segunda-feira, 16 de agosto de 2010

DESEJO



Foram os meus olhos, os meus olhos...
Esta noite...
sempre os meus olhos...
espalhados pelo teu corpo,
a queimar a essência da razão.
Foram os meus olhos, de noite
a rasgar a tua pele suada
e o desejo insuperável...
Bem podiam ter sido outros olhos,
mas foram ainda os meus olhos,
parasitas com luz
a propagar-se no teu quarto escuro.
Aí, onde te sonho,
onde o meu corpo perde a identidade.
Aí, onde ferro todo o meu desejo.
Atravessei a manhã como quem atravessa o universo
e ainda não me cheguei!
.

Nenhum comentário: