sábado, 19 de janeiro de 2008

NADA É TRIVIAL


Quando se inicia uma relação, tudo se resume ao conhecimento. Travar o conhecimento superficial e este vai-se aprofundando dia a dia. O conhecimento NUNCA é total e há SEMPRE coisas a conhecer no outro. Mesmo quando vivemos quase uma vida com outra pessoa, temos a percepção de que não a conhecemos. O que é normal, porque cada um de nós está em PERMANENTE mudança. As vivências vão-nos moldando. Vamos perdendo e ganhando hábitos, alterando gostos, aprendendo e desaprendendo com as experiências. Felizmente que não permanecemos iguais, que a vida nos dá oportunidades de mudar!
Por isso, é preciso estar atento ao outro, absorver o que nos é dito e saber ler nas entrelinhas. É preciso interpretar os silêncios e os gestos. Por vezes são esses os que mais revelam. E é importante não prescrutar a vida do outro e o seu passado. Nínguém é nada sem o seu baú de segredos.
Estar atento, não significa desconfiança. Porque a desconfiança mata as relações. E o ciúme é uma erva daninha. Estar atento para dar o melhor, para aperfeiçoar. Porque há coisas que ficam estranguladas na garganta, quando, na verdade nos apetece gritá-las. O silêncio quase sempre tem atrás de si um grito abafado. A não ser nas raras ocasiões em que nos calamos para sentir mais profundamente as emoções do momento. Mas aí, os olhos riem, falam... e os gestos agradecem o momento. Perigosos são os silêncios sem motivo aparente. As horas monotonas que se vão transformando em dias. É preciso preencher os silêncios do outro, com gargalhadas e melodias. Porque o amor renasce todas as madrugadas e alimenta-se todos os dias. O amor só perde o apetite quando está doente. E definha quando já não tem nada a dizer. E então não mais se recupera e morre. Mas mau mesmo, é que o amor de ambos, raramente fenece e morre ao mesmo tempo. A maioria das vezes, fica o daquele que não soube ler as entrelinhas, ouvir os silêncios, interpretar os gestos. Porque no amor tudo é mensagem.
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Cycling trivialities - Jose González

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