segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

DESABAFOS


O meu ex-marido veio aqui mostrar-nos o carro novo. Sentei-me ao volante e comecei a mexer.
- Queres ver? - Disse ele. Carregou num botão. - Agora pede a estação de rádio que quiseres. Eu falei, o carro falou comigo e já estava! - Agora pede para ligar telefone e dá o nome da minha mãe. Daí a pouco lá estava eu a falar com a mãe dele, sem telefone. Uahu! Sim senhor!
- Foi preciso comprar um carro para conseguir ser ouvido! - Disse ele.

Claro que ele estava a mandar uma graçola. Mas eu aproveito para dizer que todos nós precisamos que nos escutem. Ás vezes escrevo aqui compulsivamente pela necessidade de ser escutada. Não que me falte quem me ouça e até, confesso que, não tenho atendido o telefone a algumas amigas, por não ter disposição para conversar. É a necessidade de falar escrevendo, no pressuposto de ser ouvida e apenas, apenas isso. Não é uma necessidade de dialogar, mas sim de desabafar. É uma necessidade que eu própria não entendo. De facto, estou carregada de porquês, para os quais não obtenho resposta! O que me deixa angustiada.

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