terça-feira, 30 de dezembro de 2008



É LINDA NÃO É?

Ainda não toco, mas já cá canta.
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Pennyroyal Tea - Nirvana

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

HÁ SEMPRE UMA AUSÊNCIA PRESENTE NO PENSAMENTO


Não há como se viver sem a ausência. Há sempre uma falta que está presente!
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Gravity - Jonh Mayer

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

DA NORMALIDADE À LOUCURA!


Ela era a mais bonita. Era bonita. Magra, alta, traços finos e loira natural. Ou melhor, era, naturalmente, loira. Pintava o cabelo. Como todas aquelas que são naturalmente loiras. Loiras naturais. Nunca conheci nenhuma loira natural que não pintasse o cabelo (as nórdicas não contam!). Ás vezes atrevia-me a perguntar-lhe porque é que as loiras naturais pintam o cabelo de loiro . E ela respondia sempre que o tempo lhe havia escurecido o cabelo e que se tornava difícil olhar para as fotografias de infância e olhar para o espelho, onde o tempo lhe mostrava como o cabelo havia escurecido, tal como a sua vida. E mostrava-me as fotografias do tempo em que ela era loira natural. E eu compreendia porque razão ela pintava o cabelo e, naturalmente, ficava loira outra vez.

Não era só a mais bonita. Era também a mais solitária, a mais revoltada, a que bebia mais e fazia as coisas mais irreais. Uma noite, partiu a janela de um restaurante, só para roubar umas garrafas de vinho. Foi apanhada a conduzir com alcóol, mas continuou sempre a conduzir. Despediram-na do emprego porque metade do ano estava de baixa. Tomava antidepressivos, mas tomava-os com alcóol. Raramente se ria!

Um dia, numa passagem do ano, entre uma confusão de copos e gente, ela pegou-se à estalada com a irmã e eu percebi que a normalidade nem sempre é coisa que se perceba.

Os anos passaram. Ela casou-se, teve uma filha e divorciou-se. Andava constantemente a queixar-se à polícia que era perseguida, que a queriam matar e raptar-lhe a criança. Teve alguns processos crime por arriar em pessoas e partir uns carros. Foi-lhe diagnosticada uma esquisofrenia. Entregou a menina aos pais e passou a viver sózinha, com uma pequena reforma, dado que foi empurrada compulsivamente para esta, por incapacidade para o trabalho. E ela adorou. Foi uma festança! Não tinha de trabalhar e ainda recebia!

Seis anos passaram desde a última vez em que a vi. Já não é loira natural, nem está naturalmente loira. Já não arreia em qualquer pessoa. Agora arreia nos pais e parte tudo lá em casa. Porque quer dinheiro. Diz que não quer saber da filha, o que quer é comprar cocaína e a reforma não chega.

A mãe, outrora também loira e bonita - isso no tempo das fotografias - hoje olhou-me, rosto envelhecido, cabelos desgrenhados, de uma cor que não sei definir, os olhos carregados de desgosto e lágrimas e disse-me: "Lembras-te quando tu estavas grávida e te sentavas á minha mesa a comer os meus petiscos e eu te dava aqueles conselhos tolos de mãe? A minha menina era tão bonita e tão normal, não era?"

Sim, lembro-me muito bem! Era. De facto, era invejávelmente bonita e bastante normal! Hoje é, inexplicávelmente, um trapo!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL PARA TODA A GENTE

O Pai Natal já chegou
Está um bocado apardalado com a queda da chaminé

Mas diz que quer toda a gente feliz.



segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

:)(:


"A dor comia bocadinhos de nós. Partes de mim deixaram de existir. A certeza que fica é que para a vida valer a pena é necessário amar e ser amado, e ter muito cuidado com o cristal de que os outros são feitos. Os outros sim, que nós somos de aço. Excepto claro, quando choramos. "
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Desconheço a autoria, mas, porra, isto é bonito!



domingo, 21 de dezembro de 2008

ESTADO DE GRAÇA


Se as Coisas (entenda-se por coisas: pessoas incluindo nós mesmos, factos e acontecimentos), nunca são como gostaríamos que fossem, então temos de aprender a aceitá-las tal como elas são. Só assim se consegue alguma tranquilidade na vida.

Não importa tanto o "se tivesse feito assim ou tivesse acorrido daquela maneira, não teria sido assado"? Importa mais o "se fizer assim ou permitir/tentar fazer desta maneira, não poderá ser assado?" - Sendo certo que também o não será.

Voltemo-nos para o futuro. O passado mora lá atrás e não recebe visitas, quando muito, permite-nos umas visitas semelhantes a visitas virtuais. E estas devem servir para recordar momentos felizes ou retirar lições.

Já percebi que me encontro mais fácilmente com o diabo do que com deus. E é por isso que vivo naquele estado a que chamam o purgatório. Pensava eu que o purgatório era um estado intermédio entre o inferno e o céu. Mas não. Afinal, o purgatório é uma última oportunidade de purificação daqueles que morrem em estado de graça e que até já estão destinadas ao paraíso, mas que ainda têm de o conquistar.
Eu já morri algumas vezes. E em todas elas senti que morri em estado de graça, que tinha ali, algúres, o paraíso à minha espera. Sucede que, o inferno exerce sobre mim uma atracção difícil de resistir. É que, ao contrário do passado, o pecado mora sempre ao nosso lado.
Assim, também já percebi que, por mais vezes que morra e por muito que viva, será sempre no purgatório. Num filha da puta de um estado de graça - que só eu é que o noto - com a brisa do inferno sempre atrás de mim, a sussurar-me tentadoramente ao ouvido e o paraíso, que eu imagino - porque imaginação foi coisa que nunca me faltou- sempre à minha frente: a acenar-me como quem diz: anda que eu estou aqui.

Ora bem, este discurso tinha um propósito qualquer, o certo é que fui escrevendo e acabei por me perder. Mas, voltando ao início, dando a volta para tentar juntar as pontas, o que quero dizer é que... bem... acabei por perder as palavras... mas básicamente é isto: não devo chorar sobre o leite derramado, devo antes evitar derramá-lo. Mas se o derramar, devo tentar limpar, se possível e beber o próximo com cuidados redobrados. Pois o inferno existe. Mas bebendo com a consciência que o paraíso só existe na minha imaginação Mas que a minha imaginação é fundamental para me manter no purgatório - num certo estado de graça. E, se deixar caír umas pingas, não devo pensar noutra coisa senão que a perfeição é para os deuses, aqueles que vivem no paraíso.

sábado, 20 de dezembro de 2008

O AMOR TAMBÉM SE ESGOTA!


Sentamo-nos lado a lado com palavras soltas e sem grande significado. Como quem não tem nada para fazer num sábado frio e de grande monotonia.
"Acho que já não o amo. Não sei... tenho andado a pensar... e penso isso. Penso que já não o amo." - Disse-me
Acendi um cigarro. Mas que dizia ela? Porque raio dizia uma coisa dessas? Então se ela era maluca por ele, quase doida, se o tinha esperado tanto tempo... então agora já não o amava? mas como é que se chega a uma conclusão dessas?
"Pois, é como tu dizes. Amavo-o e népia. Quanto menos népia, mais me parecia que o amava. Quase enlouquecia de desejo. Sonhava com ele. Arrepiava-me toda. O mundo parava quando estava com ele... Porra, foram anos nisto! Esperei tempo demais. Mas agora, sabes... por vezes não sinto nada. Não sei o que aconteceu ao desejo! Não sei! Agora que ele me ama, acho que deixei de o amar. Esgotei-me na espera. Não sei explicar. Talvez o quisesse porque ele não me queria. Sabes, aquela coisa do fruto proíbido... aquela coisa de querermos aquilo que é dificil de obter... cansei-me acho eu. Tenho andado a pensar e sabes... acho que o amor não se espera. Ou é ou não é. E se não é, então mudamos de direcção. E isto anda a dar comigo em doida. Entendes?" - E foi desabafando de forma grave e até nervosa.
Não, não entendo! Encolho os ombros. Estou perfeitamente embaraçada com a situação. Melhor, é difícil mas posso entender. Talvez tenha fantasiado em demasia quando ele era um sonho e, agora que ele é uma realidade já não haja nada para fantasiar. Tanto tempo sem ele que, agora que o tem, talvez já não saiba o que fazer com ele. Talvez ela tenha mesmo esgotado o amor na espera. O amor também se esgota? Ou é a espera que nos esgota? Ou ambas as coisas e uma mesma coisa?
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É um dado adquirido, o amor também se esgota. É como se o stock de sentimentos e emoções fosse escoando pelas esquinas onde se abandonam os quereres solitários. É como no poema: "... Colhi todas as rosas do jardim e cheguei ao pé de ti de mãos vazias."

Todo o amor é masoquista, quanto mais negado mais se quer. O amor torna-nos ridículos. Fazemos figuras que de outra forma não fariamos. E tudo isso para podermos perceber que ele não só nos esgota, como também se esgota.
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E ficamos em silêncio, envoltas no fumo do tabaco e numa névoa de melâncolia. Como que a prestar homenagem ao morto.

A SÉRIO? OU ASSÉDIO?


Ele tinha um ar constrangido e o aspecto de um condenado que arrasta as correntes e uma bola de 100 kl.
Umas palmadinhas nas costas a tentar animar o rapaz. Afinal é natal, não está a chover, o nevoeiro já levantou e nem sempre é noite.
"Querem-me arranjar problemas. As pessoas estão sempre a tentar tramar-me e eu estou farto de ser uma vítima."- Disse.
Acenou a cabeça num gesto compadecido e solidário. "Tudo se resolve, tudo se resolve, é preciso ter calma. Quando estamos com a nossa consciência tranquila, nada nos pode derrubar, vá lá, anima-te."- Disse ao rapaz. E depois agarrou no telefone e ligou para a "filha da mãe" que estava a causar todo aquele constrangimeto.
"Blá, blá, blá..." E depois uns berros do outro lado. E depois um silêncio quase absoluto. Um daqueles silêncios em que nem sequer há cor, tudo branqueia.
Então, fixou-o nos olhos, com uma certa dificuldade pois já não via ali um rapaz. E disse: - "Ouve lá, a tua empregada diz que lhe andaste a mandar fotografias nu, em poses exibicionistas e desavergonhadas!"
Ele, com o mesmo ar de condenado, sobressaltou-se e explicou que se tinha enganado, pois as fotos eram para a esposa e foi sem querer foram parar ao telemóvel da empregada.
"Ouve lá, a tua empregada diz que foi procurar informações a teu respeito e descobriu que tu te enganavas sempre no nº dos telemóveis, pois todas as anteriores empregadas receberam fotografias idênticas! Tens alguma alguma justificação para isto!!!"- ?
"Aqui entre nós, a gaja é uma puta, o que ela quer é prejudicar-me e sacar-me dinheiro." - Respondeu o ar de condenado com aspecto de rapaz.
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É chocante apercebermo-nos que a história do capuchinho vermelho e do lobo mau não é ficção, e se repete constantemente, por vezes na casa ao lado ou na rua da frente.
Pessoas aparentemente normais, casadas, pais/mães de filhos, boas famílias e com comportamentos absurdos! Primeiro perseguem. A seguir atacam. E se não conseguem comer, fazem-se de vítimas, difamam e espezinham.
A isto digo NÃO.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

NÃO TENHO PRESSA.

Não tenho pressa. Já não corro a perseguir as coisas antes que elas aconteçam. Normalmente aguardo - com alguma inquietação escondida nas entranhas -, simplesmente aguardo, enquanto faço o que tenho de fazer. Há muito que percebi toda inutilidade das angústias. Não há destinos. E nem acredito que o que tem de acontecer acontece e o que não tem de acontecer não acontece. Simplesmente há coisas que acontecem. As coisas que não acontecem, não são coisas, logo, não há coisas que não acontecem. Logo, também não há coisas que nós gostaríamos que acontecessem.
Não, não tenho pressa. Já desperdicei muito tempo, noutro tempo e, o tempo não deve ser desperdiçado. Aprendi que a pressa nos leva por atalhos escuros e por vezes perigosos. Por isso, caminho devagar. Se não conseguir chegar aonde quero, pelo menos, enquanto caminho calmamente vou chegando a muitos sitios, com a certeza de que me preparei para ali estar.
Não tenho pressa, precisamente porque agora sei onde quero ir, onde quero chegar. Porque agora sei que nem sempre lá chegarei e que, ainda que chegue lá, nunca será como eu idealizava. Por isso não tenho pressa.



POIS CÁ VAI A LISTA DOS MEUS PREFERIDOS



Madrugada - Madrugada






Oasis - Dig Out Your Soul









The Walkmen - You And Me









The Killers - Day & Age









The Raconteurs - Consolers Of the lonely







Department of Eagles - In Ear park







Bon Iver - For Emma, Forever Ago







Tindersticks - The Hungry Saw







TV On The Radio - Dear Science







Kings Of Leon - Only By The Night









Micah P. Hinson - And The Red Empire Orchestra







Vetusta morla - Un día en el mundo







The last Shadows Puppets - The Age Of The Understatement






Não podia deixar de ser, não é? Afinal fazer a lista dos melhores tornou-se moda. E eu não fuja dela. Esta é a minha lista pessoalíssima e é apresentada sem qualquer ordem. Em determinado dia ou hora prefiro um ou outro. Muitas vezes até prefiro um ou outro dos que aqui não constam. Além disso, há muita coisa que não cheguei a conhecer e, daqueles que conheci, houve alguns que poucas vezes os ouvi e, é certo que determinados albúns vamos gostando mais, à medida que lhe vamos dando mais atênção.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O AMOR TAMBÉM SE COMPRA!





Ele sentou-se à minha frente, com os seus 44 anos bastante desenchovalhados e um ar tristonho que não se enquadrava nos 6 meses de casado, pois esperava eu ver aquele brilho próprio de quem vive o contentamento e o encanto de um sonho concretizado.

"Estou bem. Vai tudo bem connosco. Apenas... a felicidade nunca vem como nós queremos. É que... atrás do seu brilho, está sempre a sua sombra." - Disse-me.

E então começou a descrever-me os seus quatro casamentos. O primeiro, eram muito jovens, tudo era maravilhoso, mas nada dava certo. Depois ficou livre e parecia-lhe que podia conquistar o mundo. Então, o segundo casamento foi uma aventura e nunca passou disso. O terceiro foi um sufoco. Ela adorava-o. Só respirava o ar que ele respirava. E, claro está que ele foi ficando sem ar, até já não conseguir respirar mais. E agora? Bem, agora, apaixonou-se como um rapazinho de 15 anos, por uma moça 20 anos mais nova do que ele. E casou com ela. E adora-a. E só respira o ar que ela respira...

"Eu sei que ela gosta de mim. Não da mesma forma que eu gosto dela. Mas sei que gosta de mim." - Disse-me. - "Eu sei que ela casou comigo porque me vê como um porto seguro. Eu asseguro-lhe a subsistência e dou-lhe tudo o que ela quer. Mas sei que gosta de mim." - Continuou. - "O problema é que eu estou cheio de problemas, mas ela não sabe. E tenho de os resolver antes que ela se aperceba, pois não a quero decepcionar, nem a quero perder." - Concluiu, completamente desolado.

Está confirmado: o amor também se compra. Porém, é necessário assegurar que as características do material e a sua qualidade valem o preço.

Por outro lado, esta história, ou a história desta vida, também confirma que os ótimitas existem. O que não existe é a felicidade, pelo menos tal como a idealizamos.

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Running out of time - Madrugada

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

SITES DE ENCONTROS


Falando de sites de encontros.
Estes não teriam nada de estranho, não fosse o facto de se poder acreditar que o amor pode vir por encomenda depois de seleccionado num catálogo.
"Pretendo tamanho médio, moreno, cabelos ondulados, olhos azuis, culto, solteiro, romântico, atencioso, divertido, entendido em cinema literatura e música... ah, e só com fotografia."
A oferta é, geralmente, grande.
E funciona como a ementa do Mac Donal's. Imagens atractivas, produtos ranhosos e pouco saudáveis. Ou como o catálogo da La Redoute. Nunca recebemos o tamanho certo. Por vezes, assemelha-se ao catálogo do Ikea. Ao vivo consegue ser mais bonito, independentemente da qualidade.
Mais, o produto com defeito não traz garantia. A única solução é devolvê-lo sem direito a indemização por quaiquer danos patrimoniais ou morais.
Os sites de encontros são locais engraçados e por vezes viciantes, principalmente no início, quando ainda são novidade. Depois tornam-se lugares estranhos carregados de pessoas estranhas e descobre-se que o amor não reside ali.
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One For The Cutters - The Old Steady




quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

NORMALIDADE


Uma vez, num site de encontros deparei com o perfil de um individuo que se apresentava da seguinte forma: "Sou casado, vivo com a minha mulher e os meus filhos e procuro alguém que goste de mim como eu sou, que me ame de verdade e que eu possa amar." Isto deu-me que pensar e, na altura, até postei sobre o assunto num outro blogue, a respeito da normalidade.
Há dias, um amigo disse-me que anda farto de ser infeliz e que vai procurar a felicidade. Para tal vai procurar alguém que o ame e que ele possa amar. Perguntei-lhe se se ia divorciar, o que até não me espantaria. Respondeu-me que não. Divorciar-se? Nem pensar! A esposa é, sempre foi e sempre será a mulher da vida dele. Hum... interessante! Mais um que me põe a pensar sobre o conceito de normalidade.
Portanto, o que ele pretende é manter o estado de infelicidade com a mulher da vida dele e encontrar um estado de felicidade com a mulher da vida de outro. E quem sabe, encontrar-se consigo mesmo, ali num qualquer ponto intermédio entre os dois estados, se tempo lhe restar.
O que estas pessoas procuram não é a felicidade, é a mentira, porque uma só infelicidade não lhes basta.
"O normal é o que raramente encontramos. O normal é um ideal!"
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"Deus, dá-me capacidade para entender estas pessoas, porque se me deres força, eu bato nelas."
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I'm Outta Time - Oasis

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

BECK - MODERN GUILT


(2008)
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Agradável surpresa!

DAVID FONSECA

 "Dreams in color" - Tour Edition (2008)

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É nacional e é bom.

LAMBCHOP - OH-OHIO

(2008)
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Intenso!

MICAH P. HINSON


"And the Red Empire Orchestra" (2008)
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Apaixonante!

domingo, 7 de dezembro de 2008

AFINAL, NÃO ERA UM POEMA!



Agora já sei. Há muito que poderia sabê-lo. E até já o sabia. Porém, ignorava-o. Mas agora já não é possivel continuar a fechar a janela para ver apenas o que quero ver. Agora conheço a cor dos teus sentimentos, ou a ausência dela ou mesmo a ausência deles. É por isso que agora já não posso dramatizar. Já não preciso de escrever. O poema não nasce. E a vida não é mais do que um colar de estações que trago ao pescoço, como uma velha que traz consigo o terço para todas as beatitudes. Pior que isso. Agora sinto-me como aquele fanático que deixou de acreditar na causa pela qual até tinha sido capaz de apostar a vida. E nem perdida me sinto. Pior que isso. É como se tivesse perdido a fé. Como se descobrisse que, afinal, o céu não existe. O sofrimento fosse ridículo. A vida se descaracterizasse. E o poema nem seja necessário.

E então agora os dias são mais aborrecidos. Já dispenso os longos passeios solitários. Já não falo com o mar. Já não tenho visão periférica para as pequenas coisas. Tudo é naturalmente como deveria ser. Tudo está e tudo é por mero acaso. Até as noites são mais aborrecidas. A cama tem apenas a marca do meu corpo onde me encaixo e durmo. Já não me levanto três e quatro vezes a esfumaçar cigarros ao luar com lágrimas nos olhos e uma angústia em todos os sentidos, porque havia um espaço por preencher. É por isso que agora até a lua já me não faz falta.

Entendes agora porque tudo era mais bonito quando eu sonhava, me inquietava, chorava, tinha as minhas pequenas felicidades e até podia inventar que me querias?

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Shadow magnet - Lisa Gerrard & Pieter Bourke

sábado, 6 de dezembro de 2008

ISTO PRETENDE SER UM POEMA!...


Muito provavelmente, às minhas felicidades tu chamarias facilidades.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

SE ISTO É UM POEMA!...



Agora compreendo esse fastio sempre a roer-te os gestos.

Agora sei que as minhas felicidades se chamavam enganos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O QUE TU QUERES SEI EU!


Dizes que tens uns belos glúteos. Glúteos fortes e rígidos. Glúteos? Pergunto eu. Será que falas de goluseimas? Sabes bem que não aprecio doces. Ah, isso! Acaso chegaste a pensar que os teus glúteos - em cujas calças não discerno a dita exuberância - me encantariam? Deixa-me dizer-te que não aprecio glúteos desde a minha adolescência. Os últimos glúteos que apreciei foram os do Bruce Springsteen, que até me levaram a comprar um LP onde ele os exibia numas calças de ganga que lhe assentavam... ou acentuavam a traseira, de forma heroíca. Desde então, glúteos não. E, sabes, não gosto da naifa. Aquela que adoras e, por isso, trazes sempre junto aos glúteos. Naifas não. Só de pensar, até os meus glúteos se encolhem - se é que os tenho. Sou contra as naifas. Ainda não percebi se a naifa é um trunfo ou um troféu teu. Tanto faz. Um dia levei uma naifada que me tolheu o coração. Doeu - Juro que foi uma dor atroz e inesquecível. E depois outra e outra. A partir daí, ao invés de indiferênça e hábito, tal como se justificaria, ganhei uma tortuosa aversão.
Tenho andado com os nervos à flor da pele. Tu sabes. Como se quisesse nadar para longe, e outra coisa não fizesse que me afundar. E nem os teus glúteos tão insuflados - dizes tu - capazes de servirem de salva vidas. Nem uma nacionalização serviria para me salvar. É que não se trata de um problema de concorrência ou da necessidade de ajudas suplementares. É mesmo um problema de falta de entusiasmo, satisfação, autoconfiança. Direi mesmo que é um problema de falta de destino. Não encontrar onde investir. Lamento, sinceramente, os teus glúteos não me parecem um bom investimento. Na verdade não se trata de duvidar da qualidade dos mesmos, apenas não me parece que possam aumentar a produtividade desta minha máquina de sonhos e, consequentemente, o rendimento convertido em felicidade.

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You Will Find Me - Micah P. Hinson



segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

PARA ALERTAR

FURTO DE VEÍCULOS
Imagine que vai retirar o carro que deixou estacionado. Abre a porta, entra, tranca as portas, liga o motor e põe a marcha - atrás. É o que sempre faz! Olha para trás pelo retrovisor e vê uma grande folha de papel no vidro traseiro. Então, põe o carro em ponto morto, abre a porta e sai do carro para retirar o papel (ou outra coisa) que lhe retire a visibilidade. Quando chega à parte posterior, aparece o ladrão não se sabe de onde, entra e leva-lhe o carro - o motor está ligado, a pasta e a carteira estão dentro do carro. ESTA É UMA NOVA MODALIDADE DE ROUBO. SE VIR UM PAPEL NO RETROVISOR, NÃO SAIA DO CARRO! Siga, e retire o papel noutro local.

COLDPLAY - VIVA LA VIDA



(2008)
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Um prazer.

ARTHUR RUSSELL - LOVE IS OVERTAKING ME

(2008)
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Para dias serenos.



THE FRATELLIS - HERE WE STAND

(2008)
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À descoberta!


LITTLE JOY - LITTLE JOY

(2008)
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Música quente para o inverno gelado.

THE KILLERS - DAY & AGE

 (2008)
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Amor ao primeiro escutar!