segunda-feira, 8 de março de 2010

Não tenho paz! Os pensamentos desenrolam-se descontrolamente. Sinto uma revolta que me sufoca. É quase um ódio! Por todos, por tudo! O meu corpo parece um saco de pedras a esmagar-me as vísceras. Tenho dores que não passam. E o peito aloja láminas que se espetam em todas as direcções. Os pensamentos são zumbidos que me rebentam a cabeça. Como se se esmagassem uns contra os outros. Arde-me a alma. Como se, em segredo, eu tivesse uma alma! Eu, que já não tenho segredos! Nada que possa esconder. Uma nudez, apenas, onde escorrem lágrimas. As lágrimas queimam. Eu nunca me vi assim, tão nua! De pele queimada. Tão pequena e tão fraca. Com a fúria cravada nas maos enquanto, com elas, desfaço os meus delírios.
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