terça-feira, 28 de dezembro de 2010

POR TERRAS TRANSMONTANAS




Está um frio de rachar, parece que o mundo inteiro se uniu pra'me... acalmar! Só falta a neve. Tenho a família - não é toda, mas aquece - tenho o meu Tobias, já tive cá o meu amor e tenho estas paisagens maravilhosas. Olhando para toda esta beleza, só posso dizer que Deus passou por aqui. E digo eu, que nem sequer acredito em Deus!

Se não voltar ao blog durante as férias, deixo os meus votos de umas felizes entradas em 2011, de um ano Grande e cheio de alegria e amor para todos. A todos o meu obrigada pelo carinho que me têm demonstrado. Beijinhos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ESTE TEXTO É MERA FICÇÃO

Foto de Henrique.- Mirandela.
Quando vou à terra costumo sentar-me nestes bancos a olhar o rio. Dentro de dias sentar-me-ei aqui e estarei com muita nostalgia e muito amor, a respirar intensamente.

Foto de Henrique.- Mirandela.
Onde o outono encerra a maior das belezas.
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"O amor é um contentamento descontente." Não fui eu que o disse, foi o Camões, há muito, muito tempo, Assim se mantém!
A lua está cheia e brinca ao esconde-esconde, aproveitando as núvens que passam. Na lua cheia- não é novidade -começo a uivar. Cá dentro, bem entendido. Há uma explosão de sentimentos e de palavras. Mas é melhor calares-te! Batem numa parede e caiem no chão, em puro desmaio. São meros remates à trave, ao lado ou por cima. Estás fora de jogo!
Pergunto-me se sou uma tola ridícula! Se existirá alguém capaz de corresponder aos golpes mais súbtis, aos arremessos mais audases, às provocações mais disfarçadas?
Não há como entender uma gaja! Céus! Hoje faz-me falta um pouco de poesia e audácia. Não me basta a ternurice. Preciso de palavras que vibrem, que me cortem a boca e o peito, que me inundem as veias e me expludam nas entranhas. Preciso de frases que me desloquem o coração, me arranquem as tripas e me virem do avesso. Canso-me do eco das minhas palavras não escutadas. Farto-me de palavras sem resposta, da quietude do silêncio, dos sussurros incompreendidos.
O amor é um contentamento descontente! Ao menos sabes disso? Sabes que é preciso a chuva, necessário o abalo do vento, a intempérie, o tornado e a força do sol?
Diz-me, diz-me... dá-me palavras intensas... antes que morra!
Preciso do teu sopro, um pouco do teu ar.
Eu fecho os olhos para te respirar.
Não me deixes morrer! Deixar morrer é tão simples! Quão difícil é dar vida e amemtá-la!
Para cada um, um precipicio. Seguras-me ou deixas-me ir?
Nunca saberás, pois não?...
Eu também não!

sábado, 18 de dezembro de 2010

BANALIDADES

Esta noite estou sozinha com o meu Tobias que está aqui aos meus pés bem em frente ao aquecedor. Os meus homens foram ambos para a farra. Um foi a um jantar de natal e o outro a uma festa de aniversário. Decidi matar o tempo a arranjar a árvore de Natal. Ficou bonitinha, não ficou? Não me esqueci do presépio, nem do Pai Natal. E está ali uma prendinha que foi o meu amor que ma entregou a noite passada. Já não o volto a ver tão depressa, vai para Castelo Branco amanhã e já fica lá para o Natal com a família. Eu vou para Trá-os-Montes na quarta-feira. Depois do Natal, se puder, ele vai lá ter comigo, vai ser muito agradável poder mostrar-lhe a minha terra.
Hoje sinto-me extraordináriamente bem. Estou a atravessar uma fase óptima na minha vida, por conseguinte, não tenho inspiração para escrever. Na verdade, é o desalento, a nostalgia, a dor e a saudade que me servem de inspiração para as frases bonitas, para os poemas pirosos ou os textos dispersos. Sinto necessidade de escrever, mas não sei o quê, não sai nada. Sai isto!



Os dias têm estado assim, escuros, com nevoeiro e frio. Esta é a vista da janela do meu escritório, na terça-feira às três horas da tarde. Ontem de manhã estavam dois graus. Não é habitual as temperaturas descerem tanto por aqui. Até parece que estou na minha terra. Arre!
Está um frio de rachar lá fora. Fui agora com o tobias à rua, está uma grade ventania, chovisca e o ar é gelado. Fiquei a tremer. Agora vou vestir um pijama, esticar-me no sofá, no quentinho e vou ver filmes até já não aguentar os olhos abertos. A todos um bom domingo.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

POEMA INCOMPLETO


Na parede destes olhos, um retrato,
pregado num primeiro olhar.
Imóvel, fixos, como túmulos,
o retrato e os olhos
a que não voltarás quando forem vidro,
estilhaços, água.
Sabem que vão morrer
quando forem líquidos os olhos
e o retrato gota de sangue,
dor a escorrer abandonada.
O espinho és tu,
cravado nestes olhos nus,
parados, parado, amado.
Tudo o resto é flor, é campo, ave.

EU GOSTO É DO VERÂO


Abomino a arrogância. A mania de quem sabe tudo e de quem tem sempre razão com a máxima de que vale mais a morte do que um braço torcido. Quem não sabe ser humilde jámais saberá ser justo com os outros e generoso, no verdadeiro sentido das palavras. Porque só conhece um prato da balança que é o seu e quando dá, fá-lo para ser admirado e não para beneficiar alguém.

Destesto a pedinchice. É certo que quem não chora não mama, mas há pessoas que levam a vida a chorar e a mamar em todo o lado e sem necessidade disso. Vestem a capa de coitadinhas e lá vai mais uma mamada aqui, mais uma mamada li. E mamada a mamada enche o mamão o papo!

Não suporto a graxice. Uma escovadela no ombro, uma lambedela nos pés e um arzinho de cão caseiro fiel ao amo e pronto a fazer tudo. E venha a nós o que nos interessa, ainda que rastejemos!

Entristece-me a burrice. Que de burros todos temos um pouco numa ou noutra matéria, ainda que o não saibamos, precisamente porque somos burros. Mas aquela burrice tacanha, disfarçada de analfabetismo- não estudei, mas não me lixam! - é que me incomoda. Porque nem todos são doutores e nem todos estudaram apesar do canudos, mas qualquer um ganha instrução, se fizer por isso.

Estes predicados todos reunidos numa só pessoa, tiram-me do sério! E ter de aturar essa pessoa de vez em quando, é obra para um grande engenheiro - tipo o Sócrates. Por isso, hoje zamguei-me. Raramente me zango. Lido com muitas pessoas no dia a dia e acabo muitas noites a suspirar, a pedir a deus que me dê paciência e sabedoria para as entender e respeitar.
Mas hoje, disse a uma mulher: "A Senhora é teimosa, arrogante e não tem o menor sentido de justiça. Usa as pessoas e é capaz de tudo para sobreviver da melhor forma. A sua vida tem apenas um sentido único, o seu, aquele em que circula e para o qual se dirige. É por isso que a sua vida é cheia de dissabores. Vê os espinhos, mas não consegue ver a rosa. Anota o que dá, mas não consegue contabilizar o que recebe. Passa a maior parte do tempo a chorar as perdas, mas é incapaz de se congratular com as beneces. Desculpe, mas não tenho paciência para si. Estou cansada de falar consigo, porque tudo o que lhe digo bate-lhe na testa, faz ricochete e perde-se no ar. Não me peça mais favores. Desejo-lhe umas boas festas e peço-lhe que medite sobre a sua vida e sobre si mesma. Vem aí um novo ano, talvez seja uma boa altura para mudar alguma coisa. Vá para casa reflectir." Dei-lhe dois beijos e virei costas.

Raramente me zango! Mas esta dor de cabeça que já dura há dois dias e as hormonas às voltas dentro de mim, por via do periodo menstrual que está mesmo à porta, deu nisto! E a mulher anda a dar comigo em doida, aliás, já aqui falei dela uma outra ocasião, há relativamente pouco tempo, também por me ter tirado do sério. É minha cliente, mas à custa de se fazer passar por coitadinha nunca lhe cobro nada. Concluo que vive melhor do que eu, que sabe viver muito melhor do que eu!
Agora estou prá'qui com a cara dela estampada na minha cabeça, parecida com um cachorro que acabou de levar uma tareia do dono! Estou cheia de remorsos! Até dou comigo a falar alto sozinha! Não sei se por via do que lhe disse, se por via das hormonas andarem em guerra aberta no colo do meu útero!
O melhor é ir dormir e esquecer o episódio, pois só lhe disse, com sinceridade, aquilo que penso acerca dela. Creio que ela até não se zamgou comigo, pois agradeceu e deu-me um abraço, com lágrimas nos olhos, magoada possivelmente. Pronto, estou lixada! As hormonas e os remorsos já me estragaram a noite!


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

SAUDADES

Este é, sem dúvida, o albúm que mais ouvi este ano e o que mais gostei.



Esta é, sem dúvida a melhor música/canção de 2010 e arredores.

Hoje tenho uma daquelas dores de costas e de cabeça fantásticas, melhor dizendo, fantasmagóricas, que tudo me perturba, mas é preciso viver, trabalhar, ir às compras e, porque não, escrever. Com ou sem dor de cabeça, não posso parar. Hoje ficava na cama a ouvir música, baixinho, no calor dos lençóis, a ronronar, se pudesse, mas não posso. Hoje o dia está nublado, neblinado e frio. Disseram-me que em Castelo Branco está um dia bonito e que lá só apetece passear. Era lá que gostaria de estar agora, mesmo com esta malvada dor de cabeça e costas. Estou gelada, mas o calor do aquecedor perturba-me. Esta música maravilhosa aquece-me. Andam gaivotas em redor da minha casa. É assim nos dias de chuva ou nos dias nublados, elas vêm do mar a 8 quilómetros daqui e sobrevoam as ruas. Às vezes há uma ou duas que se juntam aos pombos e aos pardais na apanha do pão. Ontem de manhã, uma delas rasou a minha janela várias vezes, por causa do pão. As asas abertas, para cima e para baixo, em circulos. Era enorme! Não encontrei a máquina fotográfica! Fiquei fula. O putou anda com ela na mochila, roubou-me o vício e a máquina. Fui buscar o telemóvel, tenho um telemóvel novo que tira fotos muito boas, mas esqueço-me disso, porque a máquina é sempre outra coisa. Mas a gaivota, entretanto, fugiu. Gosto das gaivotas nestes dias cinzentos. Gosto de ti, mais do que das gaivotas. Sabes disso, não sabes?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

...

Foto de Pedro - Mirandela

Observas-me enquanto faço desenhos no prato com a maionese. Tentas adivinhar aquilo que tenho para te dizer. Antes de ti não comia maionese e desde a sopa de letras que não desenhava no prato. Enches o copo com o vinho frisante e trazes-me a espuma à boca, a boca à boca. E dentro dela ponho um punhado de palavras. Sei, pelo brilho do olhar e a largura do sorriso que lhe tomaste o significado. Sabes agora a que sabem as palavras?

domingo, 12 de dezembro de 2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

...


- Tenho dificuldade em demonstrar o amor que sinto e ainda é mais difícil dizê-lo. - Disse ele.
- Tu adoras carros, daí a metáfora que vou usar. Tens um excelente carro, o volante nas mãos e uma estrada à tua frente. Se não aceleras não podes aferir das potêncialidades do mesmo. Se não ouves o motor a trabalhar não sabes como ele se sente e o que tem para te dizer. Se não o tratas bem ele vai ficar com marcas e desvalorizado. Se não o usas como deve ser ele vai desejar ter um dono que lhe dê o devido merecimento. Por isso, dá-lhe de beber, muda-lhe o óleo as vezes necessárias, mantém-o limpo, usa-o bem e com prazer, não o guardes demasiado tempo na garagem, evita os acidentes, nunca o emprestes pois não sabes se ou como te será restituído. Estima-o porque ele é único. Para concluir: as pessoas valem bem mais do que os carros e têm ouvidos que precisam de música e de palavras. Por isso, trata-as melhor do que tratarias um excelente carro e canta-lhes o amor. Se não souberes cantar o amor, sussurra-o, escreve-o, declama-o ou grita-o, mas não te cales. Calar o amor é consentir a solidão, concordar com coisa nenhuma. - Disse ela.

SOLIDÃO PLATÓNICA

Foto de Pedro - Mirandela
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Antes dele havia ruas barulhentas e pessoas em movimento desatinado. Havia o vento que assobiava nas árvores e a chuva que cantava nas janelas. Antes dele havia rios a correr para sul e nuvens que marchavam para o mar. Havia as sombras nas noites e manhãs que despertavam pelos quartos. Antes dele havia os nevoeiros à tardinha e as curvas das estradas. Havia aviões a riscarem o céu e o sol a descer pelas montanhas. Antes dele havia os violinos e os cubos de gelo a tilintar no gin. Havia os mal-me-queres nas bermas dos caminhos e os livros de Tolstoy nas bibliotecas. Antes dele havia os sonetos de Camões e as passeatas ao domingo. Havia combóios apinhados de gente e barcos a apitar no cais. Antes dele... a vida. A vida monotona, a vida alegre, a vida triste, a vida a cores, a vida cinzenta, a vida...
Depois dele NADA, o silencio. O silencio e NADA mais.
Ela quis muito amá-lo. Amá-lo pelas ruas barulhentas, por entre as pessoas. Amá-lo contra o vento e à chuva. Amá-lo nos rios, nas nuvéns e no mar. Amá-lo à noite e de manhã ao despertar. Amá-lo no nevoeiro e nas curvas das estradas. Amá-lo até ao céu ao sol e às montanhas. Amá-lo ao som do violino, ao sabor do gin, a tilintar. Amá-lo nas bermas dos caminhos sobre os mal-me-queres, nas bibliotecas e nas passeatas aos domingos. Amá-lo nos combóios e no cais. Amá-lo... como amam todos aqueles que amam...
Ela está entre as coisas e o silêncio. Ele não existe. Tudo é AUSÊNCIA.
AUSÊNCIA, silencio, NADA.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Linda, não é? Don't leave my mind...

Este também não me está a soar nada mal!

Este som também está a condizer comigo neste momento.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Gosto disto. O ritmo condiz com o que sinto no momento a letra não sei do que trata.

SUPREME SOUL



Este grupo é de Lisboa. Gosto imenso desta música, acompanha-me.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O AMOR TAMBÉM SE ABATE


Ontem, ao final da tarde estava a conversar com uma amiga, quando ela recebeu uma mensagem do namorado. Ficou branca. Mostrou-ma e perguntou-me como é que eu interpretava aquilo. Não soube responder. Disse-lhe que o melhor era perguntar-lhe a ele. Ela foi para uma outra sala e ligou-lhe. De repente ouço uma espécie de choro e gritos! Fui ver o que se passava e ela estava em pranto caída sobre o cadeirão! Acabou tudo! Assim, de um momento para o outro! Finito! Já não te amo! Quero sentir-me livre! A nossa relação não tem futuro! Olé!

Arre! Que puta de vida! Ainda a semana passada tinham tirado uma semana de férias juntos no estrangeiro. Quando regressaram ela vinha com um ar divinal e eu exclamei: "Meu deus! O que o amor faz às pessoas! Torna-as muito mais bonitas! Dá-lhes juventude e um brilho esplendoroso!" A semana passada!

De um momento para o outro tinha um trapo velho, jogado no lixo, mesmo ali, à minha frente. A dizer: "Dói tanto, dói tanto! O que é que eu faço à minha vida? Como é que eu páro esta dor, como é que eu vou superar isto?" Não tenho palavras! Nada me ocorre num momento destes! E nada serve de nada, bem o sei. Conheço essa facada que atravessa o corpo e nos leva todo o sangue.
Trouxe-a comigo para casa e ficamos a conversar até à noite.

- Como é que vou sorrir para os meus filhos! Achas que eles vão dar conta?

- Vais conseguir sorrir porque para os filhos nós temos sempre um sorriso, até nos momentos mais difíceis e as crianças não reparam nessas coisas, estão entretidas com o mundo deles, não te preocupes. - Tentei sossegá-la

- Como é que é possível! Há dois meses atrás ele pedia-me "nunca me deixes", e agora faz-me isto?! - Disse banhada em lágrimas.
- Não sei! Nunca entendi os homens! Nunca poderei entender os homens! Têm comportamentos absolutamente inexplicáveis! Espero tudo de um homem e não espero nada! É assim que encaro a minha relação e o amor - Hoje é, amanhã não sei o que será. Vivo com a maior das intensidades. Mas não espero que seja para sempre. E estou preparada para mais um golpe. Chegamos a uma dada altura que já não custa tanto. O amor passa a ser uma ferida aberta, parece que nunca cicatriza, porque vem mais um e dá mais uma pancada. Habituamo-nos!- Respondi.

-És capaz de ter razão. Não posso acreditar no que me está a acontecer! Se visses a frieza dele! Tem consciência da dor que me está a causar mas falou com uma insensibilidade! Afinal porque é que andava comigo? Sinto-me tão envergonhada! Como é que eu vou encarar as pessoas?

- Tens vergonha de quê e porquê? - Perguntei-lhe constrangida com a crise de choro .

- Porque eu andava tão feliz... dizia a toda gente como me sentia feliz e que ele era um homem maravilhoso. Que lhes direi agora? Que vergonha!
- Céus! É por isso que tens vergonha! Amar e estar feliz, estar feliz e mostrar aos outros que se está feliz. Afinal não é a coisa mais natural do mundo? Nínguém consegue esconder a felicidade que o amor nos dá, ela reflecte-se nos olhos e os lábios não param de sorrir. E não dá vontade de contar a toda a gente, de cantar e dançar na rua, de falar alto, cumprimentar todas as pessoas que passam por nós...? Como é que podemos ter vergonha de nos termos sentido assim? É o melhor sentimento que podemos ter... - Tive de me calar que ela já estava a esboçar um sorriso mas, de repente voltou às lágrimas e ao desespero.

- Sinto tanta vergonha! O que é que eu vou dizer ás pessoas?

- Nada, deixa as coisas acontecerem naturalmente, só isso. Não temos de ter vergonha de nada. As relações são assim, o amor é assim!

Quando comecei a sair com este namorado eu julgava que ele era mais velho do que efectivamente é. E ele julgava que fosse mais nova do que efectivamente sou. De maneira que, quando ele me disse a idade, eu ia caíndo da cadeira. Pedi-lhe o B.I para confirmar. Catorze anos mais velha do que ele! Ia-me dando uma coisa! E agora? O que faremos! Fiquei desolada! Que vergonha! Como é que ia dizer às pessoas a idade dele? Ou ele a minha? E ele só repetia "Eu gosto de ti. Eu não quero saber da idade, não me importo com isso. As pessoas não são números, são o que são. E eu gosto de ti. Não quero saber dos outros. Que importa o que os outros pessam ou não pensam". E eu também gosto dele. Ele é tão delicioso! Quando me perguntam a idade dele eu ainda respiro fundo, disfarçadamente, para responder. Mas, sinceramente, nada no amor nos pode envergonhar. Todas as pessoas que me conhecem sabem como eu ando feliz desde há três meses para cá. E creio que todas as pessoas que não me conhecem também o sabem, porque nota-se no rosto. É impossível esconder a felicidade! Se isto terminar eu ficarei muito triste. Porque ter vergonha? E que nos importam os outros ou o que os outros pensam de nós?
Estas situações inesperadas que nos causam tristeza profunda fazem-me pensar ainda mais, o quanto é importante viver um dia de cada vez, viver o agora, aproveitar intensamente cada momento.
É que, a felicidade pode ser uma estação do ano. A vida pode ser um pesadelo para o qual despertas. O amor pode não ser o amor. Por outras palavras:
A vida é dura e o amor é fodido!

HÁ COISAS QUE NOS DESPERTAM


Hoje não é um dia qualquer. Hoje não é uma data especial, pelo menos para mim. Mas hoje, melhor dizendo, esta noite, por razões que amanhã explicarei se tiver tempo, porque amanhã à tardinha, melhor dizendo hoje parto para Sintra e só regresso domingo à tarde, só me apetece dizer: amem intensamente, como se fosse o último dia, porque nunca sabemos quando é que o amor tem morte súbita, ou nós finamos.
Estou de regresso à música, muita música, música muito maluca, música de todos os tons. Estou de regresso a mim. Não espero nada de especial desta vida, apenas um dia de cada vez e que cada dia vibre de uma ou de outra forma, por esta ou por aquela razão.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

NORMALIDADE


Ontem sentia-me em baixo, sem razão nenhuma, andava como o tempo! Ao final da tarde ligou-me uma amiga: - Estou com uma neura do @! Já bebi duas cervejas e preciso de companhia- Disse-me ela. Boa! Já eramos duas! Veio jantar comigo e depois propus irmos a um bar aqui perto onde só passa música dos anos oitenta e se dança.
Ela é casada mas em vias de separação porque se envolveu com um amigo. O marido descobriu e deu-lhe um tempo para se decidir. A dada altura da noite perguntei-lhe:
- Achas possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo?
- Se acho possível? Tenho a certeza. Olha para mim. Eu gosto dos dois. Por mim ficava com os dois, só assim é que era feliz. O meu marido é que não quer, o outro não se importava. - Respondeu.
- E achas que é normal gostar de duas pessoas ao mesmo tempo?
- Deve ser, pois eu acho que não sou anormal. Ou se calhar sou! Não sei! O que é que tu achas?
- Não sei! Às vezes a normalidade é uma coisa estranha! - Afirmei.
- Se o meu marido aceitasse, até era um homem feliz, porque eu andava feliz e fazia-o muito feliz a ele. Assim, andamos todos na merda, numa tristeza profunda. E eu não posso, porque não consigo, decidir-me. De qual gosto mais? Amo os dois! - Disse desolada.
- A vida encarregar-se-à de decidir por ti. - Disse-lhe eu. Porém, pensei que, certamente, ela acabaria sozinha. É que há pessoas e são muitas, que gostam de aventuras, não sabem ser fieis. Estou convicta que aquele que trai uma vez, facilmente volta a trair. É um comportamento reiterado e reíncidente. Se ela optar pelo amante, um dia trairá o amante, se ficar com o marido, um dia voltará a ter um outro amante. Não tem de, necessáriamente ser assim, mas acredito nisto.

As pessoas vivem vidas duplas! Estive casada muitos anos e era tão apaixonada pelo meu marido e sentia que ele o era por mim, a ponto de não conceber a ideia de ele alguma vez me traír. Só quando me divorciei é que percebi a vida dupla que o mesmo fazia. Ele saía frequentemente para bares e discotecas enquanto eu ficava em casa a zelar pelo nosso filho. Aí engatava gajas e dava umas quecas em casa delas ou no carro. Tem sido dificil aceitar que vivi uma vida que, afinal, era um teatro, e eu era o único actor que levava a peça a sério. A realidade, não é a realidade! A normalidade, também poderá não o ser. Uma destas noites entre amigos e copos, fiquei a conhecer mais umas quantas aventuras do meu ex-marido. Ele estava presente, senti-me revoltada, mas disfarcei muito bem. Sou de um orgulho extremo e sei camuflar completamente o que sinto. Quando me despedi de todos e lhe ia dar dois beijos no rosto ele pediu-me um beijo na boca! Olhei-o com pena. - Tem juízo! - Disse-lhe eu. - No mínimo deverias ter vergonha e respeito. Ele pediu desculpas e eu virei costas. Não há vergonha e não há paciência!

Os bares são locais de engate, nitidamente. Duas mulheres sozinhas e há logo uma catrafada de gajos de volta delas! Elas só têm de escolher, se quiserem! E quem são estes homens? São solteiros, são casados, têm namorada? Quem o sabe? E quem o quer saber?
- Por amor de deus! Descontrai. - Disse a minha amiga enquanto se exibia sedutoramente para dois gajos que se colaram a nós. - Estamos aqui para nos divertirmos e isto está cheio e de homens giros.
Pode parecer ridiculo, mas ninguém mexe com a minha reputação. Sou muito ciosa da minha imagem e tenho tentado ao longo da vida que a minha imagem seja, de certa forma, em espelho daquilo que eu sou na verdade.
Estava completamente descontraída e estava a divertir-me. Só que detesto dar nas vistas, pela negativa, se assim se puder entender. Além disso estava na minha zona, ali estavam uns vizinhos, além um primo, um cliente e eu preservo imenso a minha reputação.
- É pá, o dos cabelos compridos está-te a chamar, quer que dances, quer falar contigo. Podes ao menos olhar para ele?
- Não. - Respondi.
- Porquê?
- Porque já o vi muito bem e é uma verdadeira tentação. E sendo uma tentação, o melhor é evitá-la. É assim que se evitam as infidelidades. Só vim aqui para ouvir música, conversar e beber uns copos.
Raios me partam! Quando saí dali tive a nitida sensação, quase a certeza que, se eu tivesse tido outro comportamento mais aberto, a minha amiga não teria saído dali comigo, mas muito melhor acompanhada! É por isso que digo, com convicção, que os comportamentos das pessoas são lineares. Há quem viva vidas duplas e, seja como for, seja com quem for, sempre viverão vidas duplas. Não se trata de gostar ou não gostar de uma pessoa, são formas de estar na vida. E são demasiadas as pessoas que assim vivem! E quem o sabe?! Só os melhores amigos, nunca quem os ama, esse é sempre o último a saber!

Não confio em ninguém!
Usem o preservativo, sempre.

CONTRA A SIDA

Esta noite, num Bar, andavam a distribuir isto.

E dentro disto estava isto.

E dentro disto ainda estava isto.

EU USO. E TU?

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