quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DESABAFOS


Não sei se é o coração se á a alma que nos lixa a vida.
O coração, nunca tive ordem nele e a alma, nunca fui capaz de a segurar! Ambos me largaram na estrada. Puseram-me a dançar a seu belo prazer. Fizeram-me matéria prima escravizada pelas ilusões, objecto decorativo no muro de um caminho, grafiti acidental de uma qualquer estação de autocarro.
Estou a aprender a separar-nos, aos três. Então a questão é esta: Hoje, ao final do dia, serei quem posso ser?

...
Poemas para ler e relaxar, ou não:

Flores no Deserto, Herbert Vianna:

Um dia
Posso até pagar por isso
O impossível é meu mais antigo vício
Ou então
Um delírio do meu coração
Que vê as coisas
Onde as coisas não estão
Tão certo
Como flores no deserto
Real
Como as miragens da paixão
Havia
Inocência em seu sorriso
Enquanto caminhava rente ao precípicio
Estava calmo
Por acreditar em perfeição
Tal qual o tolo da colina na canção.

...
Versos tortos de um hai-kai

I
Perdido na noite quente
Frio teu calor
estrela morta
II

Consolo na Física Quântica
Há vários eus nos multiversos
Acredito que pelo menos um deu certo
III

Não voltaria se pudesse
Mas posso tudo.
Até voltar
IV
Passo; pressa de estar atrasado

para amanhã que sequer raiou
A bola colorida ainda passa de mão em mão
V

Noite, lua clara
Frio, ar puro
Quem para senti-los?

...

Já me sinto melhor!
Vamos lá viver.
Até à próxima dor ou prazer.

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