segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

MOMENTO


(Estas são as primeiras palavras.
Não sei como dizê-las, como mostrá-las.)
A minha mão na tua...
traço de ternura.
Quero FICAR.
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Beijo a tua, a nossa Joaninha... passo-a pelo rosto.
Sinto-me feliz.
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Gravity - John Mayer

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

CONFIGURANDO 2007


Estou de férias, mas nesta altura o tempo voa e nem damos pelo passar dos dias. Aproveito para dar uma olhada ao ano que acaba e reflectir um pouco sobre a vida.
Se 2006 foi mesmo um dos piores anos da minha vida, o 2007 também não foi grande coisa!
Se em 2006 aprendi que "o amor não é eterno mas pode ser infinito" e que "grandes paixões acarretam grandes sofrimentos", em 2007 aprendi que só vive quem arrisca e que grandes perdas abrem caminho a grandes ganhos.
Vivi, com muita angústia, pouca satisfação, algum prazer, pouca moderação. Andei perdida, desencontrada, pouco inspirada, sem objectivos, presa. Porém, os últimos três meses permitiram-me alguma mudança, um certo reencontrar comigo mesma, através da reflexão, meditação, olhar mais atento e libertação. Essencialmente olhar mais para fora, para os outros , para a natureza e menos para dentro, para o ego. O que permite absorver mais vida, mais equilibrio, menos sofrimento, menos neurose. Estabelecer regras, delimitar campos de actuação, definir ambições, marcar caminhos, fechar e abrir capitulos.
Penso que encontrei o amor novamente. Despido de receios. Um amor calmo, crescente, onde o diálogo, a brincadeira e a partilha ocupam um grande espaço.
2007 foi um ano fracote nos negócios, instável, pouco produtivo. Espero que o ano vindouro me traga (a mim e a todos os portugueses) maior estabilidade e conforto económico, me permita retomar a qualidade de vida que tenho vindo a perder e possa respirar de alívio. Pois é certo que a felicidade não depende do dinheiro, mas a infelicidade pode depender exclusivamente dele.
Estou a ouvir "when no one cares" dos Junior boys e a arrepiar-me toda, mesmo sem perceber nada da letra! Que belíssima canção, música ou o que quiserem! Que belo momento!
Se "So this is goodbye" dos Junior Boys pode muito bem ser considerado um dos melhores ou até mesmo o melhor de 2006, já quanto a 2007, a escolha é dolorosa. Foi um ano estupendo no campo musical, de tal forma, que não consigo decidir-me. Se numa hora me decido por um, na hora seguinte já me decido por outro, e a lista é enorme! Vou deixar aqui a lista dos preferidos, sendo que a ordem é, de certa forma, aleatória. A mim acontece-me gostar de diferentes estilos que ouço consoante a hora e o estado de espirito, o que dificulta muito a escolha. Então aqui vai:
- "Neon Bible" - Arcade Fire
- "An End Has a Start" - Editors
- "Our Love to Admire" - Interpol
- "This Is For Ever" - She Wants Revenge
- "Wincing The Night Away" - The Shins
- "Anytown Graffiti" - Pela
- "23" - Blond Redhead
- "In Rainbows" - Radiohead
- "Part' Monster - Piano Magic
- "Woke On a Whaleheart" - Bill Callahan.
E agora que venha o 2008.
Cá estou, muito confiante, para o receber.
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Wake up - The Arcade Fire & David Bowie

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

FESTAS FELIZES

DESEJO A TODA A GENTE UM BOM NATAL.
AMEM MUITO.
DIVIRTAM-SE IMENSO.
SEJAM FELIZES.
FAÇAM ALGUÉM FELIZ.
E FAÇAM DA VOSSA VIDA UM NATAL.

FEBRE DE CONSUMO E MARKTING


Estamos num tempo em que tudo é supostamente mais fácil. As máquinas fazem quase todo o nosso trabalho. Temos computadores que nos permitem trabalhar, conviver e nos dão todo o tipo de informação. Queremos qualquer coisa, pegamos nos telefones e e acedemos a uma série de serviços. Os agentes de seguros batem-nos à porta e impingem-nos seguros para tudo. As operadoras de comunicações telefomam-nos todos os dias e oferecem-nos toda uma série de promoções. Vamos na rua e somos abordados por uma várias pessoas que representam entidades de crédito, empresas prestadoras disto e daquilo, produtos desde máquinas a colchões e ainda dão prendas!
Não temos de fazer quase nada para obter tudo. Basta assinar uns papeis que, por vezes nos chegam pelo correio após conversa telefónica da qual já nem nos lembravamos e que nem sabemos bem para que efeito. E depois... vemos o dinheiro a desaparecer das nossas contas em prestações mensais, sem saber para onde.
Todos os dias sou contactada por pessoas que se queixam de situações destas, alegando burla. Quero alertar para o facto de que, o consumidor que se considera lesado, raramente tem razão. A razão que alega é meramente moral, não judicial. E a moral não cabe nesta sociedade consumista em que o marktig agressivo é um verdadeiro predador.
Depois de assinar um contrato, numa hora infeliz, em que até ia apressado para o trabalho e nem sequer percebeu que contraía um empréstimo bancário para aqduirir um produto de que até nem necessitava e julgava ser outra coisa, pouco há a fazer. O consumidor tem 14 dias para se retratar e resolver o contrato pelo arrependimento, mas, normalmente, quando a cópia lhe chega às mãos e enquanto tenta, desesperadamente, perceber no que se meteu, telefonando hoje e amanhã, chamadas encaminhadas para esta e aquela e a outra pessoa, já passou o tempo. E vê-se obrigado a cumprir um contrato, por vezes durante anos, daquilo que eu chamo, coisa desnecessária ou até coisa nenhuma.
E atenção, porque, quando o consumidor usa atempadamente do direito de resolução, sucede muito frequentemente receber telefonemas ou mensagens do género: "Parabens, o seu produto já se encontra disponível, esteja atento, irá recebê-lo nos próximos dois dias." Lá vai o consumidor perder uma tarde inteira a ligar para o atendimento ao cliente, atende-lhe uma voz metálica e leva música durante uma hora. A seguir o blá, blá: "Não percebo, eu cancelei o contrato, desisti, porque razão recebo esta mensagem?" - "Bom... tenho de passar a outro sector, aqui não consta a desistência." - Mais uma hora de música. Atende outra pessoa: "Vou então registar a desistência. Mas tenho de anotar o motivo." - "Minha srª, eu já enviei carta com tudo isso." - "Lamento, mas o procedimento é este. Só assim se pode formalizar a desistência do contrato" Os nossos nervos ficam abalados para o resto do dia, o que se reflecte no trabalho e até na família, mas assunto resolvido. Dias depois, enquanto jantamos, tocam à campaínha e entra um técnico a dizer que vai instalar os serviços!! E então são dias perdidos ao telefone. Passado algum tempo chega a carta do advogado. A seguir a carta do banco. Uma série de incumprimentos. Duas acções judiciais em vias de nos limpar a conta bancária, tirar o apetite e o sono durante muito tempo. Acabamos por perder sempre, porque acabamos sempre por pagar.
A vida que hoje nos parece tão facilitada, é a vida do stress e do desespero, é a vida dos soníferos e antidepressivos.
Temos de estar alerta para este tipo de situações que estão a afectar uma considerável percentagem de população, essencialmente urbana. Que ninguém assine nada sem ler muito atentamente e sem ser devidamente esclarecido. Que não se façam contratos verbais por telefone ou internet, sem primeiro tomar conhecimento efectivo do produto e as condições de acesso, pagamento, e duração do contrato, porque estes também vinculam. É bem mais fácil estabelecer prioridades, lista de necessidades e ser o próprio a contactar os fornecedores. Burlas não são, é tudo limpinho, mas escuro, porque se faz de olhos fechados.
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Quero descansar, longe destes dias, por uns dias.




quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

SOLTAS PALAVRAS


Estou onde o sol repousa,
não no fim de tarde
mas no amanhecer.
Dispo-me translucida,
delicada transparência de sentidos,
formatura de certezas sem recuos.
Que a vida seja toda este instante,
circulo, sem arestas,
onde as frestas renovam o ar.
Trágico é o ar atmosférico plano,
acumulado nos cantos dos cubos,
fechados, irrespiráveis,
aquém ou além do amor.
Aquieto-me, sorrateiramente,
nos teus braços.
Adormece no meu sono.
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Love thing - Joe Satriani

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

PALAVRAS SOLTAS


Arrasto-me calada,
só para beijar a areia onde a onda bate
e me transborda.
Solto-me em fragmentos
onde a rocha estilhaça e se faz pó.
Danço em nuvens molhadas de prazer
e chuvas finas de desejo.
Madrugo no sorriso
e espreguiço-me ao primeiro toque.
Mistura-me
e faz de mim o teu dia.
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Count souvenirs - Junior Boys

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

RASGOS


Sinto esta culpa de me sentir feliz!
Idiota...!
Mas culpa crua, porque te abandono à tua tristeza e te troco pela minha felicidade. E enquanto me bamboleio pela nova vida, voluptuosa e sonhadora, digo-te não, que as tuas sombras já não cabem nos meus dias. E depois, pela tardinha, sento-me sobre o pensamento, a teu lado, só para te dizer que sou culpada porque estou feliz.
Deverias ter-me abandonado por estares feliz, como hoje estou. Mas não, tinhas de o fazer por estares triste, com o armário carregado de esqueletos de tudo quanto mataste no passado. Arranjaste para mim um espaço no armário de onde me desenterravas de vez em quando...
Renasci, e heis que me sinto culpada! Por abandonar o teu armário escuro...
Queria deixar-te para trás com um sorriso no teu rosto e sol em vez de sombras...
Não sei como te dizer, nem o que te dizer!...
E, afinal, tu sempre me disseste (friamente): "Não esperes nada de mim. Nunca te amarei. Mas gosto muito de ti."
Então lá vai: "Não esperes mais nada de mim. Já não te amo. Mas gosto muito de ti."
Poderei largar a culpa que vem não sei de onde?
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Cuts you up - Peter Murphy

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

PANDA BEAR E OUTROS...

Panda Bear - person pitch

Devotchka - How it ends

Franz Ferdinand - You cold have it so much better


The Clasch - Sandinista (Disc 1 e Disc 2)


Nouvelle Vague - Band A' Part
As escolhas da semana




quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

BOA NOITE


O fim de semana promete.
E eu prometo a mim mesma.
Só por isso... esta noite...
música, copos and cigarrets.
(Estava a ficar destreinada e não quero perder o jeito.)
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Josephina - Gene Loves Gezebel

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

CATIVAR - II


Cá estou eu de novo a questionar-me sobre o significado de cativar.
Parece-me que cativar é ficar preso a alguém ou prender alguém por um sentimento intenso, usando de um certo ritual diário, criando uma certa responsabilidade moral e emocional pelo cativado.
Fico fodida quando me cativam!
Aliás, vivo um sentimento contraditório de certa euforia e felicidade e ao mesmo tempo de angústia e receio. Porque não há Principezinhos. Porque sei que até a merda das flores, aquelas que "distinguimos de todas as flores" (de que fala a raposa), porque cuidamos delas com amor, também são efémeras, morrem.
Não consigo evitar a sensação do irreparável. O medo de o cativante deixar de esperar por mim um dia. E até o medo de, um dia, eu já não ter vontade de esperar pelo cativado.
Sinto-me cativada.
Sinto que cativei.
E sinto-me fodida, confundida, feliz, irrequieta, serena, dividida e sabe-se lá que mais!
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Slave to Love - Roxy Music

CATIVAR


Afinal o que significa cativar?
Um dia uma raposa encontrou um pequeno Principezinho que andava vagueando, engraçou com ele e disse-lhe: "Se tu me cativares, será como se o sol iluminasse a minha vida. Distinguirei de todos os passos, um novo ruído de passos... só se conhecem as coisas que se cativam."
Acho que o pequeno acreditou!
Isto é muito bonito, sim senhor!
Mas pergunto-me que raio de treta é esta?!
Ainda há tempos me cativaram e fiquei desesperadamente à espera de distinguir um novo ruído de passos. E nada! Das duas uma: ou eu fiquei surda, ou a pessoa que me cativou trocou de sapatos!
Talvez quando o Antoine de Sant Exupéry escreveu "O principezinho", as pessoas tivessem outros valores. Actualmente, as pessoas cativam-se hoje, desprezam-se amanhã!
E é inutil o cativado chegar sempre à mesma hora, pois o cativante não cumpre horários.
Cativado é aquele que sofre a ilusão de que o cativante se revestiu de felicidade com a cativação.
Mas, nos dias que correm, troca-se de sapatos quando se troca de camisa ou de mala. Escusado será dizer que o ruído dos passos difere a cada muda!
E, se considerarmos que, hoje em dia, as pessoas marcam e desmarcam encontros como que troca de sapatos, o Pricipezinho ainda deve estar (sentado), à espera da sua raposa!
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Lay lady Lay - Bob Dylan

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

DESABAFO - III


Enquanto iludo a verdade,
e tu me iludes,
sento-me entretida e feliz sobre o faz de conta.
Que conta a história de dois meninos
que um dia se encontraram,
deram as mãos e olharam na mesma direcção.
Para sempre talvez.
Ou talvez não.
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Senta-te a meu lado.
Em silêncio e sem qualquer gesto.
O meu decote abandona-se ao teu olhar
E o teu olhar planeia derretido na vontade.
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Afinal tudo é um pormenor, não é?
Então, onde anda a vida, à parte os pormenores?
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Ocean Rain - Echo And Bunnymen

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

DESABAFO - II


Entre parábolas de sonhos reais contemporâneos, chega a MEMÓRIA desembrulhada em papel de desejo, relevo alto, desenhando traços de esguias tentações e esboços de sarilhos anunciados! - Traiçoeira, e atenta ao menor deslize, apanha-nos, desprevenidos, e senta-se à mesa sem ser convidada, torna-se raínha do banquete, dança a valsa e quando é chegado o tango, já somos marionetas!
Inquietada fiquei, mas sem alarme ou alarido, não fosse a coisa dar-se ares de importante. Meti-a debaixo da almofada e sobre ela dormi. Dormi realmente, sem permissões de intromissão, porque ainda tenho algum domínio, força ou coragem, mesmo que infectada ou infestada ou que quer que seja.
Tenho-a no bolso, fechada e aguardo que o tempo me diga o que fazer com ela.
O dia está bonito.
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Good girl - Panda Bear

domingo, 9 de dezembro de 2007

DESABAFO


Seduzes-me,
por um minuto, apenas, um só minuto...
O sangue corre, veloz, turbulento.
Perco a razão, mato a verdade, tropeço nas palavras.
Reduzo-me na raíz quadrada do desejo ao quarto.
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Instante de silêncio, semi-coma, embrieguez.
Trémula, afogueada, quase afónica.
Recomponho-me então, discretamente.
A ressacar na sede dos teus lábios.
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Ah não! Não me fales em lábios!
Beijos quentes, húmidos, lambuzados.
Corpos suados, enrolados, sem descrição de forma.
Céu e inferno fundidos entre pecado e cânticos gregorianos.
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Não me seduzas. Não me fales.
Não me humanizes.
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Deixa-me ficar Deusa e sem pormenores.
Serena e contemplativa.
Humana povoo-me de dúvidas, questões, demónios e desejos.
Soberbas contradições.
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Não levantes o pó no caminho que não pretendes percorrer.
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Simplesmente, deixa-me seguir.
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Love will tear us apart - Nouvelle Vague

BERT JANSCH - THE BLACK SWAN / OUTROS...

Elvis Perkins - Ash Wenesday

Emiliana Torrini - Fisherman's Woman

Blonde Redhead - 23


Bert Jansch - The Black Swan


Terry Lee Hale - Shotgun Pillowcase
A escolhas da semana,
para dias plácidos de outono e ternurices em prosa ou
"sonhambulismo" amoroso...



quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

SÓ PORQUE SIM

Quando acordei pela manhã, tinha a neblina sentada na minha janela. Abri o vidro e toquei-a com a ponta dos dedos e, então, senti uma rara beleza salpicada de ternura!
Porque o amor nos cega e simultaneamente nos permite ver a beleza de todas as coisas (retira-nos uma área de visão racional, e devolve-nos uma ária de visão emocional - a visão periférica pormenorizada e poéticamente absorvida).
Porque o amor alarga o horizonte e simultaneamente dá-nos asas para que o possamos alcançar.
Thank you for loving me - Bon Jovi

domingo, 2 de dezembro de 2007

THE DECEMBERISTS E OUTROS...

The Decemberists - The Crane wife

Tv On The Radio - Returne to Cookie Montain

The Waterboys - Fisherman's Blues


Gene Loves Gezebel - The best Of


Bob Marley - Legend The Best Of

As escolhas da semana