terça-feira, 6 de novembro de 2007

VULCÃO EM MIM




E se, por vezes (oh Deus, quantas vezes!), é a raiva que me domina as entranhas, em forma de desejos, apelos, desprezo e vingança, sedução erótica incontida e solta, é a serena comtemplação do real, enquanto me faço à vida (e me desfaço ao sonho), que me guia os passos rotineiros.

E no olhar sereno e doce com que encaro os figurantes, no sorriso rasgado (e sincero), escondo o vulto dominador. Ninguém sabe, ninguém vê o ser oculto que crava os dentes nas minhas entranhas. Ninguém ouve os gritos abafados que solto no hemisfério interior.

Sou o véu cristalino com que me tapo, a cor com que me mostro, o som suave com que me faço ouvir. Tudo o resto é vulcão submerso.
Rise - P.I.L

Nenhum comentário: