terça-feira, 17 de maio de 2011

AI PORTUGAL, PORTUGAL!

Eu que detesto política, não resisto a falar sobre a mesma. À beira das eleições e não encontro o voto!
Faço uma resenha da vida política nacional, desde que me lembro dela e lhe comecei a dedicar algum, ainda que pouco, interesse.

1980 - Governo de Sá Carneiro/ AD-Aliança democrática. Do que me lembro é de uma enorme agitação política e dum país com um grave deficit económico.

1981-1983 - Governo de direita PSD, CDS, PPM/ Pinto Balsemão. A agitação política continua. A economia vai de mal a pior com o agravar da despesa pública.

1983-1985 - Governo de Mário Soares/PS-PSD- Bloco Central. Lembro-me da agitação política. Tivemos a intervenção financeira do FMI numa altura de grande desemprego e uma elevadissima taxa de inflação. Só se falava na CEE. Milhares de jovens recém formados não tinham colocação e muita gente emigrou. O meu irmão ficou desempregado, uma das minhas irmãs emigrou pra a França, a outra acabou o curso e ficou à nora e eu, a mais nova curtia música, lia desenhava e fazia poemas. A minha família vivia razoavelmente bem e não cheguei a sentir a crise.

1986-1995 - Governo de Cavaco Silva/PSD. Entramos na CEE e entraram grandes ajudas económicas. A inflação desceu e o emprego cresceu. Começaram as grandes privatizações e um grande aumento do funcionalismo público. Criaram-se inúmeras universidades privadas, construíram-se estradas e o grande Centro Cultural de Belém. O país teve um falso crescimento. Com as ajudas que vinham de fora atribuíram-se milhões de escudos em subsídios a fundo perdido aos empresários, sem que houvesse um verdadeiro controlo sobre a aplicação dos mesmos. Assistiu-se à exibição de riqueza nova e fácil. Os empresários exibiam grandes carros, construiam grandes moradias e piscinas, faziam férias no estrangeiro, enquanto as empresas subsidiadas iam sobrevivendo sem uma gestão adequada, o que viria a resultar, mais tarde, no endividamento das mesmas, no seu fim e de novo o desemprego a crescer.

1995-2002 - Governo de Guterres/PS. Aderimos à moeda única. O endividamento do estado aumenta devido à nossa fraca competitividade. As privatizações continuam e as grandes contruções também, estradas, a barragem do Alqueva. Portugal era, então, um país moderno e desgovernado! A despesa pública era enorme, o investimento na produção era nulo.

2002-2004 - Governo de Durão Barroso e Paulo Portas/PSD/CDS-PP. Durão Barroso o político das promessas! A única coisa que fez foi abandonar o barco, quando o barco já estava praticamente no fundo.
Começam os rumores da pedófila na Casa Pia envolvendo figuras da vida pública e política. É a descrença nas nossas instituições e naqueles que as governam. O desemprego cresce. Mais uma vez, ao invés de se investir na produção nacional, investe-se em obras, gastaram-se milhões de euros (até dói!) na construção de inúmeros estádios de futebol para o campeonato europeu de futebol. Continuamos sem escolas decentes e sem hóspitais!

2004-2005 - Governo de Santana Lopes e Paulo Portas/PSD/CDS-PP. Surgem os grandes processos de corrupção. São inúmeros os escandalos públicos! Já não sabemos em quem confiar, em quem acreditar. Investe-se em submarinos para patrulharem o fundo dos nossos oceanos. Também nós nos afundamos cada vez mais. O governo é demitido por incompetência.

2005 em diante - Governo de José Sócrates/PS. Vários são os escândalos e as mentiras a envolverem o PM, em quem, infelizmente votei na primeira eleição. As grandes gestões, nos vários sectores, desde a saúde, educação, segurança social, administração pública, são ruinosas. Um governo governado pelos bancos e pelas grandes empresas. Era impossível sobreviver à crise mundial no estado em que o país se encontrava!

Perante isto, com todos estes sucessivos governos do centro e da direita que conduziram o país ao estado em que se encontra, em quem devo votar? Nos mesmos de sempre? Então resta-me a esquerda esquerda. Porém, vivo num concelho cuja câmara é de esquerda e o que observo é que a mesma é um verdadeiro tacho do partido, só ali trabalha e arranja emprego quem está inscrito no partido, ainda que a sua verdadeira ideologia seja outra, Afinal é preciso sobreviver! E é isto que desejamos numa governação?
Assim, sou obrigada a concluir que não encontro alternativa para o meu voto. E para mim, que nem sequer me interesso por política, isto é verdadeiramente preocupante! Estou tão descrente que nem sei o que fazer! Claro que isto também me tira o sono, não é apenas o amor não correspondido. Afinal, não se vive só de amor!

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