quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

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- Tenho dificuldade em demonstrar o amor que sinto e ainda é mais difícil dizê-lo. - Disse ele.
- Tu adoras carros, daí a metáfora que vou usar. Tens um excelente carro, o volante nas mãos e uma estrada à tua frente. Se não aceleras não podes aferir das potêncialidades do mesmo. Se não ouves o motor a trabalhar não sabes como ele se sente e o que tem para te dizer. Se não o tratas bem ele vai ficar com marcas e desvalorizado. Se não o usas como deve ser ele vai desejar ter um dono que lhe dê o devido merecimento. Por isso, dá-lhe de beber, muda-lhe o óleo as vezes necessárias, mantém-o limpo, usa-o bem e com prazer, não o guardes demasiado tempo na garagem, evita os acidentes, nunca o emprestes pois não sabes se ou como te será restituído. Estima-o porque ele é único. Para concluir: as pessoas valem bem mais do que os carros e têm ouvidos que precisam de música e de palavras. Por isso, trata-as melhor do que tratarias um excelente carro e canta-lhes o amor. Se não souberes cantar o amor, sussurra-o, escreve-o, declama-o ou grita-o, mas não te cales. Calar o amor é consentir a solidão, concordar com coisa nenhuma. - Disse ela.

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