domingo, 15 de agosto de 2010

A MINHA VIDA DE...?

Foto: "Um último olhar, a perder-se... na melancolia, de não te encontrar!
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Não me posso zangar com a vida! Não consigo! Nos últimos tempos tem-me acontecido muita coisa inesperada que fez com que a minha vida se alterasse. Para melhor. Libertei-me de imensa tralha. Mandei-a fora, já não me faz falta. Já não me sinto presa ao cais. Estou livre! Tenho nas mãos apenas o peso dos dedos! Nunca me senti tão livre! Alguns sonhos não se concretizaram mas fizeram com que outros se concretizassem. Algumas coisas que quis e ainda quero não aconteceram, não me chegaram ás mãos, mas nem tudo pode acontecer. Não espero da vida mais do que aquilo que possa alcançar. Não tenho sido uma grande lutadora, mas penso que não o tenho sido porque, no fundo de mim mesma, terei entendido que não valia a pena lutar por aquelas coisas em concreto. Apostei um sonho. Nunca tinha apostado um sonho! Não fiz muito por ele, mas fiz muito mais do que alguma vez pensei ser capaz de fazer. Assumi-o e, dentro das minhas capacidades e limitações, tentei agarrá-lo. Estou satisfeita por isso. É que tenho a mania de virar as costas e até de me esconder. Penso que passei a ser capaz de me libertar de muitos dos meus fantasmas. Estou pronta para "morder a vida". Deixar de lado os receios parvos de levar com um não, uma gargalhada, em suma, uma rejeição. Afinal, "a rejeição é um caminho para o lado melhor da vida, é a falta do engano, é a verdade no seu expoente máximo, logo, uma bela maneira de não perder tempo nem criar ilusões, onde elas, as ilusões, não habitam!". Estou a usar palavras de pessoas amigas que muito estimo e que me têm ajudado a ter uma perspectiva diferente da vida. Hoje encontrei-me com um amigo que não via há rigorosamente doze anos. Há uns dias atrás encontrei-me com uma amiga desses tempos e ela cruzou a informação com este. Estava em casa e, de repente tocou o telefone. Já não me passava pela cabeça poder voltar a encontrar-me com estes amigos. A vida afastou-nos e, afinal, vivemos tão perto! Estas coisas fascinam-me. Mostram-me que não posso viver fechada, na sombra, principalmente num momento em que me libertei de uma carga enorme e preciso de sentir que a vida acontece. Em que preciso que a vida aconteça.

Largo o cais. Estou pronta para partir. A bagagem não me pesa e embarcarei no próximo navio. Navegar é preciso.

Ainda tenho um sonho. Mas é hora de partir (de férias - bem entendido- e depois, sabe-se lá para onde). Levá-lo-ia comigo se pudesse. Mas não posso. Porque ele não quer. Teria de o acorrentar e eu nunca tive correntes que prendessem. Somos livres. Sempre seremos livres.

Tenho de ficar por aqui, porque a minha amiga acabou de levar uma rejeição e ela lida muito mal com isso e está a caminho. Preparo-me para mais uma descarga na garrafeira e uma noite de vadiagem filosófica.
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