sábado, 25 de outubro de 2008

NO ENTRETANTO DOS NOSSOS DIAS



Ela podia ter um pouco de vergonha e dizer "não". Aquele não que lhe ecoa no cérebro todas vezes que diz "sim". Mas ainda que ela diga "não" - o não que lhe transborda da consciência - é o "sim" que lhe soa nos lábios - aquele sim que lhe transpira na pele.
É por isso que quando ela diz "sim", é um sim mentiroso. Porque, em consciência ela quer dizer "não". Porém, é um sim de tom arrepiante, porque arrepia as entranhas e o caminho. Ainda que diga "não", é um não tão mentiroso quanto o sim, porque ela já lá está. Chega no preciso momento da chamada. Toda a distância a percorrer do sim à presencial chegada, é um mero momento em que varre o não da consciência e o corpo cintila no desejo.
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For Emma - Bon Iver




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