quarta-feira, 28 de maio de 2008

MEIA CULPA


Eu não sou a única culpada!
.
A culpa é da poeira entranha,
nas veias dos rios interiores.
É das linhas desertas
nos corpos desabitados.
A culpa é dos dedos moribundos
e gelados
nas mãos esquecidas.
E da melancolia das línguas sem troca de salivas.
A culpa é das margens do teu leito,
de onde tombo sem amparo.
E deste chão onde desabo
e me deito
sem braços para me abraçar.
A culpa é da distância,
da saudade contida nos lábios,
do pensamento vádio
e do verbo amar!
.
A culpa é minha,
sim, é minha,
e desta fonte que não seca
chamada desejo.
.
(Condena-me á cadeira erótica)

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