segunda-feira, 9 de agosto de 2010

FUI FELIZ AQUI


Ontem passeei pelas praias de Torres Vedras onde fui levar o meu filho. Era para ter ficado lá uns dias, mas apeteceu-me voltar a casa. No regresso, vinha a pensar quanto tempo ali vivi, como fui feliz e como agora olho para os locais com total indiferença! A mesma indiferença com que olho para o passado! Antigamente eu pensava que se o meu casamento terminasse, voltar ao sitios onde fui feliz, teria de ser, forçosamente, um acto doloroso. O estranho é que assim não é!
Quando o meu ex-marido me deixou, parecia que o céu me tinha caído na cabeça, que o mundo tinha ruido. Mas depressa percebi como era muito mais feliz sozinha, como os dias eram muito mais leves e suportáveis do que antes. É por isso que costumo dizer que há males que vêm por bem. Esqueço-me completamente que ele existe e os lugares morreram! É estranho, mas é assim! Na verdade, quando ele me deixou, o nosso amor já era um amor doente há muito tempo, só que eu não tinha coragem de o deixar. Mas o certo é que não temos de carregar um amor para o resto da vida como se ele fosse um deficiente a nosso cargo. O amor não pode ser a dor. O amor só pode ser, necessáriamente, o alívio, a cura para as nossas dores.
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Hoje estou feliz.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei feliz quando li "Hoje sou feliz".

Até breve.
Milhões de beijos.
Lin Xung

espinhos e outras flores disse...

Eu sei.
Vemo-nos na próxima semana. Até lá, milhões de beijos. Diverte-te.