terça-feira, 31 de maio de 2011

COISAS PARVAS



A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes. - Khalil Gibran.


Eu dançava muito no escritorio de casa e também na cozinha enquanto punha os alimentos ao lume ou arrumava as loiças nos armários, eu dançava em frente ao espelho do quarto com uma vaidade de menina, eu dançava até com o vai-vém do ferro enquanto passava a roupa. Era assim, eu dançava quando estava alegre e quando estava triste! Há muito que não danço! Eu ouço a música, mas o corpo fica hirto. Ando em baixa de forma, mas não é fisícamente, é cá dentro. Acompanha-me uma soturnidade à qual não tenho conseguido trocar as voltas ou passar rasteiras. Fico a pensar em coisas. Ontem o meu filho perguntou-me porque andava tão ausente, tão distante, apesar de estar presente. Ando para lá do meu corpo. Por isso, quando digo "cá dentro", na verdade, é lá fora. Não que ande de amuos com o meu corpo, eu até gosto dele, creio é que andamos separados. Saio dele e fico a pensar em coisas!
Vou mas é fazer o jantar! Preciso de ganhar juízo, talvez de crescer, sei lá!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

LIKE A FLY


Um espinho cravado em mim
como uma árvore.
Às vezes fica inerte como uma estátua.
às vezes sacode como uma ventania.
E eu toda giro em volta do meu espinho
como numa rotunda.
Exploro um círculo vicioso,
como se fosse um vício!

domingo, 29 de maio de 2011

THE ANTLERS - BURST APART

(2011)
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Muito bom.
Já tinha gostado do "Hospice", mas a banda está a evoluir notóriamente para melhor.

LALI PUNA - SCARY WORLD THEORY

(2001)
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Banda alemã, música electrónica. Gosto especialmente deste álbum.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

FUCK


Parece-me imperativo adoptar uma nova fachada. Como dizia Pessoa "quando tentei tirar a máscara ela estava colada ao rosto".

A VIDA É UMA OPORTUNIDADE, O AMOR ...


A vida nem sempre é fácil! Se analisar bem, a vida só é ocasionalmente fácil. O amor é a coisa mais fácil do mundo, nasce sem qualquer exigência e cresce em qualquer lugar, como a erva daninha. Sobrevive em terrenos adversos e resiste a tempestades. O amor é fácil. O difícil é aceitar o amor na sua singela natureza de puro sentimento. O amor começa a complicar-se quando decide dar uma escapadela do coração e começa a alastrar-se pela alma. A alma, bem sabemos, é aquela coisa sempre inquieta, sempre a colocar interrogações e a criar obstáculos. Chega um dia em que o amor decide visitar o corpo, entra no sangue, viaja pelas veias velozmente, liberta adrenalina, tem convulsões e passa a ser ambicioso e exigente. O amor, já não é apenas um puro sentimento, é matéria incorporada e palpável. O amor passa a querer ser tocado e a querer tocar. A partir daí, o amor é como a vida, difícil de governar.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

FUJIYA & MIYAGI - VENTRILOQUIZZING

(2011)
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Muito bom. O som é contagiante, tem algo de negro e ao mesmo tempo obriga à dança. Nada melhor para um dia como o de hoje que chove mas não faz frio! São todas boas, mas "Universe" é, sem dúvida, aquela que me fará embriagar numa noite de nostalgia.

terça-feira, 24 de maio de 2011

FORÇAR O DESTINO


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Há pessoas admirávelmente persistentes! Perseguem aquilo que desejam mesmo quando todos os esforços parecem inúteis! É evidente que aquilo que é admirável nessas pessoas, também pode ser aquilo que as torna aborrecidas e insuportáveis como reverso.
Penso que, por vezes, é preciso forçar o destino para que o destino aconteça.  Às vezes pode resultar. Porque às vezes a insignificância ou a fragilidade das coisas solidifica na mesma medida da intensidade e força com que as agarramos. Porém, a maior parte das vezes serve apenas para serenar a nossa consciência. Pensar que não desistimos  e que  lutamos, é um  tranquilizante que nos permite seguir em frente e facilita o esquecimento do destino que não se concretizou.

A maior parte das vezes em que tentei forçar o destino arrependi-me. Disse-me uma amiga com alguma tristeza. Tende a agir por impulso, com uma certa irracionalidade que lhe é característica. Julgo que é a própria natureza que lho exige como um meio de ultrapassar etapas que se tornaram emocionalmente insuportáveis. A dada altura cai num intenso desespero que resulta da sua insegurânça, numa angustia provocada pela impotência face ao objecto do seu destino e a incapacidade de o alcançar por si só, já que depende da vontade do outro. E nessa fase age de forma radical e agressiva, no bom sentido da palavra. O que daí advém, ainda que possa ser negativo, acaba por se reflectir positivamente, pois sucede-lhe uma quase imediata libertação. Posteriormente racionaliza e sente arrependimento, às vezes até vergonha, porque ainda não entendeu que ao forçar o destino o está a forçar num dos dois sentidos possíveis: aquele que deseja ou aquele que será, independentemente do seu desejo. Porque o força por mero instinto, pois a sua natureza não lhe permite dispender demasiado tempo com destinos incertos, mas no momento em que o força apenas está a prever uma direcção. Sendo certo que sempre aproveitará do resultado, seja ele qual for.

Há na natureza humana uma necessidade de cumprir destinos ou de os abandonar!

domingo, 22 de maio de 2011

OS QUE SEGUEM O SEU DESTINO


"Aos que seguem o seu caminho"
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Podes muito bem ficar aí nesse lugar a que dás muitos nomes, todos os nomes que inventas para não lhe dares o verdadeiro nome, aquele que finges não conhecer porque não o queres admitir. Acho que arranjaste uma capa, uma maneira de camuflar a realidade, o que é uma tolice. É aí que deves ficar. Dizia-me ela há dias, com os olhos quase cerrados devido à miopia e à persistente tentativa de se adaptar às lentes de contacto. Há lugares que são para visitar, mas não para ficar. Dizia-lhe eu recostada na cadeira com o ar mais aborrecido que consigo angariar nos dias insignificantes que vão passando por mim. Há lugares que são como as cerejas, deliciosos e temporários. Um dia evaporam-se e talvez nos venham à memória numa noite de inverno em que não tenhamos lugar para onde ir ou onde ficar.

Simplificas demasiado o impossível de simplificar! Não sei que estratégia usas, que truque aplicas, mas não é natural encarar dessa forma aquilo que, por natureza, é complicado. Dizia-me ela a acender um cigarro que depois me estendia, a fim de me poupar o trabalho de me levantar à procura da mala num outro compartimento. Agradecida e continuamente aborrecida, sem o menor ensejo pela conversa que tentava evitar, não tanto pelo enredo da mesma, mais pelo fastio da tarde, fumei o oferecido cigarro. Às vezes somos obsecados por um lugar de forma inexplicável, por um lugar que nem nos é permitido visitar. É aí e só aí que queremos ficar. Somos atraídos pelo impossível! Sofrer, parece ser a forma mais equilibrada de suportarmos a monotonia dos dias. Complicamos aquilo que é manifestamente claro e simples e simplificamos aquilo que aparentemente não o é. Somos humanos! E tu és dramática. Dizia-lhe eu de seguida.

Não te entendo! Comentava ela. Não te preocupes, nem eu própria ambiciono entender-me.

sábado, 21 de maio de 2011

PORTUGAL É POBRE E A RICO NUNCA VAI CHEGAR, SE ASSIM CONTINUAR

Do debate que ora nos foi permitido assistir entre os dois maiores líderes políticos nacionais, resultou que levaram a maior parte do tempo a criticarem a acusarem-se mutuamente dos actos do passado do que a apresentarem soluções para o futuro! Ambos elegantes e serenos, mas mais preocupados com as câmaras do que propriamente com o facto de elucidarem os portugueses das posições relativamente às grandes matérias que interessam ao progresso da nação. Lamentavelmente, do meu ponto de vista bem pessoal, ficamos todos quase na mesma! Fizeram-me lembrar os casais em crise conjugal que conferênciam  para apresentarem meios de salvar o casamento, e perdem a maior do tempo com acusações e a libertarem os seus ódios.
"Foi um debate esclarecedor" - Disse José Socrates no final.
A mim deixou-me rigorosamente com as dúvidas do costume, ou seja, não esclarecida. Mas talvez seja falta de inteligência, melhor dizendo, seja burrice minha.
"Foi um debate vivo" - Disse Passos Coelho no final.
Sem dúvida, quanto a isso. Incendiaram-se bastante os ânimos entre ambos, de uma forma elegante diga-se, contudo, não me parece, que tenham iluminado o povo ou avivado a esperânça.
Não me interessa, sinceramente, quem ganhou o debate. O que me interresa é saber o que é que o país vai ganhar ou perder com o programa que cada um deles apresenta. E, sendo eu uma pessoa óptimista por natureza, cheguei ao fim do debate bastante péssimista em relação aos programas sobre os quais fiquei a saber bem pouco, tirando ali uma coisa ou outra, que mesmo assim, não me satisfez. É certo que o debate foi demasiado curto. Penso que o tempo dos debates deveria ser mais alargado. Mas enfim!
Discutiu-se a questão do sistema nacional de saúde, a questão dos contratos de trabalho temporário, entre outras.

Quanto ao sistema nacional de saúde, discute-se se os mais ricos devem ou não pagar os mesmos valores que os pobretanas. Tem razão, os ricos têm dinheiro, devem pagar mais, os pobretanas não têm dinheiro, não devem pagar ou devem pagar menos. Mas então surge aqui uma questão de justiça social, é que os ricos fazem descontos muito superiores aos dos pobres, para poderem ter benefícios do respectivo sistema. Se eles já descontaram muito mais, porque é que têm de pagar muito mais quando recorrem ao sistema? É injusto! Mas, creio que isto até é um falso problema. Tenho uma amiga rica e, há dias estavamos a falar sobre as consultas de rotina para despiste do cancro da mama e do útero e ela disse-me logo que não vai ao centro de saúde, vai ao médico particular e faz tudo por conta própria, porque confia que ficará mais protegida e assegurada. E por falar em seguro, os ricos que conheço, todos têm seguros de saúde e capacidade económica para suportarem as despesas de saúde, não conheço nenhum que se disponha a passar uma manhã ou uma tarde inteira numa consulta no sistema de saúde público. Claro que outra é a questão das despesas com hospitalizações e tratamentos prologados, mas então voltamos ao mesmo que já referi acima! O rico ainda que pague mais, porque é rico e tem dinheiro sempre terá a ssistência de saúde assegurada de uma ou de outra forma, o pobre, ainda que pague menos ou não tenha de pagar, da forma que o sistema funciona adoece, espera e morre.
Assim, mais importante do que quem paga o quê ou quanto de consulta e de taxa, é como melhorar as condições inerentes ao próprio sistema de saúde, instalações, consultas, tempos de espera tratamentos e serviços.
E alguém nos explica porque é que acabaram de contratar mais uma centena de médicos estrangeiros para trabalhar no nosso sistema de saúde - bem pagos, porque os médicos ganham bem  - e os portugueses com médias de 18 valores são, desde há muitos anos impedidos de ingressarem no curso? Com que médias é que estes estrangeiros entraram na faculdade, quantos anos andaram lá? Serão melhores do que nós? Isto não é um problema para o país? Claro que não! O país tem coisas muito mais importantes a resolver que é decidir se o pobre há-de pagar 9,00 € e o rico 20,00 € ou ambos a mesma coisa.  Se um médico estrangeiro aufere um grande ordenado mensal e um português, que até era excelente, mas não foi admitido em medicina, está a receber o rendimento mínimo porque tirou um curso para o qual não tinha aptidão ou apetência nem colocação a final, isso não importa! Pois é, isso não importa a ninguém, só a meia dúzia de intelectuais frustrados que nunca conseguiram tirar o curso dos seus sonhos!

O trabalho temporário, que é a grande maioria do trabalho nacional, exige ainda, actualmente, que haja justificação para o mesmo. Há que referir no contrato o porquê desse contrato ser temporário. Estou farta de fazer contratos de trabalho temporário e também de fazer rescisões desse tipo de contratos. Discute-se se deve ou não haver justa causa para a realização do contrato e para a sua rescisão. Na verdade, 70 a 80 % desses contratos usam falsas, mas legais, justificações quer no acto da sua realização quer no acto da sua rescisão. É sempre a questão das necessidades sazonais e da crise, e tudo passa, porque válido.  Alguém apura se efectivamente aquela empresa tem capacidade para contratar empregados de uma forma estável e assegurar-lhes o posto de trabalho? Bem sei que com a crise do momento é dificil, mas tudo funcionava assim antes da grande crise. Alguém apura se o patrão que rescinde o contrato com um trabalhador, a seguir vai contratar outro nas mesmas condições de precaridade, precisamente para o mesmo cargo e funções daquele que acabou de dispensar? Ninguém! Há muitos anos que o contrato de trabalho serve de escape para se empregarem pessoas por baixos salários. Ao fim de um ou dois anos vão para a rua e contratam-se outros pelo mesmos valores. Não se procedem a aumentos e as indemnizações são bastante inferiores. Além disso a necessidade e a instabilidade laboral leva a que as pessoas aceitem quaisquer salários e condições. Daí que, um trabalhador de escritório, se for preciso, daqui a um ano está a trabalhar num balcão ou nas obras! Mesmo que se invista em formação, é dinheiro deitado fora e há um subaproveitamento da parte do formando. Ninguém vai a lado nenhum com isto! É que, apesar do patrão arrecadar dinheiro porque paga salários inferiores, a produção e o rendimento empobrece porque não se investe em mão-de-obra qualificada e eficiente. Então não haverá que rever a política de emprego, ao mesmo tempo que se discute em concreto a justa causa do contrato a termo? É que, na prática, com ou sem justa causa, os resultados são os mesmos, acaba sempre por se dar a volta à lei. A solução tem de ir para além da mera formalidade da lei laboral, a qual, em constante alteração nos últimos anos continuar a não enfrentar cabalmente o problema social do trabalho ou a falta dele.

Por este andamento, hoje não me calava! E talvez só esteja a dizer disparates!

Isto sou eu a divagar, que nunca entendi de política e que embora me tenha especializado em economia e empresas, acabei por me dedicar bem mais ao direito da família, às relações e mediação familiar, à música, à poesia e ao amor. Vou, mas é, ver um filme.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

BLEED FROM WITHIN



Os Escoceses Bleed From Within afirmam-se cada vez mais como um dos nomes fortes do metalcore.

Imagem

No dia 29 de Abril deram um concerto em Setubal. Nesse dia acamparam oito adolescentes na minha casa e foi, também para mim, apesar de não ter estado no concerto, uma noite inesquecível. Tive de cozinhar para toda a malta e passei a noite em viagem para cá e para lá a transportar os jovens empolgados. Eram 6H00 da madrugada ainda estavam a comer e espalhados por todos os compartimentos da casa, uns nas camas outros em camas improvisadas no chão e eu lá me arrumei no sofá. Eis a malta aqui em baixo numa fotografia que tiraram com o vocalista, no final do concerto. Giros não são? São, sem dúvida. Alguns já os conheço bem, acamparam cá em casa aquando da festa do Avante, também aparecem de vez em quando e gosto muito deles. O meu filho é o mais à esquerda de tshirt preta e verde, o vocalista escusado será dizer que é o jovem do centro com o gorro cinzento. Não, não é uma montagem. O grupo é sempre muito interactivo com os fâns o que os Torna muito acessíveis e adoráveis.


Quanto ao vídeo acima, é o mais recente da banda, é oficial e tem uma particularidade - daí esta postagem - tem imagens do concerto de Setubal e bem a meio do vídeo aparece o meu filho com o microfone na boca a cantar. Claro que isto é uma excitação para o rapaz (é que ele tem a mania que é vocalista de metal, mas só ainda anda nos treinos com uma banda qualquer que  praticamente ninguém conhece - ele mata-me se lê isto!), não se cala com o assunto! Compreendo-o, afinal é o meu filho. Eheheh...

"Da Escócia vieram os Bleed From Within. Tendo tocado com The Black Dahlia Murder, Caliban, Soilwork, entre outras, os Bleed From Within são uma das bandas emergentes do metal underground internacional. Claro que ainda não podemos compará-los a uns Lamb Of God ou Architects, mas a sua qualidade vai fazê-los lá chegar, certamente.
Havia muita expectativa em redor do concerto de Setúbal. Muitas pessoas vieram de bem longe para assistir a este concerto, e acredito que não tenham ficado decepcionadas.
Apesar da curta setlist, os Bleed From Within “partiram a casa toda”. A energia do jovem vocalista (Scott) era demasiado contagiante. Os constantes breakdowns eram viciantes e completamente bem encaixados. A energia global da banda demonstra claramente porque são cada vez mais um nome forte por essa europa fora. O vocalista interagiu todo o concerto com o público, tendo convidado até um fã para o palco para cantar com ele. Toda a banda estava numa completa onda de energia, com imensa vontade de partir a casa, de agitar Portugal, desta vez representado por Setúbal.
A setlist foi curta, mas a dedicação dos músicos valeu todo o dinheiro do bilhete. Ao vivo os Bleed From Within são insanos, repletos de energia. O seu metal está bem vivo e corre tão bem pelos seus instrumentos. Quem lá esteve não vai esquecer.
Setúbal afirma-se cada vez mais como um ponto cultural de enorme importância. Seja por concertos exclusivos com bandas internacionais, seja por concertos de bandas habituais com imenso talento. A verdade é que a força e o valor de Setúbal têm sido cada vez mais reconhecidos lá fora, enquanto que cá dentro muitos parecem não dar valor. O facto deste concerto não ter sido promovido pela imprensa da cidade é algo que ainda me ultrapassa. Alguns dirão que é uma banda de metal underground e então não suscita interesse pela imprensa. A verdade é que Setúbal recebeu uma das bandas internacionais de Metal que tem cada vez mais fãs pelo mundo fora e que se tem tornado um nome forte por todo o lado. Só por isto já é motivo de orgulho."

Texto por João Miguel Fernandes

terça-feira, 17 de maio de 2011

AI PORTUGAL, PORTUGAL!

Eu que detesto política, não resisto a falar sobre a mesma. À beira das eleições e não encontro o voto!
Faço uma resenha da vida política nacional, desde que me lembro dela e lhe comecei a dedicar algum, ainda que pouco, interesse.

1980 - Governo de Sá Carneiro/ AD-Aliança democrática. Do que me lembro é de uma enorme agitação política e dum país com um grave deficit económico.

1981-1983 - Governo de direita PSD, CDS, PPM/ Pinto Balsemão. A agitação política continua. A economia vai de mal a pior com o agravar da despesa pública.

1983-1985 - Governo de Mário Soares/PS-PSD- Bloco Central. Lembro-me da agitação política. Tivemos a intervenção financeira do FMI numa altura de grande desemprego e uma elevadissima taxa de inflação. Só se falava na CEE. Milhares de jovens recém formados não tinham colocação e muita gente emigrou. O meu irmão ficou desempregado, uma das minhas irmãs emigrou pra a França, a outra acabou o curso e ficou à nora e eu, a mais nova curtia música, lia desenhava e fazia poemas. A minha família vivia razoavelmente bem e não cheguei a sentir a crise.

1986-1995 - Governo de Cavaco Silva/PSD. Entramos na CEE e entraram grandes ajudas económicas. A inflação desceu e o emprego cresceu. Começaram as grandes privatizações e um grande aumento do funcionalismo público. Criaram-se inúmeras universidades privadas, construíram-se estradas e o grande Centro Cultural de Belém. O país teve um falso crescimento. Com as ajudas que vinham de fora atribuíram-se milhões de escudos em subsídios a fundo perdido aos empresários, sem que houvesse um verdadeiro controlo sobre a aplicação dos mesmos. Assistiu-se à exibição de riqueza nova e fácil. Os empresários exibiam grandes carros, construiam grandes moradias e piscinas, faziam férias no estrangeiro, enquanto as empresas subsidiadas iam sobrevivendo sem uma gestão adequada, o que viria a resultar, mais tarde, no endividamento das mesmas, no seu fim e de novo o desemprego a crescer.

1995-2002 - Governo de Guterres/PS. Aderimos à moeda única. O endividamento do estado aumenta devido à nossa fraca competitividade. As privatizações continuam e as grandes contruções também, estradas, a barragem do Alqueva. Portugal era, então, um país moderno e desgovernado! A despesa pública era enorme, o investimento na produção era nulo.

2002-2004 - Governo de Durão Barroso e Paulo Portas/PSD/CDS-PP. Durão Barroso o político das promessas! A única coisa que fez foi abandonar o barco, quando o barco já estava praticamente no fundo.
Começam os rumores da pedófila na Casa Pia envolvendo figuras da vida pública e política. É a descrença nas nossas instituições e naqueles que as governam. O desemprego cresce. Mais uma vez, ao invés de se investir na produção nacional, investe-se em obras, gastaram-se milhões de euros (até dói!) na construção de inúmeros estádios de futebol para o campeonato europeu de futebol. Continuamos sem escolas decentes e sem hóspitais!

2004-2005 - Governo de Santana Lopes e Paulo Portas/PSD/CDS-PP. Surgem os grandes processos de corrupção. São inúmeros os escandalos públicos! Já não sabemos em quem confiar, em quem acreditar. Investe-se em submarinos para patrulharem o fundo dos nossos oceanos. Também nós nos afundamos cada vez mais. O governo é demitido por incompetência.

2005 em diante - Governo de José Sócrates/PS. Vários são os escândalos e as mentiras a envolverem o PM, em quem, infelizmente votei na primeira eleição. As grandes gestões, nos vários sectores, desde a saúde, educação, segurança social, administração pública, são ruinosas. Um governo governado pelos bancos e pelas grandes empresas. Era impossível sobreviver à crise mundial no estado em que o país se encontrava!

Perante isto, com todos estes sucessivos governos do centro e da direita que conduziram o país ao estado em que se encontra, em quem devo votar? Nos mesmos de sempre? Então resta-me a esquerda esquerda. Porém, vivo num concelho cuja câmara é de esquerda e o que observo é que a mesma é um verdadeiro tacho do partido, só ali trabalha e arranja emprego quem está inscrito no partido, ainda que a sua verdadeira ideologia seja outra, Afinal é preciso sobreviver! E é isto que desejamos numa governação?
Assim, sou obrigada a concluir que não encontro alternativa para o meu voto. E para mim, que nem sequer me interesso por política, isto é verdadeiramente preocupante! Estou tão descrente que nem sei o que fazer! Claro que isto também me tira o sono, não é apenas o amor não correspondido. Afinal, não se vive só de amor!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

COMEÇAR


Começar de novo e de novo
no preciso momento em que o tempo
compõe o tempo
para que tudo pareça novo.
Depois é só compor a vida por forma a criar um presente
que inutilize o passado ou lhe dê sentido.

QUERER


Vivo como se soubesse
que nunca saberei de ti
para além do que imagino
e mesmo assim quisesse
contrariar a lógica dos sonhos.

domingo, 15 de maio de 2011

sábado, 14 de maio de 2011

COISAS PARVAS




Não gosto de política. Vou observando para me manter informada. Os nossos políticos assemelham-se aqueles cônjuges que não aceitam o divórcio. Apresentam discursos para salvar um casamento em ruínas, prometendo rigorosamente aquilo que prometeram quando se casaram. Mas não resultou, pois não? Apesar das promessas de um futuro de felicidade e prosperidade, o que aconteceu foi um progressivo desencanto, desentendimentos, chatices e mal-estar. Pouco dinheiro, cada vez mais contas para pagar, cada vez mais filhos improdutivos para sustentar, cada vez menos rendimentos, cada vez mais mentiras, mais discussões e zangas. E de nada adiantou a construção da moradia de sonho, a piscina no jardim, o plasma na sala, porque os créditos estrangularam todas as hipóteses de alegria. Coligaram-se aos amantes mais prometedores e deitaram-se nas camas mais convenientes. Ambas as partes descontentes a tentarem sobreviver.
Quando a parte mais descontente reclama o divórcio, vem a outra parte, porque enfim não quer ser despojada do satus adquirido, pelas mais diversas razões, mas já não própriamente pelo amor que entretanto se perdeu e que às vezes nunca chegou a existir, prometer uma melhoria, uma recuperação, etc e tal. Então aquilo que não resultou vai passar a resultar? Quem não fez quando podia e devia, vai passar a fazer?
Por mera figura de estilo direi, nós a esposa descontente e arruinada, só temos ex-maridos a candidatarem-se ao nosso coração, como poderemos escolher um deles e entregarmos-lhe o nosso futuro? O que fizeram connosco quando connosco se casaram? Afinal, não foram todos estes candidatos que nos levaram à tristeza e descrença? O pior é não haver alternativa! É que nenhuma paixão nova surgiu entretanto ao longo de anos. E nós precisamos de alguém para nos governar o coração! Sabemos à partida que não iremos ser felizes seja lá qual for o escolhido. Já os conhecemos a todos bem demais! Somos, portanto, uma esposa desesperançada!

POVO QUE LAVAS NO RIO...

Quadro de David que representa a morte de Sócrates
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Há tempos, uma rapariga que se juntou com um rapaz que conheço há muitos anos, solicitou os meus serviços para lhe tratar dum assunto em Lisboa. Pagou uma provisão inicial e depois do trabalho concluido desapareceu sem dar notícias. Decorridos que estavam nove meses, mandou-me um email a pedir que lhe enviasse o recibo do valor pago, para efeitos de IRS. Respondi-lhe que agradecia que se deslocasse ao meu escritório a fim de efectuar o pagamento do remanescente em falta e levantar o respectivo recibo, pagar o IVA, etc. Respondeu-me: "Não estava em crer que tivesse de lhe pagar mais pelo restante trabalho feito, porque afinal a única coisa que fez foi dispender um pouco do seu tempo sem qualquer intervenção por escrito. Agradeço tudo o que fez por mim." E já não precisa do recibo! Portanto, duas tardes no escritório com ela a preparar uma diligência e uma tarde inteira num interrogatório em Lisboa, não é trabalho! Eu até me divirto com isto! A resposta nem vale a pena dizer como foi!
O que mais me irrita é que na primeira página do facebook me aparecem constantemente publicações do dito rapaz com descrições, fotografias e comentários das jantaradas, mariscadas e festas feitas pelo casal! É por estas razões que detesto e não faço uso do facebook, pois todos sabem da vida de todos, um antro de coscuvilhices!
É assim que o português vive! É assim que o português respeita o trabalho dos outros! Que me perdoe quem assim não vive, mas de facto, não vamos a lado nenhum! Cada vez há menos príncipios! Este é um exemplo das muitas criaturas para quem tenho trabalhado e que dão à sola sem qualquer justificação, mas que têm o descaramento de julgar que não precisam de pagar o trabalho que lhes é feito. E muitas destas pessoas são daquelas que vão para a rua gritar por melhores salários, melhores empregos, melhores condições, etc. que eu não tenho nada contra isso e concordo que assim seja. Não é só o país que anda doente, a moralidade nas pessoas também anda a apodrecer!

QUEM LHES PAGA?


"Tolerância Zero"
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Ontem de manhã, quando ia para o trabalho, fui abordada por uma senhora que me disse "Sabe qual é a grande notícia de hoje? É que Jesus a ama muito". Fiquei a olhar para a mulher com cara de parva. Foi então que me saiu esta coisa estupida: "Minha senhora, há muito tempo que estou zangada com Jesus, por isso diga-lhe que não estou interessada em saber da notícia". Virei costas e segui caminho. Mas a mulher seguiu atrás de mim renitente em salvar a minha alma penada. "Não se zangue com Jesus... blá,blá,blá" De repente parei, virei-me para ela e disse-lhe. "Se continuar a chatear-me também me vou zangar muito consigo e a senhora não quer que eu me zangue, pois não?". Calou-se.
Andei uns duzentos metros e vi um homem dirigir-se e cumprimentar uma velhota que seguia ao meu lado. Imediatamente a seguir perguntou-lhe: "Sabe qual é a grande notícia de hoje? É que Jesus a ama muito". Não queria acreditar! Mas o que era aquilo? Estaria eu ainda a dormir e estava a sonhar? Era algum dia especial? Quem eram estas pessoas? Não têm mais nada que fazer do que andar a pregar na rua? Arre! Que criem um blog e escrevam os disparates todos que lhes vierem à cabeça, como eu, mas não chateiem quem não quer ser chateado.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

ACENDER O PRÓPRIO VÍCIO / O MEU AMOR II


ACENDER O PRÓPRIO VÍCIO - Óleo sobre platex de David Maciel
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Estou à beira de morrer de novo. A brisa ausentou-se e vejo tudo esvaír-se na noite, sem sombra da tua presença. Mas não tenhas medo meu amor, se eu morrer será de amor por ti. Não tenhas medo de morrer comigo que o amor que te tenho é amável contigo. Hei-de viver de novo para criar-te uma outra vez, exatamente como no primeiro instante em que te dei vida, no exato lugar em que a minha ilusão anunciou que havias chegado e terás o mesmo rigor de traços com que te desenhei. E, apesar de toda esta exatidão, tu continuarás a ser o abstrato mais belo que eu já imaginei nas minhas (in)existências. Amo-te assim, como o pintor ama a sua melhor criação.

O MEU AMOR


Não tenhas medo meu amor do meu amor, porque o meu amor não existe. Inventei-o num dia em que estava morta, para ter sobre o que pensar, sobre o que sentir, sobre o que escrever. Por isso te digo meu amor para não teres medo do meu amor que é de papel e pena.
O meu amor não tem o teu retrato, nem uma carta de amor. É feito de palavras e de música, o meu amor.
O meu amor podia ser um quarto de hotel, uma cama desfeita, um carro, uma estrada, um ósasis, uma ilha ou um concerto de Bach, mas o meu amor é somente a letra da canção mais triste, o banco mais escondido no jardim de um paço, a núvem solitária de uma tarde de verão, a última palavra da última página de uma derradeira história de amor.
Não tenhas medo meu amor do meu amor, porque ele é enorme mas é de papel e vento. 

domingo, 8 de maio de 2011

ENCONTRO PAZ NOS PARDAIS

(não tinha aqui nenhuma foto dos meus pardais cujo número aumentou consideravelmente com os filhotes, mas agora tenho por companhia, também, este melro que vive numa árvore aqui em frente e é muito tímido.)
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Os pardais vêm à minha janela recolher o pão
os pardalitos ficam à espera a chilrear,
dão ás asas inquietos, a bailarem no chão.

Assim tudo fosse beleza e simplicidade!
A vida se resumisse a um bater de asas,
um cântico de esperânça, alimento e voo.

E depois o repouso no galho de uma árvore
e o ocaso para nos adormecer.

sábado, 7 de maio de 2011

PARA OUVIR MUITAS VEZES

A música é um sedativo para quase todos os males e uma companhia em quase todas as alegrias, a música é um milagre oferecido pela natureza e desenvolvido pelo homem e para o provar aqui deixo estes dois SENHORES.



Mali Ballaké Sissoko e Vincent Ségal

sexta-feira, 6 de maio de 2011

CARTAS ANÓNIMAS


Tenho andado para aqui em conversa com o amor e decidi fazer um acordo com ele. Não que lhe tenha prometido a paz pois, conhecendo-me minimamente, bem sei que não sou de confiança quanto a estas coisas, mas assegurei-lhe que irei tentar conviver com ele com ternura e carinho, aceitá-lo como ele é, sem nada exigir, em troca ele dar-me-á serenidade, ajudar-me-á a crescer e a enfrentar o dia todos os dias.
Penso agora que tens razão, o amor pertence à alma. Um grande amor, para ser grande e grande morrer, deve ficar encarcerado na alma. Devemos, pois, mantê-lo aí e treiná-lo como a um cão que nos vai mordendo até assumir que o seu destino se confina à solidão do cárcere. Doemos o corpo a outro corpo que alma não lhe exija e alma não lhe entregue, para que possam mutuamente afagar-se e queimar os ensejos que, despropositadamente, tantas vezes assolam a pele. E sejamos completos nesta dualidade.
Que eu te ame, então, assim, a imaginar-te, sem querer teimosa e inutilmente mudar de rumo. Que o coração quebre, mas a alma não vacile nem se afunde. Que possa falar-te do sorriso das memórias, da forma como todas as noites me acaricias o sono, o que o pensamento conversa,  tantas vezes, contigo. Penso que me amas um bocadinho ou que talvez me tenhas amado um bocadinho. Que mesmo que assim não seja, deixa-me que o pense, para ter um poste a que me agarrar quando o vento soprar com força.
Que seja uma história de amor sem amor.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O CÉU DA MINHA JANELA

(esta é minha)
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Este é o céu da minha janela num fim de tarde tão nublado quanto o tem andado a minha alma. Não fosse o amor, a sua beleza e as suas tormentas, talvez não houvesse fotografias de tardes nostálgicas nem almas nubladas e poesia a crescer nos dedos. Não fosse o amor e tu nem sequer integravas esta paisagem. Olha bem este céu, cheio da tua imagem! Era em ti que pensava neste instante. Não fosse o meu pensamento, esta núvem não estaria a apontar para ti e tu, sei lá, talvez nem existisses. Não fosse o meu amor... possívelmente seria outro amor no céu da minha janela.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

NÃO ME ENCONTRO


Encontro-me no centro de um inefável cansaço de tudo
e não me encontro.

De mãos condicionadas ao vazio,
ávidas por estrangular o tempo.

E na boca ressequida e estéril
um derramar de pedras a fingir poema.

ERRO SOBRE ERRO


No quotidiano vai-se perdendo
a expectiva saltitante dos desejos.
Os dias entrincheirados,
jogos de luz e sombras,
a corrigir enganos maquilhados,
onde a vontade declina.
Na noite, a travessia deserta
dos males menores,
viagem sem passaporte, e na bagagem
os sonhos macerados pela vida.

Ali ao lado a margem que ignoramos,
as emoções que perdemos,
o amor que descartamos,

A vida a tactear as feridas, a zelar
para que a um erro suceda outro erro.

terça-feira, 3 de maio de 2011

A VIDA É UM MUNDO ESTRANHO


A vida é um mundo estranho
onde todos os dias trilhamos o caminho
entre terra e céu,
e onde algures nos cruzamos
tu e eu.

Não me basta ter o sentido
do desejo, do que quis,
do não vivido,
guardar na mão a cinza do que ardeu
antes de o ter colhido.

Não me basta ter morrido
no deslize a-final de um sonho.
Afinal, o que existe
neste estranho mundo de vida
se-não nós?

Ah! Que importa a rima!
se o que eu queria dizer-te
 está no verso destes versos

Hoje, só queria... abraçar-te,
abraçar-te, abraçar-te...

A BELA POESIA!


Separação


só eu sei quanto me dói a separação!
na minha nostalgia fico desterrado
à míngua de encontrar consolação.

À pena, no papel, escrever não é dado
sem que a lágrima trace, caindo teimosa,
linhas de amor na página da face.

Se o meu grande orgulho não obstasse
iria ver-te à noite: orvalho apaixonado
de visita às pétalas da rosa.


- Al-Mu'tamid (Poeta do Destino, trad. Adalberto Alves) -

PEQUENOS GRANDES POEMAS



Aconteceu um dia amar-te por acaso,
embora chovesse nesse dia,
e o teu olhar com o meu

só mais tarde se encontrasse.

- Carlos Lopes Pires (in O livro dos cânticos (poemas de amor e ausência))
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um pássaro pergunta-me se
existe o céu, para saber se
lhe responderei ou se
deve cair.

- valter hugo mãe (in Estou Escondido na Cor Amarga do Fim da Tarde) -
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Extingue-se o dia
mas não o canto
da cotovia.

- Matsuo Bashô (in O Gosto Solitário do Orvalho, trad. Jorge Sousa Braga) -
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Um nenúfar flutua
na mesma água
que a lua.

- Jorge Sousa Braga -
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Há quantos anos me sento
a ver o mar? Amor
sem falhas.

- Casimiro de Brito (in Arte Pobre) -
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Diz o vento
ao mar: sem mim,
não podes voar.

- Albano Martins (in De frente para o mar. Poesia haiku contemporânea; org. David Rodrigues) -
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Escutaste os passos
no quarto
semi-escurecido
pela tua derrota?

Não eram teus,
mas do que amaste:

os passos
do que esqueces.

- Luís Quintais (in Mais Espesso que a Água) -

domingo, 1 de maio de 2011

PEIXE:AVIÃO - MADRUGADA

(2010)
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Maravilhoso!

Descubro agora que tenho andado a dormir! Até à pouco tempo andava completamente a leste da música portuguesa, ainda aquela velha e estúpida ideia de que por cá pouco se faz e quase nada de jeito!
Bem... e sobre isto não digo mais nada, que me envergonho!

Este álbum está cheio de óptimas músicas, as letras são verdadeira poesia e o resto é conversa... ouvir. Muita dificuldade em optar por uma, dado que gosto de todas, porém, acho esta bastante deliciosa.