sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

PUTA DE VIDA!


Por vezes, não tomo as atitudes mais correctas. Sou, muitas vezes, de uma feiura indiscutivel. Porque, nem sempre sou corajosa, nem sempre assumo com frontalidade as verdades ou resolvo os problemas destemidamente.
Há muito que me sinto enfraquecida emocionalmente, que desejo por termo a esta relação que iniciei, nem me lembro como, nem porquê (ou não quero lembrar-me). Mas como não sou capaz de dizer o que me vai na alma, porque enfim, sinto uma pena desmedida e um remorso imenso, ando a dar todas as razões possíveis para que seja ele a tomar a iniciativa. Passo dias seguidos sem lhe telefonar e sem responder às mensagens, vou a jantares acompanhada com um amigo e nem o convido, nunca tenho tempo para estar com ele e se tenho, fico cansada ou com dores de cabeça ou digo que vou sair com outras pessoas! Espero ansiosa que ele pense que não está para aturar esta gaja de merda e exorbite mandando-me para o sítio merecido. Espera Vã!!! Hoje disse-lhe (depois de três dias sem dar notícias) que estava em baixo e precisava de ficar sozinha, que amanhã logo conversariamos. E ele, com toda a compreensão aceitou bem e, de imediato frisou que amanhã não iria trabalhar para poder ficar comigo e apoiar-me!
Chego a pensar em que ele apostou que conseguiria enlouquecer-me!
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Habitualmente, nos fins de semana em que o meu filho está comigo e como ele trabalha todos os sábados e ao domingo vai ver o filho, ao fim da tarde damos um passeio. Estacionamos em frente à baía, porque a vista é linda e não temos muito tempo. Talvez seja por isso, ou por coisa nenhuma! E é essa coisa nenhuma que me aflige!
Ele anda sempre de sombrolho franzido, de certo, permanentemente aborrecido com a vida ou talvez com coisa nenhuma! E também essa coisa nenhuma me aflige!
Depois, também como habitualmente, ele segura-me na mão, num gesto que nunca percebi se é de ternura ou de simples rotina. E falamos dos aborrecidos acontecimentos diários. E assim se vai gastando o pouco tempo, sem um beijo, sem um desejo!
É então que me apetece perguntar-lhe se alguma vez esteve apaixonado. Se alguma vez beijou apaixonadamente. Se alguma vez sentiu o latejar das asas a baterem na ânsia de se fazer ao voo. Se alguma vez saiu da ilha em que vive e mergulhou em busca de corais resplandecentes.
É então que vejo o imenso mar que nos separa!
Que amor pode sobreviver sem brisa que o abane? Sem um sopro de renovação, sem pinceladas de tinta colorida, música que o embale?
Um dia disse-lhe que é muito fácil gostar dele porque é boa pessoa. Agora tenho de dizer-lhe que é impossível apaixonar-me por ele porque é desprovido de entusiasmo!
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Repito para mim mesma, na tentativa de justificar-me, que só tentando ou experimentando podemos saber se uma relação pode dar certo (tendo em conta a respectiva relatividade que ao assunto diz respeito). Todavia, uma relação que se inicia sem paixão, na perspectiva de esquecer uma anterior fracassada, está condenada desde o início! E eu deveria ter consciência disso! Pois é certo que estou a tornar-me perita nesse assunto! Ainda assim, creio acreditar que, não fosse o moço ser tão morcão, poderia ter-me encantado verdadeiramente! Arre!!! O que será que ele espera de uma mulher? Nem em 16 anos de casamento senti tamanha monotonia do que nos últimos 3 meses! Que desalento!
Preciso de ter atitude. Deixar de ser esta merda em que me tenho vindo a tornar (ou que, se calhar, sempre fui)!
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He came, he stayed, he fell - EF

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