segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

DIVAGAÇÕES

Olhando bem para esta imagem, tirada na minha terra, à tardinha, poderia pensar-se que é a lua e umas quantas estrelitas. Mas não! Caíam escassos e grossos pingos de chuva sobre mim e sobre a objetiva, e deu nisto! A realidade é o que eu quiser. Tenho a lua na minha fotografia, circundada de estrelitas e ninguém mas pode tirar. Afinal, por vezes, somos nós que fazemos a nosa realidade. Eu gosto da chuva, mas gosto mais da lua e, gosto das estrelas por companhia, mesmo daquelas que invento.
Estou exausta! Não gosto das segundas-feiras! Não sei se é apenas por assim se chamarem ou porque eu assim não gosto! Estou muito cansada! Não sei se é por ser segunda-feira, se é pelo facto de ter passado 6H30 fechada numa sala a tentarmos um acordo com um casal que nutre sublime e profundo ódio entre si. O ódio cansa qualquer ser humano! Odiar é uma trabalheira, e cuidar do ódio é um desgaste! Há quem se empenhe cuidadosamente em polir os seus ódios. Penso que é porque não sabem apreciar paisagens em dias de chuva, não conseguem ver a lua e, muito menos, vislumbrar a mais pequena estrela. Limpar um ódio é uma verdadeira obra prima e a tentativa, só por si, já tem merecimento. Cansei-me! Penso que, inutilmente. "Se pudesse, eu cortava-o aos bocadinhos e guisava-o numa frigideira.!" Disse-me ela, entre dentes. Por Zeus! Não seria melhor comê-lo inteiro, cru e à mão? Quiz perguntar-lhe. Mas é preciso ter compostura!
Não sei se me sinto cansada, se frustrada! Os ódios são verdadeiras paixões voltadas ao contrário, digo eu, que nunca tive nenhum ódio, mas já tive paixões de me fazerem virar a vida do avesso, como fazerem-me ver a lua onde apenas existe uma mancha. Mas isso sou eu, que sou capaz de ver um fantasma onde nem sequer existe uma sombra!
Há dias, uma amiga, cuja namorado a abandonou, disse-me "Preferia que ele tivesse morrido do que me tivesse deixado." Só quem ouve e sente a força do vento com que tais palavras são expelidas dos lábios magoados, compreende a sincera intensidade de um ódio. Senti um arrepio, um estranho abalo a percorrer-me o corpo, quando lhe pedi para não dizer isso e ela o repetiu com lágrimas nos olhos e um brilho diabólico! Há ódios tão grandes que chegam a transtornar a vida daqueles que os sentem. Tornam-se tão obsecados que levam anos para os superar e deixam um rasto de amargura do passado ao presente. Julgo que o presente dessas pessoas, seja ele qual for, nunca estará limpo. Porque odiar é, também, uma forma de vida. Passam do amor ao ódio com facilidade. Habituam-se! Digo eu, que sou virgem, mas só no que diz respeito aos ódios.

2 comentários:

xeltox disse...

Espinhos:

Sorry, I´m back!!! Uff.
Desculpa a intromissão, preferia comê-lo, digo eu...
Grande escolha músical, the kill´s, uahh.

Bom ano de 2011, sou um amigo e pêras, atrasado e descarado.


Bjo, Xeltox.

espinhos e outras flores disse...

Xeltox,

Eu sei que estás de volta e em grande,felizmente. E obrigada.

Sim, grande música.

Bom ano para ti também. Bem melhor atrasado do que desaparecido. Quanto ao descarado, sabe sempre bem.

Um beijo.