segunda-feira, 3 de setembro de 2007

VENTOS SELVAGENS





Neste quase deserto de sentimentos, carrego a vergonha dos momentos de vulgaridade. Arrasto-me quase amargurada, na incerteza de ter perdido algo que me mantinha em pé.

Anjo não sou. Mas poderia ser decente a tempo inteiro. Enfim, a noite tem sombras e demónios dentro de mim. Nem sempre é delírio e desejo, são também rasgos de raiva.

Nem o arrependimento - este espectro que tem tentado penetrar-me, possuir-me como se quisesse engravidar-me - cabe na pequenez dos sentimentos. Mas a vergonha, rubra ao rubro! E nem máscara tenho! Já não, já mostrei toda a nudez desprovida de adornos e pinturas. Já não tenho véu algum. E agora onde esconderei a condição humana de errar, falhar e por aí fora? Fujo, por cobardia, apenas. Não por remorsos. E digo que vou mudar... apenas por convicção.

Wild is the wind...


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