sábado, 22 de agosto de 2009

Foto: "Olho-te"
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Olho para as minhas memórias como se olhasse para uma terra cheia de gente e de edificios, parques, jardins e locais carregados de pessoas que se movimentam alheias a mim. A minha vida a correr em película de filme lento, ora silencioso ora carregado de sons diferenciados e de vários estilos. E vozes que distingo entre outras vozes que ficaram, que nunca se apagaram. A minha memória é uma terra enorme, cheia de casas, ruas e pessoas que circulam lentamente, algumas em silencio, outras que falam em simultaneo. E há aquelas que me falam em particular - como se colassem os lábios aos meus ouvidos e sussurrassem coisas. Que sorte ter memórias! - Penso eu. - E vozes distintas que vêm sussurrar-me enquanto a noite baixa sobre esta cidade de fantasmas! E os lábios a desenharem curvas para cima ao mesmo tempo que o mar adormece dentro de mim com aquele barulho ritmado de ondas sintonizadas. Não sei que cor é esta com que, por vezes, pinto as minhas memórias, onde tudo vive harmoniozamente num sorriso a morrer-me no canto dos olhos - cheios de sono!
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Broken love song - Peter Doherty

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