domingo, 11 de maio de 2008

MEMÓRIAS EM RETRATOS II


Os dias hão-de transformar-se em meses e os meses em anos. E tu sobrevives. Mas continuas a viver no tempo e no espaço em o conheceste, em que acreditaste no enraízamento das artérias. Em dois corações a baterem compassadamente, alimentados pelo mesmo sangue efervescente. Continuas tão parva como sempre! Não que acredites ainda. Não que esperes seja o que for. Só não sabes como saír do retrato da memória!

Mas agora já acreditas que amor é uma estação. Tem dias! Pode ter anos! Ás vezes sol e muitas vezes chuva agreste. Agora sabes que as flores um dia magestosas, são meros espinhos. E que o cheiro só existe na tua teimosa memória. Há muito que ele se espalha por outras florestas verdes, que um dia serão tão áridas como é o teu deserto.

Agora, tu já sabes que "o amor é um local estranho" onde tu própia te sentes uma estranha. Não importa quantas vezes o visites ou quantas vezes sejas visitada por ele, será sempre uma estação da qual não quererás sair voluntáriamente. Da qual serás empurrada quando á tua frente só vês o precipício. Mas agora também sabes que não importa quantos precipícios terás de enfrentar ao longo da vida. Sempre sobreviverás para mais uma estação.

Porque tu agora percebes que é no fim que tudo começa. Sendo certo, que ainda assim, nunca aprendes nada! Podes mudar o palco, as personagens, mas quererás sempre repetir! Porque no amor, a memória apenas serve para te torturar, raramente para te ensinar!

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Goodnight bad morning - The Kills

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