segunda-feira, 8 de março de 2010

PENSAMENTOS DISPERSOS



Estou desconcentrada. Passei um vermelho por pura distracção. Esqueço-me de coisas que tenho de fazer. Ando a brincar e a rir com as pessoas, mas tenho o pensamento a duzentas rotações por minuto, na busca de respostas impossíveis a questões que não a podem ter. Acendo um cigarro como aperitivo do próximo e não devia. Entrei no prédio e vi um vulto. O coração disparou a bater em excesso de velocidade. O sangue congelou-se nas veias. Tive medo! Eu tive medo! Eu nunca tinha tido medo! Vi então quem era e sosseguei. Sinto medo! Sinto medo quando o telefone toca, quando a campínha toca, quando saio à rua e quando entro em casa. Eu nunca tinha sentido este medo!

Penso na vida como um engano.

Há coíncidências tão extraordinárias que não têm explicação ou sentido!

A vida é um jogo de enganos. Nada é o que parece. Uma sucessão de factos reais que criam factos irreais. As ilusões são factos irreais que o nosso pensamento gera, motivado por acontecimentos, acasos, coíncidências e sentimentos. A vida é, muitas vezes, uma real ficção. Porque se perde a noção do que é a realidade e do que é o pensamento. O pensamento desenvolve-se a partir de factos aos quais junta sentimentos, daí resultando um prato condimentado segundo as nossas apetências. E aquilo que efectivamente é a realidade, não o é. A desilusão não é mais que a perda da ilusão. A visão singela da realidade desprovida de sentimentos. E em consequencia acontecem novos factos. É então que nascem outros sentimentos positivos e negativos que darão origem a novas ilusões.

Nada e ninguém é o que parece. A vida pouco mais é que um jogo de enganos. O importante é jogar de cabeça fria para poder ter capacidade de escolher as melhores cartas.

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