sexta-feira, 21 de maio de 2010

DESALENTEI-ME


"Vou para casa esquecer que parti." - Jorge Reis-Sá


Há tanta agitação nestes momentos em que fico estupidamente parada e silenciosa, a olhar, sem querer ver, tudo o que fica por fazer, acumulado aos montes, e montes de pensamentos para seleccionar, montes de sentimentos para deitar fora, e montanhas, montanhedos de coisas que vejo como se não se relacionassem comigo! Fico para aqui sentada e quieta, a contar as noites mal dormidas, a pensar o que fazer com elas e o que elas farão comigo. Inerte como uma pedra, um calhau imóvel e agitado a querer mudar de sitío.

Não sei o que fazer da brancura da folha. Não sei onde caíram as palavras que um dia me trouxeste à boca e que se desenhavam até no mais reles papel de embrulho. Desalentei-me como quem se perdeu!


"Um dia, irás perceber que gostar de alguém, em segredo, é (simplesmente) idealizar; desejar que uma ideia venha até nós sem fazermos nada para ir ao seu encontro. Um dia irás perceber que idealizar é dizer adeus sem dar por isso." - Eduardo Sá.

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