quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A CANTAROLAR

Esta é minha, tirada lá na minha terra.
.

"Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!" - João Pereira Coutinho, jornalista.

Há muitos anos que não sentia a felicidade como hoje a sinto.
- Eras tu que andavas a cantarolar?- Perguntou-me a amiga e colega do escritório.
- Sim.- Respondi.- Faço-o inconscientemente! Desculpa se te perturba.
- Não.- Disse ela.- Eu gosto, até abro a porta do meu gabinete para te ouvir. Cantas mal, mas dá prazer ouvir-te, sentir essa alegria de viver!... Há muito que não sei o que isso é. Nem sei se alguma vez soube verdadeiramente! Vivo quase sempre tão angustiada!...
Eu não! Mesmo quando as coisas correm muito mal, encontro sempre algo que me alegre, que me ponha os olhos a brilhar. E até sei muito bem disfarçar sorrisos e tocar o burro para a frente quando o burro sou eu e a porrada me cai no lombo.
Mas ando mesmo feliz. Sempre disse que o amor me faz falta, não um amor qualquer, mas um amor que se entranhe e respire por todos os poros. Sempre disse que o amor torna a vida mais bonita e faz das pessoas mais pessoas. Um amor que nos faça acordar a sorrir e nos ponha a cantarolar até no local de trabalho.
Ontem apresentei o meu namorado ao meu filho. foi um momento estranho e engraçada. Desde que me separei, já tive alguns casos e alguns namorados, mas foi o primeiro do qual dei conhecimento ao meu filho.

Cerca da 1H00 da manhã estavamos nós na praia, só havia um bar aberto e meia duzia de pescadores, a noite estava escura mas bonita. Ele abriu a porta do carro, aumentou o som do aparelho e dançamos. Melhor dizendo, esteve a ensinar-me a dançar kizomba. Não aprendi, mas foi um fartote de riso. Divertimo-nos muito. Possivelmente os pescadores estariam a pensar que ou eramos loucos ou apaixonados, ou ambas as coisas!

O amor acresce vida à minha vida. Faz das minhas fragilidades força. Rejuvenesce-me. Reforça todas as minhas capacidades. Faz-me rir. Põe-me tola e infantil. O amor dá-me encanto e felicidade. Não é apenas o amor que me dá felicidade, mas o amor permite-me ver todas as outras coisas e todas as outras felicidades mais intensamente. O amor ajuda-me a valorizar os bens, as pessoas e os acontecimentos, a ver, a sentir e a viver, nas diferentes perpectivas, dos diferentes angulos, da superficie ao mais fundo dos canais.
Sinto gratidão por este amor inesperado, inexplicável e maravilhoso que me tem vindo a acontecer!

Nenhum comentário: