terça-feira, 28 de julho de 2009


Foto: Trás-os-Montes - "Envelheci"
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Perdi o meu pai. Foi um número indefinido de pazadas de terra que o escondeu de mim. Poderia seguir o rasto das flores para encontrá-lo e trazê-lo de volta. Mas o cheiro das flores também já se apagou. Não sei onde procurar, que rumo seguir! Perdi o meu pai - como é possível perder-se os pais?!
Um dia talvez escreva poemas de amor e saudade para o meu pai. Hoje há uma dor imensa cá dentro, que se agarra aos gestos, fala pelos olhos, dorme na garganta e me tolhe as palavras.

7 comentários:

sopros da alma sentidos pelo coração disse...

Querida "Espinhos e Outras Flores",

Sinto muito a partida do teu Pai.
Imagino a dor que estás sentir neste momento...é quase insuportável...há como que um vazio dentro de nós.
No entanto não perdeste o teu Pai, ele continuará bem vivo na tua memória, no teu coração, no teu pensamento. É assim que deves pensar (sei que é difícil por agora). Mas a verdade é que todas as pessoas que nos são queridas nunca partem, permanecem junto de nós.
Por isso não deves pensar que perdeste o teu Pai. Vais ver que a sua presença se vai manifestar diariamente nas mais pequenas coisas. Quantas vezes te darás conta de que, e sem te aperceberes, estarás a falar com ele (por vezes horas a fio). Quando tiveres um problema, ele estará pronto para te ajudar e aconselhar. Sei que é assim, e vai ser assim, porque, afinal, os Pais nunca nos abandonam...
Beijinho e muita força.

espinhos e outras flores disse...

Obrigada amiga, pelo conforto. Eu sei que é assim. Mas sinto-me... orfão.Já não tenho pais!! Parece impossível! Como é que, de repente, tudo passa a existir apenas na memória?! E o que fazer de tanta tristeza?
Bom..., como eu costumo dizer: não sei ser triste, pelo menos a tempo inteiro e o tempo tudo resolve.
Um beijo grande.

Unknown disse...

um beijão para ti sabendo que a merda desta vida, como dizes, são espinhos e outras flores.

Que o teu pai se tenha transformado numa das estrelas que podes avistar agora nestas noites estreladas

espinhos e outras flores disse...

Obrigada amigo.
Felizmente vejo mais flores que espinhos. Sigo viagem, ainda tenho o meu destino por cumprir e já são várias as estrelas que me iluminam nas noites mais escuras.
Um grande beijo

Anônimo disse...

Dor partilhada é dor suavisada.
Adoro-te.


Lin Xung

espinhos e outras flores disse...

Também te adoro,cada vez mais. Tenho-te no coração.

Ricardo Periquito Carvalho disse...

Parei para deixar uma curiosidade ou coincidência: a casa vivida e já sem vida da foto era a antiga casa da minha avó. Infância feliz, doce lembranças.

Lamento a perda. Respeito a dor.

O tempo sara todas a feridas.