quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

COISAS PARVAS


Às vezes ganho aversão a uma determinada pessoa por quem até tinha um certo apreço. Por coisas, pormenores, que aos olhos dos outros poderão parecer estupidas e insignificantes. É como se ficasse com alergia à pessoa. De um momento para o outro tudo nela me começa a irritar, a ponto de me sentir definitiva e irremediávelmente incompatibilizada. Intolerância psíquica associada a intolerância física. E é bem pior que a urticária, pois esta aparece de repente e de repente desaparece, porém, a outra não! É como aquele mamarracho que ficava muito bem no nosso corredor, mas, em determinada altura passa a estar a mais, a estorvar, a inquietar e é necessário livrarmo-nos dele para ficarmos bem! Porra!... bem sei que o exemplo é ofensivo pois trata-se de pessoas, mas não encontro outro!
É lógico que isto raramente me acontece e não me agrada. Pensei sofrer de alguma neurose mas afinal, parece-me - segundo um estudo que andei a fazer - que o ser humano tem tendência a ganhar aversão e a livrar-se daquilo que impede do gozo da felicidade plena. Ou seja, queremo-nos livres de qualquer dependência. Ao fazermos uma apreciação, ainda que inconsciente daquela pessoa, na relação connosco, ela é vista como uma "impureza", um desiquilibrio com o nosso "eu", um impedimento para a nossa plenitude.
Já me sinto melhor! Não sou neurótica! Agora só tenho de encontrar o meio adequado de me livrar do mamarracho!!!
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Live Alone - Franz Ferdinand

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