quarta-feira, 26 de maio de 2010

OLÉ!


Esta manhã tive um ataque de nervos. Há cerca de dez dias que os nervos me andavam a morder o cérebro. Comiam aqui e ali, bocadinhos pequenos de coisas que me faziam falta. O sono incerto, desmotivação para o trabalho e o convívio e alguma tendência para me sentir um insecto feio e estranho. Detesto esse estado de ebulição onde fervem todas as coisas negativas. Agarrei esses nervos todos e ataquei-os ferozmente. Foi um ataque massivo. Limpinho!

Tenho andado a acordar antes das seis horas da matina. Como raramente me deito cedo, andava ressentida da insónia. Com o corpo quase inerte e a alma (aquela que finjo ter), a arrastar-se pela rua da amargura. Ora, se eu só tenho de me levantar às oito, sobravam-me duas horas de sonho desperto a imaginar as coisas mais improváveis. Que o sonho comande a vida dos poetas, aceita-se. Que comande a minha, não é razoável. Por príncipio, gosto de comandar o sonho. Se eu sonho tanto, o que seria de mim, da minha vida, se não tivesse aprendido a controlar o sonho? Rosa Púrpura do Cairo? Ai quem me dera - abrir o computador (que agora os tempos são outros) e ver-te sair dele, apareceres de carne e osso, e cor e voz, cabelo e movimento... Pois sim! Ou pois não.

Esta manhã levantei-me, ao invés de ficar às voltas na cama. Não sonhei, acho que nem pensei. Comecei a dançar enquanto fazia o café. Esse é um sinal vital. Agarrei em mim e numa amiga e aí vamos passear para Lisboa. E levei o carro. E não me perdi! Aléluia! Sinto-me tão cheia de energia! Tão cheia de malícia e de humor! Já andava a dar em doida com tanta irritação. Estará lua cheia? Ou os santos vão cair do altar?
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Head on - The Jesus and Mary Chain

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