quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

HOJE PENSO! E PENSAR DÁ CÁ UMA TRABALHEIRA!!!



Ás vezes penso que não deveriamos receber flores. Penso que cada um de nós deveria ter o seu próprio canteiro.

Houve uma fase da minha vida - uma fase em que a minha vida tinha um empolgante ar primaveril - em que tinha sempre flores em casa. Sempre! Não conseguia ver a casa sem flores!

- Gosto de malmequeres. Gosto muito de malmequeres. Talvez por serem brancos e simples, com pequenos olhos amarelos. Porque encontro serenidade nos malmequeres, nos seus olhos amarelos rodeados de cabelos brancos. -

Acontece que, a minha vida ficou, de repente, com um ar invernoso - e nas questões ambientais desencadeiam-se efeitos secundários - então, comecei a pensar que não deveriamos cortar as flores, que elas deveriam nascer, crescer e morrer na terra.

Foi por essa altura que comecei, também, a pensar sériamente que os pássaros não nasceram para viver em gaiolas. Olhava para os meus pássaros e não podia com os remorsos! Era inconcebivel manter aqueles seres, feitos para voar, num mísero espaço de não sei quantos centímetros quadrados! E foi por isso que dei os meus piriquitos e o meu canário (A lolita, o doce e o popas). Apenas para não encarar diáriamente com o facto de ter anuido à crueldade do cativeiro. Não os soltei porque sabia que não iriam sobreviver. Dei-os para poder lavar as mãos e dizer para mim mesma: eu não, eu não aceito crueldades e injustiças.


Enfim, são modos de reagir a crises emocionais! Cada tolo com a sua mania.
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Hoje, a minha vida, não tem um ar primaveril, nem tão pouco invernoso. Parece ter o ar sintético das minhas flores. E por vezes, sinto que está tão vazia quanto as gaiolas penduradas na varanda.
Mas pior do que isso, é quando ando pela casa e me sinto igual a um pássaro em cativeiro, de porta aberta e sem vontade de voar! Ou acomodada.
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Hoje penso que não deveria receber flores. Sei lá... talvez um abraço bem apertado!



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