quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

CONVERSAS DE GAJAS


Ontem, à conversa com a minha ex-sogra, enquanto tomavamos um café:
- Esta noite o N. não dormiu em casa. Acho que já está a recuperar do desgosto, já deve ter outra. Não pára! - Disse ela.
- Deixe-o lá. Parar é morrer. Tem de se aproveitar enquanto se pode. Não vá a coisa gastar-se com a idade! - Disse eu.
- Nunca se gasta! As energias é que já não são as mesmas.
- Mas com a idade perde-se o apetite sexual, dizem. Diga-me uma coisa, depois da meia idade, principalmente da menopausa, a mulher perde o apetite sexual, ou este diminui bastante?- Perguntei-lhe.
- Qual quê! Até se renova. O que faz perder o apetite é a falta de companheirismo ou de interesse pelo outro, não a idade. Digo-te que até se pode melhorar. Então, depois da reforma, com o descanso e o tempo livre, parecemos jovens! Só temos que adaptar as coisas às nossas capacidades fisicas, que já não são as mesmas e esquecer o kamassutra. - Respondeu.
- Mas perde-se aquela coisa espantosa da atracção fisica, a química, digo eu.
- Acho que não. Olha, a semana passada estive com uma amiga, que é da minha idade (69) e esteve-me a contar que um casal amigo dela a convidou para almoçar, onde também estava um viuvo amigo deles, mais ou menos da idade dela. Era, portanto um almoço de casamenteiros. Então disse-me que não gostou nada do homem, muito engravatadinho e engraxado. Porém, quando ele se ofereceu para ajudar a carregar a lenha e acender a lareira, e tirou o casaco, a camisola e arregaçou as mangas da camisa, sentiu um calor subir por ela acima que até lhe cortou a respiração! Por isso, estás a ver, amadurecemos, mas não morremos. - Conclui com um ar muito safado.

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