sábado, 31 de maio de 2008

ROCK IN RIO


"Love is a losing game"
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A actuação de Amy Winehouse, a noite passada no Parque da Bela Vista, foi surpreendente! Assisti em casa, em frente ao ecrâ da tv e, fui alterando o som por diversas vezes, julgando que o problema era do aparelho, não da dita. Depois, comecei a reparar no jeito de segurar o vestido junta da perna direita, as pernocas (xi! que mais pareciam uns canivetes, mas enfim, confesso que até pareciam cópias fieis das minhas!) bambas de todo! O pescoço mordido, o punho empanado!!!...
De facto, a moça parecia um peixito fora de água! Dava a sensação de ser uma adolescente a pisar um palco pela primeira vez, esquecendo as deixas enquanto procura a posição correcta para o corpo!
As críticas serão mais que muitas. Acho que vão queimar a mocinha enquanto ainda respira! Enterrá-la viva! Mas porra, alguém se lembrará que esta criaturazita só tem 24 anos? Que ainda está com um pé na infância e outro na adolescência? Além de que, ser famoso é isto mesmo, extravasar! o Jim Morrison exibia o pénis, a Amy apresenta-se estrambelhada e cai. Cada um com a sua própria imagem. Que dizer mais?
Na verdade esta rapariga lembra-me bem os meus 24-25 anos. Mas eu não tenho uma voz maravilhosa. O meu único sucesso foi um cântico de ópera num bar de Coímbra numa noite de bebedeira. Mas ela é deslumbrante, verdadeiramente deslumbrante! Daqui a uns anos há-de lembrar-se do RocK in Rio e rir-se. Rir-se até das lágrimas que verteu. Rir-se de todos os excessos que cometeu. E há-de continuar a ter a voz admirável com que encanta milhares de pessoas.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

MEIA CULPA


Eu não sou a única culpada!
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A culpa é da poeira entranha,
nas veias dos rios interiores.
É das linhas desertas
nos corpos desabitados.
A culpa é dos dedos moribundos
e gelados
nas mãos esquecidas.
E da melancolia das línguas sem troca de salivas.
A culpa é das margens do teu leito,
de onde tombo sem amparo.
E deste chão onde desabo
e me deito
sem braços para me abraçar.
A culpa é da distância,
da saudade contida nos lábios,
do pensamento vádio
e do verbo amar!
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A culpa é minha,
sim, é minha,
e desta fonte que não seca
chamada desejo.
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(Condena-me á cadeira erótica)

terça-feira, 27 de maio de 2008

O SONHO COMANDA A VIDA?



Admiro as pessoas que nunca desistem dos seus sonhos!

Elas carregam-nos como uma cruz, calvário acima. Vão seguindo, tropeçando, caído, levantando, avançando! Não sei se com a convicção de que um dia hão-de chegar, ou a simples teimosia de perseguirem uma ilusão! Não sei se com a percepcção de chegarem a lado nenhum ou a verdadeira ilusão de estarem a chegar a algum lado!

Porém, admiro-as profundamente.

Só assim se pode chegar às coisas dificéis. Quantas coisas, pelas quais gastamos dias ou anos, numa árdua batalha, um infindável desespero, nunca alcançamos? E quantas, só conseguimos depois daquele esforço, quase esvaídos na frustração de esperanças totalmente gastas?

Todavia, eu não sou assim! Já não! Tantas batalhas travadas que esgotei as forças. Nem luto, nem desisto. Vou até meio do caminho. Fico-me no meio da corda, que há-de bambolear para um dos lados. Se o sonho fizer metade do percurso e vier até mim, tomá-lo-ei com toda a emoção. Se tiver de caír, é porque a corda caiu e eu caírei seguramente agarrada a ela.

Mas admiro as pessoas que nunca desistem! Admiro-as muito. Não porque sejam melhores que as outras. Não porque revelem um carácter mais forte. Não porque sejam mais corajosas ou mais otimistas. Admiro-as pela capacidade de se abstraírem dos obstáculos, de encurtarem as distâncias, de sofrerem e acreditarem que um sonho alguma vez possa tornar-se uma realidade!... Se calhar basta acreditar!... Ou talvez não!

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Rain - Bishop Allen

domingo, 25 de maio de 2008

RICHARD HAWLEY E OUTROS...

SlipKnot - Vol. 3 (The Subliminal Verses)

Final Fantasy - Has a Good home



ZZTop - Eliminator


Peter Murphy - Unshattered



Richard Hawley - Tonight The Streets Are Ours
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As escolhas da semana




sexta-feira, 23 de maio de 2008

!!!...

Não sei. Não sei. Não sei. O meu estado é de negação. Nego. "Encontro muito mais felicidade nas coisas como elas poderiam ser, do que nas coisas como são". Apago-te como a qualquer cigarro que fumo e chega ao fim. É certo que o fim de quase todos os cigarros deixa-me uma sensação de insatisfação, como se quisessem perdurar um pouco mais. Talvez seja isso que me leva a acender outro algum tempo depois. Talvez... talvez seja assim contigo também! Acendo-te outra vez. E apago-te, de novo. Mas tu nem te apercebes! Nem sabes, sequer, em que cinzeiro morres! Ou em que lábios te incendeias! Eu também não. Não sei de nada. Prefiro a negação. O pensar à deriva. A simples falta de perpectivas de te voltar a fumar - digo: acender.
Bem ciente da força de qualquer vício - digo: das minhas fraquezas. Não sei - encolho os ombros com soberana indiferença. Nego-te. Apago-te. Acendo um cigarro - num supremo prazer.
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This charming man - The Smiths

terça-feira, 20 de maio de 2008

NOSTALGIA



O que me sobra é a falta de tudo. E, sobretudo, sobra-me o desencanto. Ando acizentada. Esbatida. Com pinceladas de promessas a cores.

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By my side - Inxs

domingo, 18 de maio de 2008

EU SEI... OU NEM POR ISSO



Posso ser quantas quiser num só dia, numa só hora. Mas sou sempre real. Porque em todas está, também, aquela que ninguém conhece, que nunca conhecerás. Aquela que me habita permanentemente. Todas as outras dormem no quarto das visitas. Aquele quarto que decoro consoante o tempo e as vontades. Que arejo com frequencia e pinto de cores diferentes. E que, às vezes deixo na escuridão.

Posso ser a quiseres, se quiseres. Mas nunca saberás quem sou, pois não?

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Who wants to live forever - Queen

MUSE E OUTROS...

Muse - Absolution

Soundgarden - Down On The Upside


David Bowie - Black Tie White Noise


Placebo - Without You I'm Nothing



Talking Heads - Popular Favorites - Sand In The Vaseline
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As escolhas da semana





MEA CULPA?


Eu não sou o único culpado!
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Lamento todos os momentos em que te desejo e tu não estás. Mas como poderei lamentar os desejos?
Já bebi tanto! E tão sóbria me sinto que enjoo esta realidade que mais parece um filme! E se caír em tentação? Rio-me! Não sei se por tanto já ter bebido, se por tanto te culpar! O pecado, meu amor... onde mora?
Invisível...
Porque me deixas? Porque me deixas ir embora quando ao sair da porta o que mais quero é ficar?
Diz-me que o que sinto é apenas revolta retalhada por todas as noites de tentação sem pecado, por todas as manhãs em que acordo contigo invízivel na minha ou na tua cama. Diz-me que não é dor.
Apetece-me apagar todas as paredes. Soltar um voo de ilusões cortantes. Tenho imagens nítidas de mim e o poder de me sentir dentro da música como um rasgo. É revolta meu amor! É apenas revolta, não é dor!
E no silêncio somos todos culpados. Mas sobrevivemos a todas as culpas. Dá-me todos os motivos para aumentar a minha culpa. Dá-me todas as culpas. Quero aumentar a minha revolta numa explosão de raiva. E cair no vazio do cansaço.
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Sing for absolution - Muse

quinta-feira, 15 de maio de 2008

CONVERSAS DA TRETA



Gostava de poder e conseguir entender os homens. Nunca sei que raio se passa numa mente masculina! Nunca percebi o que os move ou os motiva! Nunca soube de que massa é feita o coração de homem! Como funciona o seu cérebro!

Li um texto onde se escrevia que o homem não é ambiguo. Para um homem ou é ou não é. Não há indefinições. Ou querem ou não querem. Ou se interessam ou não se interessam. Mas então onde é que está a diferença? Isto leva-me de encontro a uma conversa que tive há dias com o meu filho. Obriguei-o a estudar enquanto eu via um filme. Na manhã seguinte, a caminho da escola ele perguntou-me que tal tinha sido o filme. Respondi-lhe que tinha gostado bastante porque para além de ser um romance, era carregado de acção, tensão, e porque, acima de tudo, retratava muito bem os homens e tudo o que eles são capazes de fazer só para darem uma queca. E a seguir soltei um pensamento em voz alta: Mas porque é que os homens são assim? Porque é que são capazes de tudo por uma queca?" E o puto respondeu-me: "Olha mãe, porque nós temos objectivos. ok? E porque nós somos objectivos. Ok?" Perante esta resposta, não tive argumentos! Mas esta mesma resposta, partindo de um puto de 14 anos deixou-me a pensar sériamente. Já não tenho dúvidas, os homens funcionam mais ou menos todos segundo um padrão, começam a segui-lo em tenra idade, não sei se é natural ou se treinam para isso.

O meu sobrinho tem 12 anos apenas. E a frase que tem no messenger é esta: "Enquanto não encontro a garota certa, vou-me divertindo com as erradas." É uma bela frase, sem dúvida. Meti-me com ele e respondeu-me: "Então tia, não se pode perder tempo. Supõe tu que eu nem encontro a gorota certa!" Melhor resposta ainda. Concordo plenamente. Mas não pensei que um puto desta idade já tivesse pensamentos destes!

De facto os homens são espantosos! Admiro-os pela, não direi frieza, mas leveza com vivem. Tenho quatro grandes amigos de longa data, homens que fazem parte da minha vida, pois são eles que a valorizam. Partilhamos grandes momentos, segredos, sentimentos, alegrias e muitas horas de cavaqueira frequente, há anos. E eu continuo a dizer-lhes: "Juro que não compreendo os homens!"

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Rebelion - Arcade fire.

terça-feira, 13 de maio de 2008

RETRATADA

Chuvisca aqui e ali, por breves minutos. Chusvisca, por vezes, dentro de mim, mas nem sempre!

Dizem que sou forte. Que nada me abate. Que não tenho muros nem paredes intransponíveis! Dizem que sou lutadora. Que enfrento tempestades. Que não tenho adversários imbatíveis! Dizem que sou persistente. Que nunca desisto. Que não tenho costas capazes de se voltarem a qualquer situação!

Há tempos, disse a um amigo de longa data, que amdureci, que encaro a vida com outra postura, que aceito as coisas maravilhosas que me são oferecidas com o máximo prazer, mas que me afasto das coisas perdidas, sem grandes lamentações e sem perdas de tempo, aceitando o facto de as ter perdido. Mas ele não acreditou! Pensou que eu brincava! Nem aceitou o facto. Tive de mudar a conversa, não fosse perder um admirador por falta de compreensão, ou de capacidade para me fazer entender.

É certo que sou demasiado impulsiva. Que rio insuportávelmente por tudo e por nada. Que arranjo soluções quando tudo parece irremediávelmente perdido. Que tenho sempre uma música para dançar no meio da tempestade. Mas, por Zeus! alguém conhecerá as minhas fragilidades! Alguém saberá do medo que tenho que o céu me caia na cabeça! Do medo de envelhecer e não mais ser amada, de ficar sózinha! De não conseguir subsistir ou sustentar aqueles que dependem de mim! De não sobreviver a uma doença ou a uma perda!

Hoje de manhã cedo, fui a pé para o trabalho. Bem arranjada, sorriso enorme nos lábios. Normalmente desloco-me de carro, mas como a gasolina encareceu... e dou por mim a ser cumprimentada pelas pessoas que se cruzavam comigo. Mas de onde conheço este? Quem é esta? E estes? Não importa! É o sorriso que importa. As pessoas viam-me sorrir e pensavam que era um cumprimento, pelo que retribuiam muito agradávelmente. A boa disposição não se deve a nada em concreto, nem a facto algum em especial. É um estado de espirito que tenho vindo a alimentar. Os medos estão cá, mas a minha vida não melhora por os fazer sobressair. Nem eu me torno mais bonita com ar melâncólico. Nem vou ser amada só porque o desejo. Nem vou fazer crescer o dinheiro na conta bancário se o regar. Nem vou mudar o mundo só porque quero.

Um dia de cada vez, e já é tarefa suficiente. Um sorriso sempre, até quando parece impossível.
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Bon Jovi - muitas - hoje, todas quantas consiga ouvir

segunda-feira, 12 de maio de 2008

ENFIM ...SÓ!

Atravessar o eixo norte-sul em hora de ponta, é do c@r@lho! Mas chegar a casa, atirar com os saltos altos, colocar os pés descalços no chão, é um sonho! Depois servir um martini bem fresco e pôr-me a comer amendoíns, hummm... do melhor! Toca o telefone, não atendo, por hoje encerrei. A seguir ponho os fones, ouço o "Sundays" do Lauge, uma delícia! Agora cendo um cigarro. Estou no paraíso!!!! Posso fumar dentro de casa. Não tenho de fazer o jantar. Tenho precisamente três horas só para mim! Liberdade! Liberdade! Liberdade! Sentir cada minuto... fazer o que me apetecer. É preciso passar sacrifícios numa detestável segunda feira, para se conseguir saborear o prazer de um fim de tarde tranquilo, com toda a intensidade! É como acaríciar o sol depois da chuva.
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Moving ocean - Lauge

domingo, 11 de maio de 2008

MEMÓRIAS EM RETRATOS II


Os dias hão-de transformar-se em meses e os meses em anos. E tu sobrevives. Mas continuas a viver no tempo e no espaço em o conheceste, em que acreditaste no enraízamento das artérias. Em dois corações a baterem compassadamente, alimentados pelo mesmo sangue efervescente. Continuas tão parva como sempre! Não que acredites ainda. Não que esperes seja o que for. Só não sabes como saír do retrato da memória!

Mas agora já acreditas que amor é uma estação. Tem dias! Pode ter anos! Ás vezes sol e muitas vezes chuva agreste. Agora sabes que as flores um dia magestosas, são meros espinhos. E que o cheiro só existe na tua teimosa memória. Há muito que ele se espalha por outras florestas verdes, que um dia serão tão áridas como é o teu deserto.

Agora, tu já sabes que "o amor é um local estranho" onde tu própia te sentes uma estranha. Não importa quantas vezes o visites ou quantas vezes sejas visitada por ele, será sempre uma estação da qual não quererás sair voluntáriamente. Da qual serás empurrada quando á tua frente só vês o precipício. Mas agora também sabes que não importa quantos precipícios terás de enfrentar ao longo da vida. Sempre sobreviverás para mais uma estação.

Porque tu agora percebes que é no fim que tudo começa. Sendo certo, que ainda assim, nunca aprendes nada! Podes mudar o palco, as personagens, mas quererás sempre repetir! Porque no amor, a memória apenas serve para te torturar, raramente para te ensinar!

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Goodnight bad morning - The Kills

sábado, 10 de maio de 2008

MEMÓRIAS EM RETRATOS I

Ele tocar-te-á com mãos de fada. Como se fosse o seu primeiro toque. O primeiro toque em corpo feminino. Como quem sente vagarosa e deliciosamente o sabor do desejo pela primeira vez. Dir-te-á que a tua pele é seda. E os seus dedos delizarão por cada curva das linhas do teu corpo. Falar-te-á dos sítios onde o horizonte repousa mas não termina. Onde o vento balança os teus cabelos entrançados em nuvens de sonho. Mostrar-te-á onde se esconde o arco-íris. Desenhando cor por cor na fantasia dos teus lábios.
Ele não é bonito. Nem tem um corpo esbelto. Nem presenteia sedução. Mas tem o olhar enigmático, cheio daquele mistério que quererás desvendar. E o cheiro encantador de uma permanência impossivel.
Ele há-de conquistar-te. E tu hás-de amá-lo.
E ele há-de partir com as suas mãos de fada e todo o mistério naquele olhar que nunca desvendarás. E o cheiro dele permanecerá com toda a impossibilidade de o transformares em matéria corporal. Tudo, então, será uma memória do tempo em que a seda do teu corpo delizava nas linhas dos seus dedos. E lágrimas correrão desenfreadamente, pelas tuas faces, onde o horizonte dos seus lábios antes repousou.
E depois tentarás esquecer. Mas nunca, nunca outras mãos terão aquele toque. Nem outros lábios soprarão brisa como aquela. E nem outras palavras terão o mesmo encanto. E nenhum, mais nenhum olhar, nem outro cheiro, jámais se hão-de assemelhar.
E perceberás, então, que toda a eternidade é temporal. A fragilidade com que se vive...
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Fade into you - Mazzi Star

sexta-feira, 9 de maio de 2008



Há dias assim, em que chego a esta hora e já lidei com muitas situações interessantes, já fiz muita coisa e, então, dou por mim a pensar na minha vida, naquilo que fui e no que sou. Nas vitórias e nas frustações. Sempre tive uma grande vocação para ser mãe. Talvez seja aquilo que sei fazer melhor. Talvez seja o meu maior sucesso. Sempre achei que deveria ter tirado o curso de psicologia. fascinam-me as relações humanas bem como as relações do homem com o seu ego. Fascina-me toda a área comportamental, o pensar e o agir, o que penso e o que sou, o que sou e o que aparento ser...

Vou trabalhar, basta de tretas!

Sempre tive vocação para as artes: pintura, teatro e escrita. Aos 16 anos decidi ser escritora de profissão. Convenci a minha mãe a comprar-me uma máquina de escrever. E durante um ano, entre todas as outras actividades, escrevi um romance. Ainda está dentro de uma mala, debaixo da minha cama de solteira, na casa dos meus pais. Tem trezentas e tal páginas de esquecimento.
Na escola secundária diziam que eu era uma lunática. De facto, os meus pais obrigavam-me a deitar cedo e eu fingia dormir, mas ficava a ler com uma lanterna ou ouvia música com os auscultadores, até meio da noite. De facto, li "O vermelho e o preto" de Stendhal numa noite, também "A metamorfose" do Franz Kafka, entre outros, e durante o dia sonhava e dormitava.
Quando era pequenina, enquanto os outros se divertiam a brincar, eu costumava andar com uma sebenta debaixo do braço e um estojo de canetas e lapiseiras e desenhava. Desenhava tudo o que via, pessoas, animais e objectos. E também coisas abstractas a tinta da china - em preto e branco. O meu lado negro delimitado pela televisão, na altura a preto e branco e muito consumida por mim. Adorava filmes de terror. Esperava que todos adormecessem e depois, pé-ante-pé, descia as escadas do quarto de lanterna na mão e ficava na sala, a ver filmes, sem som, até tarde. Depois, deitava-me e adormecia de luz acesa, porque tinha medo do escuro. A minha mãe nunca percebeu porquê!
Quando era miúda sonhava ser criminosa. Altamente criminosa! Crime altamente organizado (por mim). Grandes projectos de assaltos altamente rentabilizaveis a bancos e museus. Nunca descoberta, com muito sucesso! Lia muitos livros policiais e via muitos filmes que me fascinavam. Enquanto os outros sonhavam ser manequins, professores ou doutores, eu sonhava ser fora da lei!
A realidade traiu-me altamente!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

TENHO LIVRO DE RECLAMAÇÕES


São ridículas as palavras que te envio!
Fico tão desajeitada depois do clic! Havias de me ver, para te rires um pouco. Mas o que hei-de fazer? Não pensei quando caí no ridículo de te amar. Fi-lo tolamente. Tão tolamente como quando te escrevo.
E tu, escondes-te por de trás do véu. Nem consigo imaginar que expressão facial será a tua quando as lês. Não faço ideia se esgar de riso ou desagrado! Tão impenetrável, que nem supôr consigo!
Jámais me deixarás espreitar a luz atrás da cortina. Todavia, nem quero ver. Receio a escuridão que essa luz me traga! Já me basta o lusco-fusco em que vou vivendo.
Faz delas o que entenderes, apaga-as simplesmente ou aproveita-as como a anedota do dia. Encolho os ombros! Sim, o que hei-de fazer? Não sei amar sem ser tola! Ah, e podes reclamar.

domingo, 4 de maio de 2008

CINEMA


Até meio, o filme mostra-se relativavamente interessante. Porém, a partir daí, há toda uma intensa acção a desenrolar-se, com alguns pontos de humor devido à extrema simplicidade e realidade dos personagens e, não são poucas as vezes que nos sentimos a saltar de susto e a conter alguns gritos de pavor. Os arrepios são inúmeros e inevitáveis e a adrenalina sobe até ao cair do pano. Para quem gosta do género, este é um verdadeiro filme de arrepios. Gostei bastante.

SISTER OF MERCY E OUTROS...

Sisters of Mercy - Greatest Hits Vol. 1

Theath Cab For Cutie - Plans


James - Hey Ma


Tinderstickes - The Hungry Saw


Supertramp - Breakfast in America
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As escolhas da semana



sábado, 3 de maio de 2008

FICA MAIS UM POUCO



Hoje tudo se envolve numa intensa felicidade.

Sabes o que me dá mais alegria? aqueles abraços carinhosos que me dás, inesperadamente, no meio de uma qualquer conversa ou brincadeira.

Mas é nos teus lençóis que o meu sorriso se alarga.

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Love will tear us apart - Nouvelle Vague

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O AMOR QUE NUNCA FIZ

"O AMOR QUE NUNCA FIZ"

O amor que nunca fiz

tinha cheiro de pecado,

tinha um monte de carinhos guardados,

tinha início num simples beijo,

que terminava envolto em milhões de desejos.

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O amor que nunca fiz era criança,

era alucinado e acalorado.

depois virou adolescente e carente,

mais tarde, uma senhora triste empalhada,

escondida dentro do passado.

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O amor que nunca fiz

tinha cheiro de jasmim,

perfume de alecrim,

a cor da aurora,

teria sido um instante de glória.

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Chamava por mim,

sempre foi assim...

no silêncio da madrugada,

em alguma hora encantada...

ele era fantasiado de alegria,

escondido atrás da agonia,

quente e louco,

perturbado e indisciplinado,

era medrosos, cheio de angústias,

partículas de tormentos,

cheio de instantes e momentos.

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O amor que nunca fiz

me chamava, me enfeitiçava,

tentava me levar ao final da estrada,

Mas minha fuga

sempre era alucinada,

fuga de lágrimas, sem palavras.

Imperfeito e arruinado.

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O amor que nunca fiz

era gelado,

frio e molhado,

doce e salgado,

fugitivo e enraízado,

seco e atormentado,

imperfeito e arruinado.

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o amor que eu nunca fiz...

deixou-me marcas

por toda a parte,

por cada pedaço do meu corpo,

nos lábios e no rosto,

no peito e na emoção,

na saudade e no coração.

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Fugiu de mim,

e sempre vai ser assim,

porque o amor que eu nunca fiz,

foi-se quando eu não quis,

embora eu saiba,

que dentro do seu coração

ficou um vácuo,

uma ilusão,

uma estranha sensação.

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O amor que eu nunca fiz

ainda me atormenta,

ainda me alimenta,

ainda não se satifaz,

ainda não é capaz.

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O amor que eu nunca fiz

de certa forma eu já fiz

quando olhei nos teus olhos,

quando imaginei beijar tua boca,

quando fiquei completamente louco,

quando nas noites de solidão

imaginava segurar tua mão,

sentia o teu corpo encostar ao meu e,

enlouquecido, eu quis o teu.

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O amor que eu nunca fiz

abriu-me uma porta.

iniciou uma história

de derrota e de glória,

de despedida e partida,

de amizade sofrida,

de paixão, amor e dor.

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O amor que eu nunca fiz

foi nosso peso,

foi nossa medida,

foi nosso desespero

e ficou sendo também

nossa alegria.

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O amor que eu nunca fiz

deixou-me solidão,

deixou-me dor,

dor do vazio constante,

que não cessa um instante.

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O amor que eu nunca fiz

dói a tristeza de saber que será em vão

esta minha dedicação.

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O amor que eu nunca fiz

foi justamente, de todos...

... o que eu mais quis!

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Desconheço a autoria...




Dispo-me de todas as ausências.

Abandono todas as incertezas.

Vem.

Chega antes que a noite se deite sobre o dia

e o desejo adormeça.

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