se inicia sem paixão, na perspectiva de esquecer uma anterior fracassada, está condenada desde o início! E eu deveria ter consciência disso! Pois é certo que estou a tornar-me perita nesse assunto! Ainda assim, creio acreditar que, não fosse o moço ser tão morcão, poderia ter-me encantado verdadeiramente! Arre!!! O que será que ele espera de uma mulher? Nem em 16 anos de casamento senti tamanha monotonia do que nos últimos 3 meses! Que desalento!
Preciso de ter atitude. Deixar de ser esta merda em que me tenho vindo a tornar (ou que, se calhar, sempre fui)!
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He came, he stayed, he fell - EF

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

IN


Por vezes, tento ser, alguma coisa.
Ou SER... somente!
Não perguntes...
Ninguém sabe. Eu não sei.
Dentro ou ou fora de mim, à espera de SER...
coisa alguma!
Na terra, ou no céu,
nas estrelas, ou no mar.
Não esperes por mim...
Justamente por tudo.
Ou por nada.
Pelo que não sou.
O que nunca serei.
Ainda, ainda procuro.
E penso, penso que posso,
sentir...
sentir-me uma criança.
A correr, sem pressa,
na tua face.
Tenho um sonho.
E nem ouso pensá-lo!
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Jungle Haze . Peter Murphy

domingo, 24 de fevereiro de 2008

CAT POWER E OUTROS...

Cat Power - Jukebox

The Black Seeds - Into The Dojo

Muse - Black Holes and Revelations


Nick Cave & Grinderman - Grinderman


Sigur Rós - takk
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As escolhas da semana.





sábado, 23 de fevereiro de 2008

HÁ SEMPRE UM LUGAR ONDE NUNCA ESTIVEMOS.

Em 13 de Novembro de 2007, fiz um post com o título "viragem". Decidi nesse dia tomar um novo rumo. Fiz um investimento que só me deu prejuízo. A seguir arrisquei numa relação que não resulta de forma alguma.
Uma tourada!
Poderia muito bem ter pensado que o dia 13, seja de que ano ou mês, não será, certamente, o melhor dia para se tomar decisões desta natureza. Mas, heis o espirito rebelde e de contradição que me obriga a desafiar tudo! E a final de contas, 13 é apenas um nº ímpar!
Pois está na hora da pega.
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Ontem à noite, aqui sozinha, com os meus pensamentos, tranquila quanto baste e desiludida na medida certa, questionei-me sobre se pretendo continuar a mentir, a inventar desculpas. Porque a mentira é perigosamente viciante! Se permitirmos, ela torna-se um hábito diário. Inicialmente é uma inquietação, mas, à medida que o tempo passa, torna-se tão natural como tomar café.
Não gosto da mentira, é corrosiva a todos os níveis! Mas então porque minto? Porque invento que tenho reuniões, que estou doente, o meu filho ficou cá, amanhã tenho de ir jantar a casa do cunhado, etc? Tão simples quanto isto: é mais fácil mentir do que enfrentar e dizer a verdade! Não era assim no passado! Apesar de ponderada nas palavras e, por vezes, comediante (creio que no bom sentido, apenas para suavizar) na forma de dizer as coisas, não deixava de as dizer, doesse a quem doesse.
Agora..., não sei o que se passa comigo! Talvez seja sentimento de culpa ou remorso! Talvez tenha a consciência de ter criado uma falsa expectativa na outra pessoa e isso me retraia. Agora, talvez me doa o facto de encarar que falhei mais uma vez!
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Esta manhã acordei muito cedo. Dormi muito pouco mas, às voltas na cama, foi escusado tentar adormecer novamente. Assim sendo, levantei-me e comecei a trabalhar. E comecei a pensar em tudo isto! E naquilo! E no outro! E cheguei a conclusão nenhuma!
O certo é que me sinto estranhamente desafectada e tranquila! O que poderá ser sintomático de mudânça abrupta (quiçá precipitada!).
Está na hora de encarar o touro nos olhos.
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E depois - reflectindo sobre esta virajem de verdadeiro insucesso - arrumar as emoções, aprender as lições que haja a aprender e procurar outro caminho.
Hoje sinto que já estou com um pé a querer mexer-se. Talvez queira dançar! E porque não? Dançar, coisa maravilhosa!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

PARABÉNS

Hoje entrarei pela tua janela,
sorrateiramente, em forma de brisa.
Pousarei nos teus pés descalços.
Subirei pelo teu corpo,
vento suave.
Entrarei no teu ouvido, sussurrando.
Agitarei todos os sentidos,
em rodopio no teu peito.
Irei dormir na tua boca,
em tempestade.
AMO-TE
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Porque hoje é o teu dia de aniversário:
que seja um dia feliz e extravagante, ainda que não sintas a brisa ou a tempestade...
Sei que não aprecias muito os Muse, mas como são a minha banda preferida, aquela que mais ouço e mais arranha o interior, hoje dedico-te STARLIGHT, com grande emoção.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A RELATIVA IMPORTÂNCIA DO SEXO!


Está casada há anos suficientes para poder dizer que são mais que muitos.
Não conhece uma relação sexual verdadeiramente feliz.
Depois de uma tarde intensa de trabalho fomos espairecer até uma sex shop e apreciar toda a interessante oferta que se apresenta no ramo, aproveitando a ocasião para trocar ideias e experiências.
"O A. não aprecia langerie, só faz sexo na posição de missionário, raramente faz sexo..." e mais isto e aquilo...
"Nunca fiz amor com outro homem, em toda a minha vida! Hoje sinto que nunca fiz sexo! E, porém, creio que não saberia estar na cama com outro homem! Já passou o meu tempo! Diz-me, já passou o meu tempo, não é verdade?"
Olhei-a nos olhos como quem olha na alma.
Poderia fingir não acreditar, mas conheço-a há demasiados anos, os suficientes para entender que os extraterrestres, afinal, sempre existem!
Senti... compaixão! E tristeza!
É difícil responder a este tipo de perguntas. Dizer-lhe o quê? Deixa esse merdas... põe-lhe um par de cornos... dá-lhe um tiro... ata-o e mostra-lhe o outro lado do sexo... faz dele um homem... ou, simplesmente, conforma-te?
"O tempo passa, mas nunca é tarde. Somos nós que fazemos o nosso tempo. Só experimentando poderás saber se conseguirias ou não estar com outro homem na cama. Sempre podes experimentar. Receio é que depois, não queiras outra coisa, com todas as consequências que daí advenham. Quem não vê, não sente. Quem não conhece não sente a falta ou sente uma falta relativa. O sexo não é tudo na vida. E a vida sem sexo, é, inevitavelmente, uma vida incompleta. Porém, a vida sempre será incompleta por uma razão ou outra. Nada mais te posso dizer."
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Answer - The Black Seeds

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

ESTA TARDE.

À distância de um cabelo...
Os meus olhos a fitarem os teus
com o espanto e o deslumbramento da primeira vez!
São tantas as palavras que invento
no sufocante silêncio dos meus olhos!
Tantas as palavras que rasgo, no fecho hermértico dos lábios!
Tantos os gestos que aquieto, nas mãos pendentes!
Que farei de mim, amor?
Que farei das cartas sem endereço?
E das promessas que só a mim,
a mim, prometo?
Que farei de tanto desperdício?
De tanto amor sem abrigo?
À distancia de um cabelo...
A falar-te de coisas convexas, mortas e complexas!
E os meus olhos a fitarem os teus,
campos de mal-me-queres,
claros, simples, Transparentes!
São tantas as parábolas com que te fito!
Tão grande o enredo em que te sonho!
Se, ao menos, os teus olhos pudessem ler-me!
E eu pudesse adormecer!
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Momento - Bebel Gilberto

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

E DAÍ? RAIVA É ENERGIA...


Hoje sinto-me tão FODIDA!!!!...
Porque: é segunda feira.
Porque: dormi muito mal com vários pesadelos.
Porque: estou com o período.
Porque: roubaram-me a antena do carro durante a noite.
Se isto não são motivos suficientes,
então FODA-SE!!!!.
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Rise - P.I.L.

NENHUMA PALAVRA E NENHUMA LEMBRANÇA

"No princípio era o Verbo
(e os açucares e os aminoácidos).
Depois foi o que se sabe.
Agora estou debruçado da varanda de um 3º andar
e todo o Passado vem exatamente desaguar
neste preciso tempo,
neste preciso lugar,
no meu preciso modo e no meu preciso estado!
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Todavia, em vez de metafisica ou de biologia,
dá-me para a mais inespecífica forma de melancolia:
poesia nem por isso, lírica nem por isso,
provavelmente poesia.
Pois que faria eu com tanto Passado
senão passar-lhe ao lado,
deitando-lhe o enviesado olhar da ironia?
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Por onde vens, Passado?
Pelo vivido ou pelo sonhado?
Que parte de ti me pertence,
a que se lembra ou a que se esquece?
Lá em baixo, na rua,
passa para sempre gente indefinidamente presente
entrando pela minha vida por uma porta de saída
que já dá para a memória.
Também eu (isto)
não tenho história senão a de uma ausência
entre
indiferença
e
indiferença..."
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Excerto de Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança de: Manuel António Pina.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

COMA

Hoje, não dei a mão a sonho algum.
Sentei-me sobre as horas nubladas até fazer do dia noite.
Meus dedos não tocaram sinal de vida,
penderam esmorecidos até entardecerem.
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Mais pálido que a morte,
este não querer arrancado ao supremo desejo.

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Fantino - Sebastien Tellier

sábado, 16 de fevereiro de 2008

FÁCIL É PENSAR...


Durante dias ela preparou o discurso.
E então ele aproximou-se com ar de rapazinho tímido, um sorriso desconcertante e uma prenda nas mãos. Era do dia dos namorados, mas como só agora se viam...
Ela ficou sem palavras, desconcertada! E o discurso partiu nos rápidos do rio em que se transformou o seu cérebro.
E tudo ficou adiado nas meias frases que foi proferindo ao longo da tarde.
E agora ela atormenta-se! E questiona-se sobre se existirá uma fórmula, para não magoar, porque ela sabe como dói.
E agora ela estraçalha cigarros e emborca copos.
E quando se deitar há-de preparar um novo discurso para amanhã. Porque não pode passar de amanhã, sob pena de continuar com insónias, dores de cabeça, remorsos, irritação e outras maleitas que tal.
Sim, há-de pensar na melhor maneira de...
Amanhã ela resolverá esta questão emocional.
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The Hungry saw - Tindersticks

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

TODOS OS DIAS

Hoje é aquele dia especial dos namorados. Ou seja, é (foi) o dia do amor. Neste blog fala-se de amor todos os dias. Porque todos os dias são dias do amor e dos namorados e até dos não namorados.

Mas hoje perseguiu-me uma recordação!

Já lá vai cerca de um ano e meio, uma noite, tardiamente, mais própriamente na noite de 22 de Julho de 2006, depois de regressados do maravilhoso Lisboa Soundz (que ele fez questão de me oferecer), um passeio à beira rio e da travessia do Tejo por barco, muito cansados, no limite das forças, mas sem desistirmos de subir à montanha, deitados sobre a cama, ele abraçou-me e disse-me com os olhos mais doces que vi na minha vida:
"És tão generosa no amor! Nunca conheci ninguém como tu!"
Ainda assim, ele nunca me amou!
Hoje, estas palavras fazem eco no meu pensamento.
E as lágrimas abrem estradas no meu rosto.
Acendo um cigarro como quem toma uma aspirina. E fico a fitar o ecrâ, parada, como quem espera que as palavras se soltem sozinhas.
Acho que ele nunca percebeu o quanto o amei! Nem percebe o quanto o amo!
E eu nunca perceberei a razão deste amor!
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Red Army blues - The Waterboys

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

OS AMANTES.


Há noites que despertam nos sentidos.
E o silêncio declama poesia.
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Começo a preparar o ritual do encontro,
toda eu frágil em trémula euforia.
Banho-me e faço da pele cetim.
Depois escolho um dos meus melhores vestidos.
E, então, perfumo-me e maquilho-me
Porque há noites que libertam fantasia.
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E nessa hora já tudo é encanto e é prazer.
O desejo e a sedução bailam,
enquanto esperas e imaginas os meus gestos,
enquanto me preparo a saber que te vou ter.
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Os amantes são felizes porque tudo é provisório.
Porque intensificam os momentos.
Vivem infinitamente toda a brevidade.
Conjugam todos os verbos no presente.
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Ai que saudades desse feliz ritual
e da certeza de uma noite de felicidade!
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Vai uma taça de champanhe?...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

SEREI?


Não preciso de um homem que me mande mensagens a toda a hora com frases feitas, por mais bonitas que possam ser.
Posso lê-las em qualquer livro ou até em qualquer site.
Não preciso de um homem que só me acompanhe ao cinema e em passeios de fim de semana.
Os meus amigos fazem-no com a frequência necessária.
Não preciso de um homem que tente agradar-me a todo o momento fazendo tudo com a perícia de quem não quer ser rejeitado.
O meu cão desempenha muito bem esse papel.
Não preciso de homem que se sente em frente à televisão enquanto eu preparo as refeições que ambos haveremos de comer num cenário supostamente romântico.
Isso não é um homem, é um marido.
Não preciso de um homem que me fale unicamente das tragédias da vida.
Para isso existem os telejornais.
Não preciso de um homem que termine a relação sexual quando ainda estou a tomar consciência que a mesma começou.
Faço isso muito bem sozinha.
Não preciso de um homem que durma comigo só para me aquecer nas noites frias de inverno e dar dois dedos de conversa antes de adormecer.
Um saco de água quente e uma televisão ao fundo da cama podem ter o mesmo efeito e além disso, não ressonam.
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Não preciso de um homem apenas para sentir que não estou só, que tenho alguém.
E um homem não precisa de mim apenas para esse efeito.
Pois não há maior solidão do que ter alguém e sentir um irremediável vazio.
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O que eu preciso realmente, é de um homem que quando se encontre comigo me beije apaixonadamente, como se fosse a primeira vez.
E me sussurre ao ouvido palavras soltas.
O que eu preciso é de um homem que me faça subir a montanha e me leve aos picos mais altos.
E faça da minha vida um cinema de vez em quando.
O que eu preciso é de um homem que seja real, imperfeito, incompleto e me mostre como eu sou real, imperfeita e incompleta.
E que forme parceria comigo.
O que eu preciso é de um homem que me ajude a desarrumar a casa, a inventar comidas e coktails de prazer.
Mas que depois da festa me ajude a restabelecer a ordem necessária.
O que eu preciso é de um homem que me faça sonhar contando histórias extraordinárias, com vida para lá do real.
E que ouça as minhas histórias, para que, enfim, se partilhem sonhos.
O que eu preciso é de um homem que faça amor comigo.
E que durma a meu lado como se fosse dentro, de sono e sonhos encruzilhados e que, pela manhã, ao primeiro olhar, se abra o primeiro sorriso.
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O que eu preciso, é de sair de casa pela manhã a dizer "bom dia" a quem se cruza comigo, com um bonito sorriso nos lábios e sol nos olhos e no pensamento a certeza de que o meu o será, independentemente da rotina que me espera.
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Dizem que sou sonhadora, idealista!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008


Histórias de amor que se escrevem, à parte best sellers, que o são, muitas vezes sem percebermos como, "Amor nos tempos da Cólera", de Gabriel Garcia Marquez, contém todos os maravilhosos ingredientes que se podem desejar numa simples história... de amor, numa idade esquecida.
"A Queda de Um Anjo" de Camilo Castelo Branco, é um verdadeiro monumento nacional. Merece todas as honras que lhe tenho consagrado na lista dos melhores da minha vida literária.
Quem nunca leu o livro "O Meu Pé de Laranja Lima" de José Mauro de Vasconcelos? Essa delícia de escrita e de garoto que nos toca profundamente no nó da garganta. Inesquecível!
Um dos livros que mais me marcou foi "O último dia de um condenado" de Victor Hugo. Li-o quando tinha dezassete anos e nunca o esqueci!

BON IVER - FOR EMMA / OUTROS...

King Crimson - Discipline

Bon Iver - For Emma

Husky Rescue - Country Fall's



Hooverphonic - A New Stereophonic Sound Espectacular



This Mortal Coil - It'll End In Tears
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As escolhas da semana




domingo, 10 de fevereiro de 2008

SEM TITULO E SEM ESTÓRIA


Procuro disfarçar
o ânimo agonizado, nos dias sempre iguais.
E nem fingimento é!
Tristeza e nostalgia a residir no olhar,
nos gestos dormentes e quebrados.
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Há pessoas que não percebem os sinais.
Não ouvem as palavras intermédias.
Nem retiram da pele o sentido de morte anúnciada!
Porque há pessoas que vivem num mundo pequeno,
de satisfações unilaterais, breves e medíocres.
Há pessoas que se sentem felizes
dentro de um círculo fechado,
sem ousar ir além, sem arriscar.
E jámais sairão desse resumo de vida.
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Acredito na leitura dos sentidos.
Acredito que cada um de nós é uma estrada.
Com todos os sinais necessários
para que os outros possam percorre-la.
Seguindo as instruções nas mais variadas formas de expresssão.
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Mas talvez esteja enganada.
Há pessoas que nem os diálogos transparentes entendem.
E as relações vivem-se num anonimato a dois!
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E eu sou cobarde!
Constrange-me a desolação dos sonhos arrastados na corrente.
E o olhar do barqueiro que fica a ver a barca ir-se embora,
triste, sem nada fazer,
porque nunca soube fazer mais do que isso!
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Sou tão cobarde!...
Adio o inevitável...
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Never there - Cake

SEM TITULO.

Quero-me lúcida até no sono mais sombrio.
Desafogada de nuvens obscuras.
Clara como uma manhã de Verão.
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Estou de jarras vazias.
Não colho as rosas dos rosais.
É nos rosais que o perfume deve viver.
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E penso em tudo como se não houvesse passado.
Sem rosas colhidas a murcharem.
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Quero-me clara como uma manhã de Verão.
E perfume no rosal.
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Apaguem as núvens.
Quero amanhecer.

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Sem música.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

DESABAFO (NO MAIS CRUEL DO MEU ÍNTIMO)

Por vezes (e quantas!), questionamo-nos sobre a nossa maneira de agir e de ser. O porquê de fazermos isto ou aquilo, de sentirmos isto e não outra coisa.
Precisamos de olhar para o passado para entendermos alguma coisa. A nossa infância contém quase todas as respostas, mas, no meu caso, pelo menos por agora, não quero ir tão longe.
Recuo há dois anos atrás.
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Faz agora dois anos, três meses de divórcio, muita instabilidade emocional e a crença numa vida nova repleta de encantos por viver. Tive um namorado que era muito bom rapaz, sim, confesso, bastante normal. Não fumava, não bebia, era trabalhador, bons príncipios, bons sentimentos, pouco sentido de humor e muito sério. E beijava mal como a merda!
Mas enfim... eu precisava de uma pessoa normal, porque o louco do meu ex-marido, além de me ter moído a paciência apaixonadamente, durante anos, tinha-me trocado por uma abentesma cheia de pneus! E, encontrar um homem cheio de qualidades seria meio caminho andado para um grande amor. Pensava eu!
Além disso, diga-se, tinha um corpo perfeito. Dedicado 100% ao desporto, era escultural.
Um dia ele meteu na cabeça que haveriamos de ter um fim de semana grande e de verdadeiro sonho.
Entusiasmada com a ideia, comecei a procurar roteiros românticos, na esperança de fazer nascer a paixão. Mas ele decidiu seguir um determinado rumo não previsto. Uma cidade como qualquer outra. Um hotel com vistas para o rio. Não fosse o rio e nem vistas haveria nesse desejado fim de semana!
A primeira tarde foi passada no El Corte Inglês. Como eu nunca estado em nenhum (por opção), ele entendeu que eu necessitava de conhecer as maravilhas dum local desses. Horas! Puta que pariu o El Corte Inglês! Na verdade, a única afinidade que tenho com os centros comerciais resume-se aos cinemas e à Fnac. E nem vou dizer mais nada acerca do fim de semana de sonho, pois foi todo ele assim, tudo é sequencial.
No regresso a acasa, durante as horas da viagem, eu permaneci em silêncio. O cérebro trabalhava compulsivamente e dizia-me que tinha sido o derradeiro teste. Estava chumbado, sem sombra de dúvidas!
Não voltei a estar com ele. Acabei tudo por telefone, uma infeliz verdade! Mas não suportava a ideia de um próximo encontro. Sou demasiado sentimentalista, iria compadecer-me e andaria a sofrer para não fazer sofrer. E sou impulsiva o suficiente para decidir num minuto aquilo que me pode custar uma vida inteira.
Durou dois meses e umas semanas. O suficiente para entender que só a paixão vale e exige sacrificios.
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Logo a seguir, no rescaldo, apaixonei-me desesperadamente por alguém que então conheci. E sobre isso nem quero falar, porque, não tenho falado de outra coisa.
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Hoje, tenho um namorado, já lá vão dois meses!
É atencioso, trabalhador, bom rapaz, de sentimentos nobres, cheio de boas maneiras e bons costumes, grandes qualidades, não fuma não bebe, não tem sentido de humor, não sabe divertir-se e, porra, beija mal como a merda!
Há! Mas tem um corpo perfeito! Dedica-se ao desporto. Deita-se cedo para descansar e levanta-se cedo para fazer desporto.
Além disso, adora passeios pelas exposições de arte, monumentos e tudo o que é cultural, detesta convívios e não tem a menor noção do que é uma real paixão (creio Eu).
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Agora vem o Foda-se.
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Mas o que é que se passa comigo?
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Desde já declaro:
Nunca mais terei um namorado que não fume, não beba, não dance, não tenha sentido de humor e não goste de conviver. Que se deite cedo, seja bom rapaz, trabalhador convicto, sério e desportista.
Tiram-me do sério!
Arrasam com a minha personalidade!
Arruinam todas as minhas crenças!
Perco a fé!
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Para que serve um corpo perfeito e escultural? Se tudo aquilo que é importante está para lá da perfeição e da pedra?
De que servem as boas maneiras, sem gargalhadas de cumplicidade maliciosa?
Que faremos do romantismo implicito no disparate, na tolice, no ridiculo e nos excessos de momentos não planeados?
A paixão é exuberante por natureza,
não se compadece com rituais monotonos.
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Se esta relação se mantiver,
se eu resistir e renunciar a tudo aquilo que sempre fui, à minha verdadeira essência,
então, terei aderido a uma banal e monótona normalidade.
E terei enlouquecido de tão normal!
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Sexy motherfucker - Prince

OU NEM ISSO!


Tão cedo ainda, e já tarde!
Tardamos!
Retardados, talvez!
Correm depressa os dias!
Novelos sem ponta.
Emaranhados nas intrigas.
Mistas, tripartidas.
E as horas, esqueço-as!
voluntáriamente.
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Cansa-me o uso dos detalhes!
Rituais forçados.
Contrafeitos.
No esforço de inventar magia,
onde existe apenas o cansaço.
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Quebra as regras.
Inventa qualquer coisa.
Mas deixa a perfeição para os deuses.
Ou manda-me pastar.
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Tudo corre tão depressa!
E eu aqui parada,
à espera que o pensamente se cale!
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Só preciso de um dia de silêncio!
...
Le Temps de l'amour - Francoise Hardy

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

CREIO NA MÚSICA TODA PODEROSA.


Há músicas que escutam os nossos lábios a tocar...
Tangem as línguas no toque as músicas...
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Há músicas que me dançam!
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Red army blues - The Waterboys

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

CHAMAVA-SE SAUDADE!



E a tristeza,
enfim,
partiu!
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Um dia há-de voltar,
sem ser convocada,
sem hora marcada!
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Porque a tristeza,
não pede licênça,
nem presta contas!
.
.
.
Uma dor que brota do escuro,
depois de transfiguradas as tonalidades dos anseios.
Aquele escuro que brota do vazio,
depois de despejados os afectos.
.
Era saudade persistente, toda aquela tristeza!
E nem abstracta era!
Pura, definida.
Sólida amargura.
.
Quem sabe o que levou, quem sabe?...
Se não este silêncio... segredo que tardava!
Condenso-me.
Reuno-me toda no sentir e transformo-me,
para tornar-me no que somos quando momentaneamente adiccionados.
Não nego nada.
Recuso renunciar.
Confesso esta desordem de valores.
Toda eu sou vento que se solta.
.
Há uma vida atrás da minha vida.
Definição de todos os sentires.
Não sei de nada,
se não que está presente,
e retira a inocência da verdade.
.
Mas então?
Não se foi toda aquela tristeza?!...
Só porque quebrada esta saudade,
que em teus braços amortalho!
.
Alfonsina y el mar - Los Sabandeños & Camila Cafrune

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

SIGO...



Ninguém pode construir em teu lugar

as pontes que precisarás de passar para atravessar o rio da vida.

Ninguém, excepto tu, só tu.

Existem, por certo, atalhos sem número,

e pontes, e semideuses,

que se oferecerão para levar-te além do rio,

mas isso te custaria a tua própria pessoa:

tu te hipotecarias e te perderias.

existe no mundo um único caminho

por onde só tu podes passar.

Aonde leva?

Não perguntes, segue-o!

Texto de: Friedrich Nietzsche

.

Vou descalça sobre os espinhos,

despida de preconceitos,

aberta a qualquer desfecho,

apaixonada,

livre.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

PENSAMENTO


O único destino é aquele aonde os nossos sentimentos nos levam.
Não existe outro... por mais que lutemos!
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The Human game - Lisa Gerrard

sábado, 2 de fevereiro de 2008

THE VEILS - RUNAWAY FOUND / OUTROS...

The Veils - Runaway found

Lloyd Cole And The Commotions - Rattlesnakes


The Cult - Best of Rare Cult

Pure Reason Revolution - The Dark Third


James - Getting Away With it - Live
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As escolhas da semana




PROCURO O SEGREDO DO TEU CHEIRO.


Passou a minha hora... Passou a minha hora... Passou a minha hora...
Conta-me histórias - Clã

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

POR QUEM SOIS!

Como é do conhecimento de todos, estreou mais uma novela, muito apreciada pelo Público em geral, devido ao facto de ser protagonizada pelo famoso actor José Sócrates, outrora arquitecto de província, actualmente candidato a engenheiro de obras internacionais.
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Quanto ao enredo, ainda há muito para descortinar, pois que, pelas imagens, transmitidas apenas podemos apurar que tudo se passa nos anos 80, lá pela Beira Interior, quiça sob um sol abrasador ou grandes nevões, mas, probavelmente na curte dos grandes sons musicais da época.
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Refere o PÚBLICO no seu artigo que «embora se trate de uma prática sem relevância criminal, as chamadas "assinaturas de favor" em projectos de engenharia e arquitectura, constituem uma "fraude à lei, no entendimento do penalista Manuel Costa Andrade».
No meu modesto entender, se uma pessoa está impedida por lei de fazer um determinado trabalho e ainda assim o faz, contornando as disposições legais, então, de facto, está a cometer uma fraude à lei.
No caso concreto, a ser verdade que se trata de assinaturas de favor, esta situação configura isso mesmo, uma fraude à lei, pois é óbvio que se trata de um expediente pseudo-legal para tornear as disposições legais que proíbem o projectista de fazer o projecto. E fraude é crime. Quem pratica uma fraude, pratica um crime. Tanto mais que, nestes casos se obtem proveitos patrimoniais, que é o preço do projecto. E a assinatura serviu de instrumento essencial á pratica daquele crime. Daqui resulta ter havido co-autoria material do crime (se efectivamente ele se deu, refira-se, pois trata-se de especulações). Porém, a irrelevância penal resulta do facto de não estar previsto no Código Penal. Ou seja, fraude é crime. Mas só são criminalmente penalizadas certas fraudes.
Se fugirmos ao fisco com uns cêntimos e formos descobertos somos logo julgados, porque é fraude fiscal. Mas se fizermos umas quantas assinaturas apenas para ajudarmos um colega (e, se calhar, recebermos uma percentagem do beneficifio proveniente do crime), isso é amizade.
Por hoje é tudo.
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I don't want you on my mind - Mick Harvey