quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PENSAMENTOS DISPERSOS


"És maravilhoso!" -Disse-lhe eu. E ele disse que não o é. Que nunca lhe tinham dito isso. Que são os meus olhos que o veêm assim, apenas os meus olhos. Disse também que quando está comigo se sente maravilhoso e que talvez acabe a agir como tal e, por via disso, eu é que sou maravilhosa. Isto pos-me a pensar! Pos-me a pensar numa coisa que se chama reciprocidade. Quando uma pessoa nos faz sentir bem, nos transmite alegria e bem-estar, nós emanamos uma luz na direcção dessa pessoa fazendo-a sentir-se bem, transmitindo-lhe alegria e bem-estar. Gera-se uma envolvência positiva que leva a que cada um se ofereça ao outro no seu melhor, com espontaneidade, sem o receio de ser julgado e criticado, sem artifícios ou máscaras, inteiramente natural, porque nada espera do outro e outro nada espera de si, senão a mais singela das felicidades que o presente momento lhes possa proporcionar. É isso que é maravilhoso! E é isso que raramente acontece!

Tenho a consciência, porém, de que o maravilhoso é, simultaneamente, efêmero. Pois quando a maravilhosidade de um começar a sucumbir, a maravilhosidade do outro tenderá a esmorecer. Como o pavio das velas que se acendem ao mesmo tempo e que a pouco e pouco vão perdendo a chama. E quando uma se apagar, a outra já estará finada!

Ainda assim, é importante que as pessoas saibam que a reciprocidade tem um peso enorme nas relações. A tristeza e o pessimismo tendem a gerar sentimentos negativos naqueles que convivem criando um ambiente pesado entre si. Quando duas almas apertam as mãos fortemente ou vão ao fundo juntas ou ambas voam, aparte aquelas que pouco ou nada fazem, apenas se deixam caminhar pela vida, num suave aperto e livres de emoções.

Nunca soube o que é ter a alma livre de emoções!
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Veronica - Nicholas Gunty

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