quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

DESABAFOS

À pouco estava a estender roupa e, em baixo, na rua, lá estava o meu vizinho a olhar! Meteu-se no carro, ligou o motor, acendeu as luzes, desligou e deixou-se ficar no escuro a observar-me. Fingi nem o ver. Quando cheguei à roupa interior exitei, pensei, este cabrão sabe o número dos meus sutiãs, a cor e o tamanho das minhas cuecas! Mas continuei. Que se lixe! Há muito tempo que ele sabe de cor o que eu visto por dentro e por fora e deve ter uma imaginação muito fértil! "Sabe o que sinto, vê-la passar com esse corpo, adivinhar o que traz vestido e não lhe poder tocar!" Disse-me numa mensagem. Filho da mãe!
Durante o fim-de semana, divertia-me na noite de Albufeira - pirosa, pelo menos de inverno! diga-se - e o telefone sempre a tocar e mensagens a entrarem! "Está bem? Por favor mande-me uma msg a dizer que não lhe aconteceu nada de mal, estou aflito!" Filho da mãe! A agoirar-me! Na segunda-feira cruzei-me com ele à entrada do prédio e perguntou-me se me sentia bem. "Óptima", respondi-lhe. Não lhe ia dizer que estava de caganeira vómitos e que mal me segurava de pé! "Não me leve a mal, mas eu tenho um péssimo pressentimento de que algo de muito mal lhe vai acontecer", disse-me com uma mão no peito e um ar gravíssimo. Fiquei tão fodida! "Olhe, não me chateie, tome um valium que isso passa-lhe. Deixe-me em paz!" respondi-lhe. Sentia-me doente. Desde então, estou melhor, mas há dois dias que tenho uma enxaqueca pegada - apesar da boa disposição (lua cheia)! filho da mãe! Andará a fazer macumba?! Ah! Mas a melhor foi que no dia dos namorados me enviou uma mensagem com um ramo de rosas "somente para ti, foram ontem e serão para sempre as minhas rosas." C@!... não sei se me deva enternecer se chorar! Eu sei que é péssimo isto que estou a fazer! Não é gozar com os sentimentos do homem, eu também falo dos meus sentimentos não correspondidos, das minhas desventuras, não é isso, mas o homem enlouquece-me! persegue-me há mais de um ano, tira-me fotografias, liga-me e faz-me previsões nefastas. Assusta-me! Deixa-me a bater mal! Estou a pensar fazer uma denúncia criminal, mas tudo o que tenho não é válido como prova e a justiça não valoriza estes casos! Só actua se o individuo me atacar, agredir, violar ou ameaçar públicamente. Na verdade eu penso que ele tem problemas psicológicos, mas julgo que é inofensivo. O que eu não consigo é deixar de pensar no pressentimento de desgraça que ele faz quetão de afirmar! Arre!!! Que mais me irá acontecer?!
Bem... agora, para desanuviar, vou procurar uma música deliciosa para por aqui. Não tenho encontrado o que procuro!

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