segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ESTE TEXTO É MERA FICÇÃO

Foto de Henrique.- Mirandela.
Quando vou à terra costumo sentar-me nestes bancos a olhar o rio. Dentro de dias sentar-me-ei aqui e estarei com muita nostalgia e muito amor, a respirar intensamente.

Foto de Henrique.- Mirandela.
Onde o outono encerra a maior das belezas.
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"O amor é um contentamento descontente." Não fui eu que o disse, foi o Camões, há muito, muito tempo, Assim se mantém!
A lua está cheia e brinca ao esconde-esconde, aproveitando as núvens que passam. Na lua cheia- não é novidade -começo a uivar. Cá dentro, bem entendido. Há uma explosão de sentimentos e de palavras. Mas é melhor calares-te! Batem numa parede e caiem no chão, em puro desmaio. São meros remates à trave, ao lado ou por cima. Estás fora de jogo!
Pergunto-me se sou uma tola ridícula! Se existirá alguém capaz de corresponder aos golpes mais súbtis, aos arremessos mais audases, às provocações mais disfarçadas?
Não há como entender uma gaja! Céus! Hoje faz-me falta um pouco de poesia e audácia. Não me basta a ternurice. Preciso de palavras que vibrem, que me cortem a boca e o peito, que me inundem as veias e me expludam nas entranhas. Preciso de frases que me desloquem o coração, me arranquem as tripas e me virem do avesso. Canso-me do eco das minhas palavras não escutadas. Farto-me de palavras sem resposta, da quietude do silêncio, dos sussurros incompreendidos.
O amor é um contentamento descontente! Ao menos sabes disso? Sabes que é preciso a chuva, necessário o abalo do vento, a intempérie, o tornado e a força do sol?
Diz-me, diz-me... dá-me palavras intensas... antes que morra!
Preciso do teu sopro, um pouco do teu ar.
Eu fecho os olhos para te respirar.
Não me deixes morrer! Deixar morrer é tão simples! Quão difícil é dar vida e amemtá-la!
Para cada um, um precipicio. Seguras-me ou deixas-me ir?
Nunca saberás, pois não?...
Eu também não!

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