quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PARA ONDE VAIS?


Para onde correm as lágrimas? Que procuram elas quando correm? Que profundidade atingem? Que sentido procuram? Que história nos contam? Para que servem?
Medir a intensidade das lágrimas levar-nos-á à intensidade de coisa alguma? Lá fora chove de olhos abertos. Cá dentro escuto, de ouvidos embriegados, um silencio escuro. Respiro lentamente um falso sono de esquecimentos. Vêm- me à memória uns braços, abraços e o calor de um peito. Que peito? Que importa isso agora? Um peito forte como uma parede e macio como uma almofada, onde o meu rosto repousa. Sinto a falta. Não é de ninguém. Sinto uma falta, inexplicável, de calor! Estou viva, sólida e em bom estado. E não sei como utilizar esses predicados! Não me lembro como foi que esta solidão se apossou de mim!

Nenhum comentário: