quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

HÁ COISAS QUE NÃO SE EXPLICAM!

 
A minha vizinha de cima costumava dizer-me que a gata dela tem uma paixão platónica pelo meu cão, pois quando pode foge-lhe de casa e vem sempre encontrá-la a miar ou deitada a dormir à minha porta, como se o céu aqui habitasse. Sei do que fala! daquele lugar ou porta onde tantas vezes paramos e nos deixamos ficar, a suspirar ou a sonhar, quase a miar! E eu ria-me, dizia-lhe que isso não era possível. À pouco encontrei-a com o filho, agarrei no puto de seis anos e fomos com o meu tobias à rua, isto porque ele adora o meu tobias. Estava um vendaval terrível mas, ainda assim, fartamo-nos de correr os três no descampado aqui atrás. Quando fui entregar o puto, a vizinha pediu-me para esperar à porta. Apareceu-me com a gata nos braços. Pedi-lhe para a tirar dali, pois o meu cão ia estraçalhá-la - como qualquer cão que se preze, também ele detesta gatos. Mas o raio da vizinha rui-se, pediu-me para o segurar bem e pousou-a à frente dele. Fui-lhe largando a trela aos poucochinhos. Eles foram-se aproximando devagarinho, a cheirarem-se, com curiosidade, mais do que animosidade e, pouco tempo depois, tinham os narizes encostados. Ficaram sentados, um frente ao outro, em silêncio! A seguir ele pos-lhe uma pata na cara e ela baixou o focinho. Depois voltaram a cheirar-se e ficaram encostados a olharem um para o outro!

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