terça-feira, 31 de maio de 2011

COISAS PARVAS



A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes. - Khalil Gibran.


Eu dançava muito no escritorio de casa e também na cozinha enquanto punha os alimentos ao lume ou arrumava as loiças nos armários, eu dançava em frente ao espelho do quarto com uma vaidade de menina, eu dançava até com o vai-vém do ferro enquanto passava a roupa. Era assim, eu dançava quando estava alegre e quando estava triste! Há muito que não danço! Eu ouço a música, mas o corpo fica hirto. Ando em baixa de forma, mas não é fisícamente, é cá dentro. Acompanha-me uma soturnidade à qual não tenho conseguido trocar as voltas ou passar rasteiras. Fico a pensar em coisas. Ontem o meu filho perguntou-me porque andava tão ausente, tão distante, apesar de estar presente. Ando para lá do meu corpo. Por isso, quando digo "cá dentro", na verdade, é lá fora. Não que ande de amuos com o meu corpo, eu até gosto dele, creio é que andamos separados. Saio dele e fico a pensar em coisas!
Vou mas é fazer o jantar! Preciso de ganhar juízo, talvez de crescer, sei lá!

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