domingo, 30 de maio de 2010

EXPERIÊNCIAS NOVAS


A lua está redonda.

O sol aquece.

E o fim-de-semana está quase passado.

Na sexta à noite, ainda estava em Sines quando recebi um SOS de uma amiga que abriu um bar há oito dias. De novo na estrada, rumo à margem sul, aí vou directa à má-vida. Pouco dormi. Comprometi-me a ajudá-la enquanto não arranja outra pessoa para o trabalho. Já aprendi a tirar cafés, imperial, a servir as bebidas e a pôr as mesas para os petiscos. A seleccionar a música, os vídeos e a lidar com os bebêdos. Incrivel! Desde as quatro horas da tarde de ontem, nem sei quantas pessoas dali saíram em estado alcoolizado. Uma fulana passou lá o dia, sempre a dar na cerveja, e contou-me a sua vida. Um fulano, nas duas noites, colou-se a mim como uma melga, quis-me ler a sina e quis à força dar-me o número do telefone. Um cavalheiro que tinha estado lá de tarde, voltou à noite e encostou-se ao balcão. Queria por força pagar-me uma bebida e melgou-me durante umas duas horas. Isto está bonito! Há uma diferença enorme entre o lado de cá e o lado de lá do balcão. De facto, quando estamos do lado de cá, é como se só existissemos nós e a nossa vida, apesar de estarmos a partilhar com quem nos acompanha. Do lado de lá não temos vida, temos na mão a vida dos solitários que se encostam ao balcão na ânsia de serem ouvidos, enquanto agonizam as suas angustias nos tragos do alcoól. E, à medida que as horas vão passando, o alcoól viaja-lhes nas veias e vão ficando mais despertos para o diálogo, com uma vontade crescente de partilharem os desgostos. E também vão ficando mais agitados e inconvenientes. O alcoól é uma coisa bem terrível! Desculpemos estas pessoas, pois como diz o Bagaço Amarelo, os homens só se embebedam por causa do amor.

Tenho de ir. Vou entrar ao serviço.

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