quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

ESTOU EM PULGAS!


Estou em pulgas!
Lembro-me do tempo em que me sentava à beira-rio, a lançar pedras rasteiras que, a saltitar, cortavam a superfície da água. Era uma forma de matar pulgas. Agora tento sufocá-las com o fumo do tabaco.
Agarrei uma folha em branco e sento-me sobre ela. Quero começar a escrever as coisas que sempre escrevi, mas de uma outra forma. O que eu quero é enganar o destino, trocar-lhe as voltas.
Hoje estou mais viva e é por isso que temo mais a morte. A morte dos sentidos, porque hoje há dentro de mim coisas que fazem sentido. E estas pulgas que me inquietam, que me mordem traiçoeiramente!
Quando era criança a Terra era redonda e a água ia sempre desaguar nos rios e mares. Agora a terra é bicuda e a água desagua muitas vezes no meu peito.
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We Could bee Loking For The Samething - Silver Jews

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