quarta-feira, 11 de maio de 2011

O MEU AMOR


Não tenhas medo meu amor do meu amor, porque o meu amor não existe. Inventei-o num dia em que estava morta, para ter sobre o que pensar, sobre o que sentir, sobre o que escrever. Por isso te digo meu amor para não teres medo do meu amor que é de papel e pena.
O meu amor não tem o teu retrato, nem uma carta de amor. É feito de palavras e de música, o meu amor.
O meu amor podia ser um quarto de hotel, uma cama desfeita, um carro, uma estrada, um ósasis, uma ilha ou um concerto de Bach, mas o meu amor é somente a letra da canção mais triste, o banco mais escondido no jardim de um paço, a núvem solitária de uma tarde de verão, a última palavra da última página de uma derradeira história de amor.
Não tenhas medo meu amor do meu amor, porque ele é enorme mas é de papel e vento. 

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