segunda-feira, 19 de outubro de 2009

QUE É DE MIM?



Quem me conhece, conhece bem a minha paixão pelo "Asterix"- que está a fazer bodas de prata e o medo que partilho com os Gauleses: que o céu me caia na cabeça. Também, quem bem me conhece, sabe da minha admiração pelo "Peninha", a afinidade que tenho com o pato "Donald", a condescendência para com o "Pateta", a camaradagem com o "Recruta Zero", o parentesco com o "Zé Carioca", a amizade com a "Lulu", os esquemas com os "Irmãos Metralha", a sociedade com o "Mancha Negra", o companheirismo com o "Mikey", a amizade com a "Mafalda" e o idealismo pelo "Super-Man".
A música e a BD acompanhara-me toda a vida.
Alguém se lembra da "Vampirela"? Para quem nunca ouviu falar, era uma BD erótica, bastante interessante, que coleccionei há anos. Gostava sobretudo de copiar, a olho, as imagens. Porque desenhar foi a minha primeira paixão. Era eu bem pequenina e sentava-me a desenhar tudo o que via. Mal sabia escrever! Depois comecei a usar técnicas e fazia disso o maior Hobbie. Comecei também a escrever poemas ridiculos, contos e um romance. Até que dei por mim na faculadade, depois no registo civil, depois na maternidade.
Ainda hoje, muitas vezes, deito-me com estes livros à cabeceira, graças às maravilhoasas colecções que salvaguardei e que, felizmente, o meu filho aprendeu a utilizar sem estragar. Nisso sai à mãe. Os livros são sagrados!
Quando fui à terra, há pouco tempo, acariciei a minha colecção de revistas "Música & Som", a revista portuguesa dos anos 80, que eu assinava e pagava antecipadamente para que nenhum nº falhasse. Faltam algumas, é certo, mas ainda estão lá bastantes.
Também tenho uma considerável coleçcão de livros infantis e uma enorme colecção de cassetes de vídeo infantis, das quais nunca me consegui libertar pelas infindáveis vezes que as vi com o meu filho, já sem saber se era ele ou eu quem mais delirava com aquilo!
Hoje colecciono lágrimas e desgostos pelo ou com o meu filho. Bem sei que a adolescência é uma coisa complicada, o que eu não sabia é que ser mãe de um adolescente poderia ser uma quase tragédia. Ando triste, desgostosa, arrasada e sem saber o que fazer da minha vida! Tenho de parar de chorar, penso. Mas não sei como! Hoje pedi ajuda a um grande amigo meu. Não é nenhum psicólogo, mas é o pai do meu filho. E ele veio. Andou muitos quilómetros para o efeito, mas, como sempre e felizmente, quando envio um SOS ele aparece. Foi uma reunião dificil, mas necessária.
Ando para lá de triste. Hoje estou especialmente infeliz. É o arrastar de uma convivência onde sinto uma quase incapacidade de lidar com a situação! E eu que me julgava uma quase super-mãe ou uma quase super-mulher!!!!...............................................

Um comentário:

comboio turbulento disse...

também eu era vidrado na Música & Som e nos patinhas e Asterix que ainda me farto de reler (e o Lucky Luck e o Rantamplan?)

Quando à tua preocupação, não serás uma super-mãe(como dizes) mas é uma mãe coragem. A adolescência não é fácil(lembras-te?). é um pântano que se tem de atravessar entre dois rios de forte corrente.

beijinhos