quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

COISAS PARVAS

O meu Norte
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Há pouco, comecei a receber mensagens de uma amiga. Não percebia nada do teor! Só percebia "tentou violar-me" e o caraças! O melhor é vires até cá contar-me a história, disse-lhe eu. Chorava que nem uma uma doida e o caraças. Anda. E veio. Então pusemo-nos a violar uma garrafa de whisky que estava ali, completamente virgem, na minha garrafeira, enquanto ela me contava como o futuro ex-marido lhe havia tentado saltar para cima mesmo em cima do sofá da sala da futura ex-casa. E deu numa conversa depressiva que me deixou parva como ora se pode confirmar.
Indo ela embora e ficando eu sozinha de garrafa na mão a pensar como a vida é uma encruzilhada de acontecimentos, sentimentos e soluços, dou por mim no facebook, cujo aproveitamento ou finalidade ainda não descobri, desde que o criei (pela 2ª vez) há duas semanas atrás (porque ele me disse que quem não tem facebook, nos dias de hoje, é como quem não sabe ler!), mas enganei-me, inocentemente, confesso por ser verdade, e deparo com uma conversa no chat, do puto, está claro! A gaja é boa. Tem uns olhos lindos mas não gosto do nariz. Gostava mais quando tinha o cabelo cor de laranja. E o caraças! Coisas que não posso mencionar aqui, porquanto, não me ficam nada bem.
Bem sei! Há muito que não digo nada de jeito! Há muito que perdi a inspiração! Tanta coisa que gostaria de escrever, de dizer! Que saudades das palavras intensas, a pupularem no peito e nos dedos! Mas a tranquilidade que habita em mim, é mais branca ainda do que todas as páginas brancas onde guardo histórias e que junto sobre a secretária.
Ando a fazer um trabalho sobre a degradação das relações conjugais, que me tem obrigado a reflectir, a ler e a fazer uma pesquisa intensa. E quanta coisa espectacular eu teria a escrever sobre o assunto, se tempo houvesse! Hoje levei a tarde a ler sobre a psicologia da paixão, os mecanismos emotivos e fisiológicos que lhe servem de suporte, o platonismo, a química que os alimenta e os elementos que levam à sua morte, à desilusão, à queda das estrelas. Comprometi-me a entregá-lo até sexta-feira, até lá estarei embriegada de textos absolutamente espantosos. Aproveito para aprender a lidar com os meus próprios sentimentos, as minhas relações e a enriquecer a ambos. Tenho tido vivências e conversas espantosas com os meus amigos, mas tem-me faltado a inspiração para escrever.

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