sexta-feira, 23 de novembro de 2007

INSPIRADA...


Os dias são agora mais dias, entre a distância do que foi e a possibilidade do que será.
A expectativa sobe ao poste mais alto. Arrisca entre a queda e o poder ver mais longe. Afinal não "vê mais longe a gaivota que voa mais alto"?
Não sei onde me leva o querer. Por vezes encalha num súbito não querer.

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Ele dizia que eu sou incorente. Eu digo que sou impulsiva.

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Eu pedi-lhe que fizesse de mim um navio. Ele fez de mim um naufragio.

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Hoje faço de mim fênix e quero voar alto.
Os dias trazem o desejo oculto, atraem o que se oferece timidamente. As palavras só dizem meias verdades e soltam-se pela metade.
Quedo-me entre entre o agora e o amanhã.
O ontem perde-se na neblina cerebral.

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Não planeio. Não evito. O dia acontece.
Porque uma vontade irrompe, de repente como se fosse vento.
E vento não é, mas sacode.

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Sempre que uma porta se fecha atrás de nós, há uma que se abre à nossa frente.
É preciso ter pés que não recuem e braços que não vacilem.
Mãos que tomem o que lhes é dado, com toques de carícia.
Um corpo que dance.
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And She Was - David Byrne

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