terça-feira, 1 de dezembro de 2009

DA FICÇÃO À REALIDADE


Os textos abaixo foram mera ficção, um deixar a imaginação discorrer e um jogar com as palavras.
Vamos então à realidade, à indiscutível maravilhosa besta que é esta realidade onde me embrenho e da qual fujo quando posso.
A minha vida é um pão sem sal. Ás vezes parece uma batata doce ou um petisco apimentado. Mas é um pão sem sal. Digo que não tenho tempo, mas sobra-me em demasia. Digo que não tenho estimulo, mas o que me falta é paixão. Digo que não tenho amor, mas o que me falta é disponibilidade e crença.
A minha vida é um pequeno pão sem sal. Só não criou bolor ainda, porque a dança e o humor lhe mantêm o vigor.
Tu és o sal. Ai porra! Que difícil é dizer-te que és o tempero que encontrei, assim, de repente, de um momento para o outro! Sabes-me bem. Sabes tão bem que até receio pensar que a minha vida poderia deixar de ser um pão sem sal. Que até poderia deixar de ser um pão. Que poderia ser um pastel de belém ou um toucinho do céu!
Mas não acredito. Não acredito em nada. Sobe-me a tensão arterial. Perco o apetite e o sono. Sofro de ansiedade e vou a correr comprar mais um maço de tabaco, porque um pode não chegar. E pronto. Heis que afinal o excesso de tempero pode-me fazer mal! Fico doente!
Ha!... e deixa-me dizer-te: detesto frases ambiguas e é melhor que te remetas ao silencio, que não me mandes mensagens, não me chames amore, porque me arruinas, pões-me os nervos em frangalhos, não sei o que pensar e tenho medo de sentir alguma coisa. Tenho medo de ter medo. Tenho medo.
Hoje sinto-me como no primeiro dia que fui à escola. Tudo correu bem, mas vou precisar de uma mão que me leve a casa e outra que me indique a carteira onde me devo sentar no dia seguinte. Além disso, ainda agora começou e já tenho medo de chumbar!
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Slave to Love - Roxy Music

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